Sunday, March 4, 2007

Easyway “conseguem guardar o segredo” na conquista de um lugar sem fronteiras


Os Easyway actuaram no fórum FNAC do Norte Shopping. A banda de Lisboa deslocou-se à Invicta, tendo em vista a divulgação do mais recente trabalho “Can You Keep a Secret”.
Os Easyway iniciaram o percurso musical ao virar do Milénio. Precedentemente Tiago, Miguel S., Danilo e Miguel P. integravam projectos díspares que logo se extinguiram para bem da formação deste grupo que tem dado um contributo significativo a Portugal e além fronteiras.
Os Easyway não começaram exactamente com a formação actual, contudo, por entre entradas e saídas permanece um espírito lutador que pretende vencer todas as barreiras e continuar o trabalho que realmente lhes dá prazer.
Não queriam que a oportunidade passasse por eles e começaram a trabalhar na elaboração de letras e na composição de músicas. Entretanto, em 2003, procederam à gravação nos estúdios OCV de Lisboa. O álbum de estreia estava editado e produzido “Forever in a day”. Cedo esta banda ficaria reconhecida como banda ao vivo, conseguindo esta realizar concertos espectaculares nos quais se evidenciaram a interacção com o público e o êxtase emitido por todos aqueles que os ouvem.
Percorreram a Europa não se contentando com apenas uma tournée. Toda esta “correria” a seu tempo, permitiu a divulgação do trabalho da banda. Porém, não esqueceram a promoção em Portugal e isso deu-lhes a entrada em tops nacionais.
No corrente ano decidiram que seria o momento de lançarem um novo álbum, que podemos dizer que representa uma nova fase na carreira dos Easyway: a fase de maturação.
Os Easyway mostraram-se prontamente à entrevista e o Tiago, vocalista da banda, foi quem respondeu às questões.

Anabela (A) - Fale um pouco acerca da iniciação.
Tiago (T) – Eu e o Miguel (guitarrista) tínhamos uma banda e o Danilo e o outro Miguel (baixista) tinham outra. Passados alguns anos depois de começarmos a tocar, alguns elementos foram desistindo até ficarmos os quatro. Juntamo-nos para formar uma nova banda e resultou. As coisas têm vindo a crescer naturalmente e estamos aí. Somos mais uma banda que veio da garagem, como todas as outras, e viemos para ficar.

A - Mas já existia um projecto ou um estereótipo de banda?
T - Não. Todos gostávamos de música. Tínhamos um gosto em comum e sentíamo-nos bem a tocar. Nunca pensamos na repercussão que viria a ter em Televisão ou em Rádio. Foi uma coisa que começou por gostarmos mesmo e o resto veio por acréscimo.

Quatro pessoas agregadas em duas bandas, com referências distintas e estilos díspares, fundiram-se numa só e sabemos que as suas referências tiveram consequência directa na música que fazem enquanto influência musical “Éramos amigos há alguns anos e depois a junção foi exactamente como referi: “Todos tínhamos em comum, para além do gosto pela música, o estilo rock, achamos que estávamos bem uns com os outros”, explica Tiago.
As referências de Tiago são ao ritmo de Nirvana e Silverchair, ao passo que a escolha de Danilo recai sobre o metal. Miguel sempre gostou de Guns ‘n Roses, já Miguel (o baixista) sempre teve como referência musical punk/rock e hard core. A mistura de todos estes gostos musicais compõem o som dos Easyway. “ As referências musicais influenciam em tudo, porque é tudo o que consumimos desde pequeninos. Mesmo sem pensar, tudo o que criamos logicamente vem dessa influência que reside no nosso subconsciente.
Embora todos apreciem o mesmo género musical, o quanto cabe à atribuição de um definição da música que fazem é-lhes difícil descriminar. Talvez rock seja o mais aplicável uma vez ainda que se identifique a influência de punk/rock; contudo, “acho que o mais certo é dizer que é uma banda de rock”, salienta Tiago.
Algo que os Easyway têm em mente é que se voltassem atrás fariam o mesmo. Tudo o que fizeram, voltariam a fazer sem hesitar.
Lançaram o primeiro CD que alcançou um sucesso que não era assim tão esperado. Foi este álbum que mostrou e impulsionou a carreira dos Easyway “Com o primeiro CD fizemos quatro ou cinco tournées europeias; tocámos em vários festivais em Portugal e, não obstante, alcançamos o segundo lugar na MTV. Não estávamos mesmo nada à espera. Nada.”, revela o vocalista do grupo.

A - De certo foi o salto para o sucesso. Agora, com este CD, o salto para a ribalta?
T - É difícil dizer. Como somos nós a banda é um pouco difícil afirmar. Estamos por dentro das coisas de maneira diferente e a visibilidade das pessoas de fora é completamente divergente. Sinceramente não sei explicar. Não sei dizer se foi com este ou com o outro.

Acerca do mais recente CD podemos dizer que tem uma sonoridade inovadora em Portugal: “Este CD é muito diferente do outro. No outro normalmente era eu quem fazia as coisas. Chegava ao ensaio com uma ideia que, a posteriori, toda a gente metia o seu “quê” e originou-se aquilo. Com este álbum, foi esta a única vez que pensamos fazer alguma coisa realmente. Pretendíamos um álbum mais de banda, a partir da experiência adquirida de tournées, de tocar lá fora, que nos fez, inclusive envelhecer. Cada um trabalhou especificamente para este álbum fazendo uma, duas, três músicas. Todos escreveram letras e todos compuseram canções, dando somente os toques no final. É um álbum muito mais de banda e dos quatro. Daí uma evolução, penso eu”, explica Tiago.

A – O CD encontra-se em fase de promoção. Como está a ser a receptividade por parte do público?
T - Está a ser muito boa. Temos tocado em salas sempre lotadas. As pessoas votam em nós aquando de concursos ou tops (contagens). Continuo a receber uma quantidade enorme de e-mails e o feed-back prestado por parte das pessoas é excelente sempre de forma a mostrarem que gostam do trabalho que temos vindo a realizar. Ficamos super contentes.

A - Ao nível de tournées, como é que caracterizam a tournée estrangeira? E em que medida é que difere da nacional? Como têm sido essas experiências?
T - Primeiro realizam-se muito mais concertos. É dissemelhante. Há sítios nos quais nunca estiveste, com pessoas que nunca viste. Aqui também acontece isso, mas não é o mesmo. É um feeling diferente. São públicos completamente distintos. Penso que, em Portugal, ainda conseguem ser mais calorosos. No estrangeiro ficam a olhar em jeito reticente, contrapondo-se ao nosso país, no qual os espectadores parecem mais calorosos.

Com a música “October 9th”, inserida na banda sonora da série televisiva “Morangos com Açúcar”, os Easyway denotam uma maior projecção a nível nacional não só nas faixas etárias juvenis como nas mais jovens. De facto, é um bom modo de divulgação e de o público conseguir assimilar o trabalho e respectivo o som à banda detentora.
Existe na banda a consciência de que a projecção é maior “Ultimamente vou na rua e vêm miúdos de seis anos ter comigo a perguntar se sou eu mesmo. Já me tinham acontecido isso com pessoas mais velhas não com crianças de seis anos e sete anos. E é giro. É outro público e não descriminamos ninguém, quem acha que gosta gosta. Não descriminamos por ser um público mais ou menos jovem. São bem-vindos”, afirma Tiago.
A inserção da música no elenco sonoro da série processou-se de uma maneira muito comum “Surgiu o convite para cedermos um tema à série e foi o que fizemos”, refere a voz principal dos Easyway. Portanto, foi exactamente da mesma forma como normalmente acontece com qualquer outra banda que seja revelação ou que tenha já uma carreira composta mas, acima de tudo, que tenha boa música.
A “música” é um conceito deveras utilizado, principalmente por que bandas; todavia, nem para todas o significado é igual. De acordo com a concepção dos Easyway, Tiago assume “a música que fazemos é a maneira de dizer o que se passa com cada um dos membros, no fundo como se passa um pouco da nossa vida. Que consigamos expressar momentos através da música e das suas letras.”.
Encontramo-nos num país em que a indústria discográfica nem sempre ajuda os novos talentos, ou até lhes dá a oportunidade de se iniciarem, mas quando verdadeiramente precisam de ajuda esta não lhes é prestada. Efectivamente, cohabitamos num país de menor dimensão e a divulgação da música portuguesa ou daquela que é feita por terras lusas nem sempre é tarefa fácil a executar. Falta de meios, de apoio, muita concorrência.

A - O que pensa acerca da divulgação do vosso trabalho? Encontram-se satisfeitos com todo o trabalho de promoção ou algo mais poderia ser feito?
T – Na minha opinião, está a ser boa. Estamos na maior parte das rádios e com bom airplay e não podemos ignorar que a nossa música passa em canais televisivos, nomeadamente na MTV. Temos tocado bastante e actuado em espaços Fnac para mostrar o nosso trabalho o que também é muito importante. Penso que, para uma banda de rock and roll em Portugal e em inglês, está tudo a ser muito bom.

A - O que consideram que deveria ser mudado no Mundo da música para que fosse mais fácil a permanência?
T - Há muita coisa a ser mudada. O primeiro aspecto a ser mudado são as mentalidades e isso penso que se mudar será só daqui a muitos anos.

A - O vosso nome “Easyway” tem alguma coisa a ver com isso?
T - Não. O nosso nome foi logo de início. O baterista inicial teve a ideia do nome, pois tinha a ideia errada, pelo menos no início, que uma vida “easyway”, uma vida fácil era tocar numa banda. Tocar pelo mundo fora e receber dinheiro com isso. Para ele, o estilo de vida que se adequava a uma banda de rock and roll era a vida fácil: está ali, pagam-lhe para tocar e conhecer pessoas novas todos os dias. Ele, assim como nós, pensava que era uma vida fácil, achamos o nome engraçado “easyway” e ficou.

A - Na sequência do que estávamos a tratar: não é fácil viver no mundo da música essencialmente em Portugal, isso é uma realidade. Concordam?
T - Sim concordamos. Ainda que o nome não tenha nada a ver com isso. Em Portugal, as bandas têm de trabalhar muito mais, penso eu, do que se fosse uma banda do estrangeiro. Lá se lanças um álbum é por teres qualidade e existem pessoas que tratam de ti e te ajudam em tudo o que é preciso. Em Portugal, não é bem assim, especialmente para bandas de rock. As bandas que tocam em Portugal são as bandas mais mal-tratadas de todas. Têm de trabalhar muito por si próprias e se querem ficar têm de trabalhar muito, tocar muito, não desistir, ensaiar muito para ver se conseguem ficar. De outra maneira não conseguem.

Realizaram até à época uma quantidade considerável de concertos e actuações, conseguiram mais do que uma tournée europeia e ainda mostraram a sua performance em festivais. Bandas de distintos estilos fizeram parte de um cartaz com os Easyway, a título de exemplo podemos falar em Moonspell – por ser considerada a melhor banda portuguesa deste ano. Ainda assim muitas são as bandas com as quais gostariam de dividir o palco. Tiago hesita na resposta visto que imensas são as bandas internacionais que lhes daria extremo gozo em actuar conjuntamente. Quando se fala em bandas nacionais um nome saltou de imediato: Blind Zero. “Falo por mim, é uma banda da qual gosto muito.” Aquando da questão “Blind Zero actual ou na fase inicial”, Tiago diz que é irrelevante e confessa: “gosto de Blind Zero desde o início, tanto faz. Sou fã desde o início e só por isso gostaria de um dia me cruzar com eles. “

Contam com um percurso musical invejável apesar do pouco tempo de existência; porém, eles não se ficam pelo que conseguiram. Querem mais trabalho e oportunidades para continuar a produzir mais de forma a dar um maior contributo tanto para o nosso país como para a música em geral.
Muita coisa é o que consideram que ainda lhes falta fazer “Falta-nos tocar em milhares de sítios até mesmo por Portugal. Vários sítios no estrangeiro aos quais ainda não fomos como Japão, EUA, Austrália…”, menciona Tiago, e reforça a ideia “mas vamos batalhar, porque, como disse, as bandas têm de batalhar para ficarem. Temos batalhado e vamos continuar a batalhar”. O vocalista que nos concedeu a entrevista assegura que não desistem.
No que concerne ao que pretendem alcançar a resposta foi simples e exacta “Mais fãs, mais público, mais gozo com isto tudo.”
Projectos para o futuro são bastantes, estando nós a falar de uma banda que se revelou e se tem continuado a afirmar pela sua luta, pelo seu trabalho e, acima de tudo, pela sua existência e resistência.
Batalhar e trabalhar é que o prometem continuar a fazer. Querem gravar, compor e elaborar outros discos, fazer mais tournées, visitar sítios que nunca foram, ambições próprias para uma banda promissora que pretende perdurar neste mundo no qual fazem o que realmente gostam. “Somos uma banda de rock and roll é muito simples. E o que queremos é o que qualquer banda deste estilo quer”, revela com modéstia o nosso protagonista.
Ansiamos pelo que estes quatro rapazes nos estão a preparar, entretanto ficamos com o novo álbum e, sempre que quisermos podemos ouvi-los no site oficial da banda ou nos “Morangos com Açúcar”. Uma vida nada fácil, todavia, a vida que eles querem e move-os o gosto pelo que fazem. Os Easyway lutam pelo seu lugar através do movimento da palavra (“A move for every Word”) e vivem com a sua decisão (“You live with your decision”). Este é o segredo.

Anabela da Silva Maganinho

3 comments:

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