Sunday, March 30, 2008

Exibição sem espectáculo



O SC Braga empatou, hoje, com o Leixões, no Estádio Axa, sem um único golo a dar graça. O jogo ficou marcado pela exaltação de ânimos por parte de ambas as massas associativas, no decorrer da arbitragem de Pedro Henriques.
Os bracarenses esperavam a vitória para passar o Vitória de Setúbal na tabela classificativa na luta ao segundo lugar, ao invés, a equipa do mar pretendia somar pontos que a afastassem da linha de água.
O primeiro quarto de hora não prometia um grande encontro, visto que o Braga não exigia nos ataques e o Leixões ainda nem tinha conseguido qualquer remate.
Aos 24’ a turma de António Pinto consegue um remate por Roberto, subsequentemente ao livre que o Braga tinha cobrado. Num chamado «taco-a-taco» até à meia hora de jogo, poucos eram os lances que passavam do meio campo, tendo-se verificado um recuo por parte da formação de Matosinhos. O Braga tentava os lances de contra-ataque e, através de João Pereira, dinamizava o sentido do jogo por entre passes controlados do defesa que protagonizava corridas para ataque dando lugar a lances ofensivos.
As equipas recolhiam aos balneários para o tempo de descanso. A subida para o segundo tempo ficou marcada pela entrada de Linz. O internacional austríaco esteve, durante a semana, a representar a selecção do seu país, mas mostrou-se apto para os 45 minutos que se seguiam. Contudo, o dianteiro susto tendeu para o lado do Braga com um remate de Jorge Gonçalves (52’). O Leixões parecia querer progredir no campo; porém, a eficácia dos lances não era imponente e António Pinto fez entrar Paulo Machado. Também a formação bracarense estava a necessitar de mutações tanto que Manuel Machado procedeu à primeira substituição ao colocar em jogo Frechaut. O número entra com vontade de virar o resultado e remata, na sequência de canto, na tentativa de fazer a bola entrar nas redes de Beto. As equipas estavam a atacar mais e era esse o objectivo que fazia movimentar mais a posse de bola. Tudo conduzido na perfeição pela equipa de arbitragem até ao minuto 80, depois é que os ânimos se vieram a exaltar. Vieirinha acaba caído no chão, na sequência de um lance iniciado por Paulo Machado, Pedro Henriques não assinala qualquer falta.

O camisola 17 continua sem se mobilizar no terreno e todos ficam à espera da paragem do árbitro assim que a bola sai fora das quatro linhas. Pois isso não se sucedeu e é aí que adeptos do Leixões e do SC Braga trocam palavras e daí a verem-se garrafas e cadeiras pelo ar foi um instante. A polícia de intervenção tentou apaziguar o clima, mas, efectivamente, os ânimos demoraram a serenar. O jogo prosseguia e, no último minuto, é o próprio Vieirinha que se isola e Paulo Jorge impede que a bola entre.
O marcador fixa o resultado a zero e as posições destes clubes, na tabela classificativa, mantêm-se à espera da próxima jornada.


Cartões
amarelos
22’ Nuno Silva (Leixões CS)
37’ João Pereira (SC Braga)
64’ Bruno China (Leixões SC)
67’ Paulo Jorge (SC Braga)
86’ Nuno Amaro (Leixões SC)
87’ Zé Manel (SC Braga)
90’ Pedro Cervantes (Leixões SC)

Substituição
45’ substituição no Braga - Linz entra e sai Vandinho
56’ substituição no Leixões – Paulo Machado entra e sai Jaime
61’ substituição no Braga – Frechaut entra e sai Brum
67’ substituição no Leixões – Vieirinha entra e sai Jorge Gonçalves
74’ substituição no Leixões – Pedro Cervantes entra e sai Castanheira
80’ susbtituição no Braga – Stelvio Cruz entra e sai Contreras


A figura


João Pereira. Ainda que se tenha visto mais na primeira parte, o lateral direito esmerou-se nos lances de ataque da equipa bracarense.

Anabela da Silva Maganinho

Saturday, March 29, 2008

Uma Noite com Klepht

imagem extraída de www.klepht.com
Os Klepht actuam, hoje, no Kastru's Bar, em Forjães, num concerto que marca o regresso da banda ao Norte.
A banda liderada por Diogo Dias (apresentador do Brand New na MTV) reúne cinco pessoas, cinco amigos oriundos de Lisboa. Tinham o sonho de vingar pela música e decidiram apostar algumas músicas em português e em inglês. Já cantam há cerca de oito anos, mas só agora começaram a verdadeira fase de promoção, subsequentemente a vários concertos realizados no ano transacto. O registo de estreia, com pouco mais de quinze dias, é homónimo e é composto pelo rock que a banda define como instrutora das canções.
"Por uma noite", "Fechar os olhos" e "Tears of fear" são alguns dos temas que vão poder ser ouvidos esta noite, a partir das 22horas, por todos os que obtiveram o bilhete de entrada.
Anabela da Silva Maganinho

Friday, March 28, 2008

O homem escreve, a obra nasce


António Oliveira, docente do ISLA de Vila Nova de Gaia, vai proceder ao lançamento do mais recente livro "O que resta de Deus - história de desencantos". O palco da apresentação será, justamente, o local de ensino de António Oliveira - o ISLA Gaia - pelas 21horas do próximo dia 18 de Abril.
Jornalista profissional há mais de 30 anos, António Oliveira envereda pela redacção num outro formato no retrato de uma "terra perdida, de gente esquecida do mundo e de si própria confrontam-se com os seus fantasmas e com a razão de estarem juntas", de acordo com a editora do livro.
Com apresentação do Prof. Dr. Sérgio de Matos da Universidade do Porto - e, inclusivamente docente do ISLA -, António Oliveira vai mostrar a todos os presentes a pitada daquela que promete ser "uma viagem a um mundo de desencantos onde a palavra é dor e partilha".
Anabela da Silva Maganinho
Um grande autor, com certeza, uma grande obra. Não posso deixar de dar a minha opinião no que concerne a este livro. Como o próprio autor nos disse numa aula uma obra tem dois autores: aquele que a escreve e aqueles que a lêem.

Thursday, March 27, 2008

O próximo passo da TVTEL


NEXTV vai ser apresentada já este sábado, no Buddha de Lisboa. NEXTV não é apenas uma televisão, visto que se trata de uma nova produtora de conteúdos da TVTEL. Ao agregar canais televisivos, emitidos por cabo, de que é exemplo a RNTV, a NEXTV vai englobar ainda canais referentes à cultura e ao desporto. Com a presença de Soraia Chaves ao som dos sets de Demo e Dino, da banda Expensive Soul, não obstante à actuação dos Sugarleaf, a festa de apresentação vai ditar mais um grande passo na conjugação de meios de transmissão.
Anabela da Silva Maganinho

Tuesday, March 25, 2008

O “prazer” da música pela amizade


foto fornecida por Hugo Piló
Os Blister deram os primeiros passos no panorama da música nacional, no ano de 2001, por intermédio de quatro rapazes – Hugo Piló, Mauro Ramos, Dikk e Gonçalo Pereira – que pretendiam espalhar a harmonia por entre acordes intuitivos.
Com experiências distintas por outros circuitos, os músicos que apelam à valorização do nacional, acabaram por enveredar numa aventura conduzida por Gonçalo Pereira. O guitarrista conheceu Hugo num programa televisivo e foi então que surgiu a ideia de formar uma banda juntamente com Dikk, o braço direito de Gonçalo. “O nome apareceu numa caminhada para o café” aquando da procura de um nome sonante, numa altura em que faltava um baterista. Mauro Ramos era um nome já conhecido pelos trabalhos de free lancer, no Estúdio 45 da Damaia, e os três elementos nem hesitaram em ir buscá-lo.
A maqueta foi gravada e o single mais rodado “Day by day” começava a tocar nas rádios. Em Maio do ano subsequente, estava consagrado o nascimento da banda com actuações ao vivo.
Com dois CDs editados, videoclips e uma digressão, não obstante, aos concertos e actuações realizadas os Blister contam com um repertório nem sempre “valorizado” aos olhos dos portugueses.
Decorridos quase oito anos sob o processo de formação, a banda explica-nos, em Lisboa, as razões pelas quais estiveram afastados dos palcos.

Anabela (A) – Vocês iniciaram o vosso percurso muito antes do projecto Blister, designadamente o Mauro como free lancer e o Hugo com passagens pelo “Chuva de Estrelas” e pelos Santaclaus. Como é que surgiu o conceito Blister na vossa carreira?
Hugo (H) –
Aos 14 anos, decidi entrar na banda de um rapaz da minha turma e ser o vocalista. Nunca tinha cantado a não ser com o meu pai: ele dava-me uns acordes de guitarra e eu punha-me em cima da mesa. Depois disso ingressei no “Chuva de Estrelas” e, mais tarde, fiz parte da formação da banda Santaclaus. A banda sonora do “Bar da TV” foi uma oportunidade onde conheci o Gonçalo Pereira. O Dikk era o braço direito do Gonçalo e, de imediato, concordou com a formação da banda. O nome nasceu de uma conversa na ida ao café…
Mauro (M) – O nome tem a ver com o núcleo. Somos quatro pessoas que fazem música e se divertem com isso. Não temos uma tag de música comercial, uma vez que hoje podemos conceber uma sonoridade mais comercial, amanhã poderá sair uma mais alternativa. As coisas saíram sempre de uma forma muito natural.

A entrada para o mundo

"O DVD foi um sonho de miúdo que sempre tive de mostrar a minha forma de estar na música e de partilhar isso, acima de tudo, com a comunidade de bateristas". Mauro

A – Mauro, és um baterista free lancer e, inclusivamente lançaste um DVD. Fala-nos um pouco desse trajecto paralelo à banda?
M –
Desde pequeno que sempre quis poder viver da música, por ser aquilo que gostava de fazer. Obviamente que dentro desse âmbito podemos sempre fazer coisas que gostamos mais, com as quais nos identificamos, e outras para o qual somos contactados para fazer. Aos sete anos, já andava a percorrer o país com os meus pais por entre bailes e arraiais. Passados dez anos, decidi que era isto que queria fazer e comecei a dedicar-me plenamente. Principiei por bares no circuito de Lisboa e, a posteriori, gravei discos para vários artistas. Ia estabelecendo contactos e, de facto, quando surgiu a hipótese Blister (antes do DVD) foi a realização de algo que sempre tive vontade em miúdo. Fazer os nossos originais, tocar as nossas músicas, não passarmos a vida a tocar as músicas dos outros ou a gravar para os outros. Estávamos entre amigos, divertíamo-nos muito a fazer música; portanto, fazia todo o sentido. Em paralelo a isso tive de manter o meu trabalho de free lancer e participar numa série de projectos. Continuei a trabalhar, uma vez que para viver da música e para se subsistir, em Portugal, temos que trabalhar para arrecadar dinheiro. Só assim conseguimos investir nos nossos projectos.



A – Hugo, que lugar ocupa na tua carreira o “Chuva de Estrelas” e os Santa Claus? Foi o salto que precisavas para enveredar na música?
H –
Foram apenas maneiras de sair da Nazaré. Eram os programas que estavam, na época, a serem transmitidos na televisão e aconteceu assim como poderia ter acontecido de outra forma. Quando saí do “Chuva de Estrelas” tive uma reunião com o Ediberto Lima e ele propôs-me alguns projectos. Vim para Lisboa com 18 anos, entrei na faculdade e desencadeou-se um percurso onde aprendi bastante. Percurso esse onde me consegui balizar em termos sonoros e isso permitiu-me ter outra visão ou outros gostos.

Mauro já integrou o elenco de músicos de Ricky Martin e confessa que “foi engraçado. Pelo menos foi diferente. Vimos a coisa num formato grandioso que normalmente não estamos habituados a ver. Eles levam tudo a sério e vemos tudo à grande”. Definitivamente uma concepção de música e de espectáculo dissemelhante da nacional, pois a preocupação com os mínimos pormenores e o reconhecimento são conseguidos sem demais preocupações.
Por sua vez, Hugo encetou num percurso que lhe poderia abrir portas no mundo pelo qual sempre quis enveredar em que “o dinheiro não é importante, importante é o som”.

Bem mais que um registo

“Para podermos criar, fazer e acontecer temos de comer e para tal precisamos de comprar comida e de pagar as contas… e se ninguém se dá ao trabalho de valorizar o que fazemos acaba por ser desmoralizante”. Mauro

A – Durante muito tempo estiveram sem aparecer nos media e mesmo nos palcos. A que é que se deveu esse período de paragem?
M –
Um pouco da desmoralização daquilo que se passa no espectro nacional da música. Temos direito a 25% de música portuguesa nas rádios e parece que nos estão a fazer um grande favor, quando, supostamente, deviam passar 80 ou 90%. Pior é que desses 25% passam sempre as mesmas e não há espaço sequer para se tentar algo novo. Acrescido ao facto de as pessoas se não conhecem, não compram, e, quando se tem a pirataria, ninguém faz questão de procurar adquirir. Assim, o mercado não se movimenta e não podemos mostrar aquilo que fazemos. Dei por mim no Youtube a ver o vídeo Blister e deparei-me com comentários “alguém tem o «She’s Wild»? podem-me mandar para o msn?”.

A – Efectivamente, deixamos de ouvir falar da banda e o último CD “Everybody wants the same” nem sequer chegou ao Porto.
M –
“Bigger than us”.
H – Primeiro grande erro. No outro dia estava a falar nisso, por que fui parar a um blog que dizia o mesmo. Esse foi um nome falado e tinha de ser visto como duas palavras separadas – “every” e “body” –, no sentido de todos os corpos e não de toda a gente. No entanto, o título dito acabou por perder uma certa piada e acabamos por não adoptá-lo, deixando mesmo a música com o nome para trás. Estivemos algum tempo a marinar o nome e essa foi uma fase que andamos muito parados. Tinha que acabar o curso, estava a precisar de arranjar um trabalho…
M – Este segundo disco foi libertado um pouco pela consciência «ok, está feito, acreditamos, é bonito, sentimo-nos bem com ele». Decidimos libertá-lo para que, simplesmente, ele exista. Os sonhos de miúdos já lá vão, já não fazem muito sentido; porém, fazemos música porque nos divertimos.
H – Tivemos de pagar do nosso próprio bolso as 500 cópias que fizemos. Pensei em vender alguns temas online, mas para chegar aos cibernautas teria de ser alguém, que não eu. Acabo por ser o vocalista e o promotor ao mesmo tempo e eu desmoralizo por dois lados quando as coisas estão menos boas.

A – E qual o motivo que fez estagnar o projecto no que concerne, inclusivamente à promoção?
H –
Precisamos de um quinto elemento que poderia ser para a guitarra acústica, mas não é, é um manager. O facto de eu ter o curso de Comunicação Empresarial, do Gonçalo ter alguns conhecimentos, do Mauro viver da música e do Dikk acabar por ser uma «shadow personage» acabou por se fundir de uma maneira prejudicial para a banda. A comunicação que advém da Internet faz todo o sentido. Aproximou muito as pessoas e Portugal é um país pequeno.
M – Valoriza-se mais o que vem de fora do que o que há por cá. Sempre foi assim e é um pouco daquilo que é a cultura do português. O português, nesse sentido, sempre foi pequenino e, com a maior humildade, digo que já me cruzei com imensos músicos estrangeiros e não sei o que lhes devemos. Devemos-lhes respeito, tal como eles nos devem; porém, não me parece que haja razão para sermos sempre inferiores de alguma maneira. Por que não valorizar o que temos cá? O Gonçalo Pereira, podemos dar como exemplo, tem o projecto dele a solo e, se for preciso, vai tocar ao Japão ao lado do Steve Vai, ao lado do Joe Satriani e é considerado um dos melhores guitarristas do mundo. No nosso país talvez nem saibam que ele existe ou as pessoas que o sabem são uma minoria.

Mauro assume que a conjuntura que se vive por terras lusas fá-los desacreditar, por vezes, e que diz “sinceramente, já tive mais vontade de estar neste país”. A justificação é óbvia quando estamos perante um “músico independente” que “vive da música” e “os apoios não existem; contudo, conseguem cobrar e fazer infracções constantemente. Não faz sentido nenhum viver da música em Portugal com músico independente”, afirma o músico.
O baterista dos Blister advoga que os direitos dos músicos deviam ser atendidos e chega a ocorrer-lhe que, se pudesse, organizaria uma iniciativa tal como a que repercutiu efeitos em Hollywood com os argumentistas: “que a partir de agora ninguém tocasse”. Não raras vezes, a situação com que as bandas nacionais se confrontam é com a enunciação “originais só de borla” e tal como enfatiza Mauro “não valorizam o que andamos a fazer”. Com isto não se quer relevar que os Blister estão a marcar uma geração, mas que, pelo menos, o respeito deveria ser-lhes atribuído.
Hugo acaba por ser vocalista e promotor ao mesmo tempo e acaba por desmoralizar “por dois lados quando as coisas estão menos boas”, pois a verdade é que a música é a vida deles: “ligo todos os dias o rádio e essa é a ultima coisa que faço”. Essa é uma mais valia se tivermos em conta que foi ela a causa que os uniu e os tornou “amigos para sempre”.
Mauro Ramos e Hugo Piló

A – Portanto, o cenário da música nacional e a falta de apoios acabam por culminar na falta de oportunidades?
M –
Sou um revoltado com o Estado. Ele dá subsídios para tudo e para a música não há nenhum. A literatura conta com IVAs mais baixos, ao invés, se quisermos adquirir música temos que pagar tudo por igual.
H – Mas vêm aí tempos melhores, por que piores, economicamente, não deve haver. Portugal sempre esteve um bocado atrasado em relação à Europa.
M – Diz-me qual é o sítio onde estás e qual a pessoa que, na verdade, não ouve música nem que seja uma vez por dia?
H – Nem que seja no telemóvel.
M – A música faz parte do quotidiano de qualquer pessoa, mas não sei porquê não se valoriza isso, toma-se como um dado adquirido.

A sonoridade promovida

“Um dado adquirido agora é que não tens de pagar para ouvir”. Hugo

A – Relativamente à musica, designadamente “Old Friends”, que integra a banda sonora da série “Morangos com Açúcar”podemos dizer que, de alguma forma, deu a conhecer mais os Blister?
H –
Este é o terceiro tema que está a rodar; todavia, as pessoas não sabem que se trata de uma banda portuguesa. Estamos a trabalhar mal em termos de comunicação, o que, se calhar, até foi bom para maturarmos.
M – Quero acreditar que, muitas pessoas, já sabem que Blister é uma banda portuguesa. Quando se faz algo que soe, minimamente, internacional as pessoas ficam com a sensação de que não é obra de portugueses e eu acho que somos tão bons como os que estão lá fora e, em momento algum, vou deixar que nos deitem a baixo. Não quero que façam isso apenas porque sou português ou então não quero ser português. Nós [portugueses] não somos coitadinhos, fazemos boa música, temos os melhores jogadores da bola. Somos bons e vamos valorizar o que temos.

A – Nas vossas músicas o que surge em primeiro lugar: o instrumental ou a letra? Em que é que vocês de inspiram?
M –
As influências musicais da banda são muito vastas. Ouço um pouco de tudo, aliás para a minha própria vida enquanto músico e free lancer convém que haja versatilidade. O facto de divergirmos no que concerne a estilos de música é que acaba por criar uma fusão interessante. Ao nível da composição, as coisas despontam muito naturalmente e, por isso, é que a banda é robusta e forte. Por entre um rif de guitarra que o Gonçalo faz ou uma harmonia que levo com uma linha vocal minimamente estipulada que acaba por ser cantada com o Hugo e este leva-a para casa e faz uma letra.
H – O Mauro faz com que a segunda voz seja um sintetizador ou um próprio piano. A voz dele acaba por ser outro instrumento se a virmos como tal e atribui uma outra cor à melodia.

Todos pelo uno e coeso

A – Se tivessem de escolher uma música, ao longo do vosso repertório enquanto banda, qual seria aquela que vos definiria melhor, a mais identitária?
M –
É muito complicado escolher um tema, pois, na realidade, todos acabam por nos definir um pouco. O “Around the world”poderia ser o eleito pela sua complexidade, por ser um tema muito forte de se tocar. No entanto, num momento mais intimista lembro-me do “Act of blood”. Não obstante, o single “Old friends” também acaba por ser especial e fala um pouco daquilo que já somos: old friends.
H – “Old Friends” é uma música que facilmente é percepcionada.

A – Neste preciso momento, o que recordam da «pleasure tour» e dos espectáculos em digressão?
M –
Contamos momentos muito interessantes. O mais marcante, na minha opinião, foi a primeira parte da Alanis Mourissette, na queima das fitas de Coimbra. Com os acordes da “Good things and bad things” 30 mil pessoas bateram palmas – conheciam o som – e fizeram-me sentir o «arrepio na espinha».

A – Sagraram-se vencedores do 8º Concurso de Música Moderna de Palmela de Palmela, que recordação é que ainda têm desse triunfo?
M –
Entraram em contacto connosco e disseram que queriam que os Blister participassem no concurso. Nunca pensamos que poderíamos ganhar, até porque éramos repescados, mas fomos tocar. Para surpresa nossa conseguimos passar à eliminatória seguinte. A final seria no sábado só que eu e o Dikk estávamos contratados para, no mesmo dia, gravar, no Coliseu do Porto, um disco ao vivo. O Hugo e o Gonçalo decidiram que iam sozinhos à final e acabaram por ganhar, o que até por engraçado. Fez parte do nosso percurso e acabou por, dessa forma, se evidenciar mais uma faceta da banda.

A – Estamos a falar em performances da banda em território nacional. Quais seriam os grandes palcos que vocês gostariam de pisar e com que bandas?
M –
Gostava de fazer o Pavilhão Atlântico e os Coliseus. Na perspectiva internacional, penso no Estádio do Wembley.
H – Gostava de abrir para os Velvet Revolver, no Coliseu, num dia de calor para que fossemos todos tocar de calções.
M – Abrir para os Metálica ou para os Incubus seria muito bom. Beatles, Led Zeplin, Jeff Buckley constituiriam opções menos concretizáveis.
H – Queen, Rolling Stones, Dave Mathews Band, INXS e U2.

Ainda que não se partilhem as conquistas de um músico em Portugal, os Blister acreditam que daqui por 10 anos a circunstância em que se encontra a música vai melhorar. Hugo não deixa de abonar sob um ponto de vista que vai de encontro a tal progresso: “as pessoas vão voltar a querer comprar o CD, por que gostam de ter o álbum original”. Os Blister trabalham pormenores como a capa para que essa conquista seja bem conseguida e seja concebida “uma coisa mais quentinha”.
Nessa direcção Mauro assevera que “o dinheiro é importante para fazer com que as coisas aconteçam” e se consigam gerar coisas bonitas neste mundo. Os músicos não podem compor sem que haja condições para tal e é essa tendência, esse ciclo que é necessário inverter. Não raras vezes, os músicos querem singrar, querem conseguir viver dos seus projectos e a realidade com que se deparam é que “não se valoriza” o trabalho efectivado. O que os leva a não desistirem é a paixão pela música que acaba por fazer parte da existência de cada um.
Presentemente, os Blister estão a tentar arranjar meios de subsistência para que consigam tocar. O maior desejo a que Mauro alude é que os músicos sejam “dignamente tratados pelo que fazem”.
No que concerne a prospectivas aquilo que eles querem é “fazer música enquanto me apetecer e me sentir bem. No dia em que isto perder o sentido deixo de fazer música, nem que aí sejamos a banda mais conhecida do mundo”, anuncia Mauro. O que eles querem é mostrar a música que conseguem, que é feita por instinto e que só por esse talento deve ser reconhecida.
Hugo descobre uma porta ao dizer “vou abrir uma empresa” e quem sabe não será esta rebeldia a desencadear um novo movimento em prol da música nacional, pelo mundo, que pode não trazer mais do que um sorriso, mas que valerá a pena se for conseguido dia-a-dia.

Foto fornecida por Hugo Piló


Anabela da Silva Maganinho

Monday, March 24, 2008

Setúbal na frente

foto extraída de www.vfc.pt
Claudio Mejolaro, mais conhecido como Pitbull, foi eleito o jogador mais influente da Carlsberg Cup.
O jogador do Vitória do Setúbal acabou por confirmar as estatísticas que o apontaram sempre como potencial vencedor desta votação promovida pela Federação Portuguesa de Futebol. A primeira edição da taça da liga sagrou os sadinos vencedores, deixando para trás os denominados «grandes» do futebol nacional. A formação de Setúbal tem revelado qualidades (vejamos pela tabela classificativa), designadamente no que concerne ao plantel profissional. Claudio é apenas um dos exemplos e acabou por ficar à frente de Saleiro, jogador do Fátima, e do colega de equipa Eduardo.
O avançado espera regressar ao FC Porto, clube com o qual ainda tem vínculo contratual, mas, por enquanto, a luta no campeonato nacional ao serviço do Setúbal determina o futuro mais próximo.
Anabela da Silva Maganinho

Saturday, March 22, 2008

Jornada pelo título


O jogo grande da jornada realizou-se hoje, em Matosinhos, entre o Freixieiro e o Benfica do qual a equipa da casa saiu vencedora (7-5) e conseguiu somar três pontos.
O Freixieiro começou logo por controlar a posse de bola e o primeiro ataque surge no primeiro meio minuto da partida, altura em que o Benfica tentava recuperar a bola, mas sem sucesso. Ricardinho empregava o «bailinho» do seu drible; contudo, nada parecia abalar a formação da casa que estava disposta a vencer. Nada até à finta de Ricardinho sobre Miguel Mota que estreia o marcador para a equipa da Luz (18,24’). O Benfica ganha moral e sobe no terreno, defronte com a insistência do Freixieiro.
Decorridos nem 3 minutos sobre o início do encontro quando Miguel Mota, na sequência do canto de Israel, marca pelo Freixieiro e estabelece a igualdade (17,42’). A equipa da casa prossegue nos ataques quando Israel marca o canto de esquerdo, passe para Wilson e o segundo golo é conseguido. Em quatro remates que o Freixieiro tinha cumprido, dois resultaram em golo.
No que concerne a estatísticas, tudo parecia estar a favor da equipa de Matosinhos até aos primeiros 5 minutos quando um canto de Pedro Costa dá azo a Zé Maria meter a bola nas redes de Roque (2-2). O Benfica ruma ao ataque, todavia, a persistência do Freixieiro acaba por prevalecer nos passes. A equipa da casa opta por efectuar passes curtos, que revelavam serenidade e se contrapunham à impaciência e incessante vontade de marcar do Benfica. Nené tenta sempre a progressão e destaca-se mesmo aquando do jogo mais equilibrado. O Freixieiro ganha na recuperação de bola e é o Benfica que se vai revelando o mais faltoso ao longo da primeira parte. Onze minutos decorriam quando Israel arma o jogo, com a ajuda de Ivan, e aproveita o passe do capitão para o remate certeiro. O número 8 do Freixieiro faz o 19º golo do campeonato nacional.
O Benfica não tarda a reagir e 26 segundos depois, num lance ofensivo, César Paulo chega ao golo do empate sem dar hipótese a Roque. O Freixieiro sobe ao meio campo para voltar a atacar e perto do último minuto Israel consegue a bola, que Ricardinho tenta fintar, e remata direito às redes de Zé Carlos sem que haja hipótese de defesa. O resultado ficado até ao intervalo era conseguido pelo internacional (4-3).

O segundo tempo
A alternância entre Ricardinho e André Lima mantém-se ao longo da partida. O Benfica entra em campo na investida; no entanto, os lances ofensivos não repercutem grandes resultados. O efeito surge passados dois minutos na cobrança de um canto em que Pedro Costa recebeu de Ricardinho e faz o Benfica chegar à igualdade (4-4). O Freixieiro volta ao ataque, ainda que o Benfica consiga rematar mais vezes, e denota-se o facto de ambas as equipas intentarem pela supremacia numérica. O tento que coloca o Freixieiro de novo na frente resulta de um livre cobrado por Wilson que Cardinal atira para o fundo das redes de Zé Carlos (6,15’). O Freixieiro estava insaciável e mostrava a vontade de ganhar a partida. Nem um minuto tinha findo quando um lance comandado por Wilson, passa por Ivan e é Cardinal quem cruza para Israel finalizar. O golo derradeiro do Freixieiro surge a 3 minutos do final da partida. Ivan recebe assistência de Cardinal e marca o sétimo golo. O Benfica ainda gasta os últimos cartuchos sobre o domínio da formação de Matosinhos e eis que, nos últimos 20 segundos, Pedro Costa reduz para 7-5 a desvantagem.
O Freixieiro conseguiu mais uma vitória na corrida ao título, posicionando-se no terceiro lugar com 40 pontos.


Cartões (Amarelos)
15.17 – Arnaldo (Benfica) amarelo por reclamar falta sobre Nené
5.30 – Cardinal recebe amarelo por protesto quando Gonçalo empurra Israel num lance ofensivo
13.12 – É assinalada falta a Ivan que recebe amarelo
12.18 – É assinalada falta a Gonçalo que recebe amarelo
7.56 – É assinalada falta a Israel que recebe amarelo


A Figura
Israel Alves

Das equipas que se defrontaram hoje destaco os internacionais (Ricardinho, Gonçalo, José Maria, Arnaldo e Pedro Costa (Benfica) e do Freixieiro Ivan e Israel. A selecção nacional de futsal vai defrontar o Irão já na próxima terça-feira, em Santo Tirso, e vai contar com uma novidade: Cardinal. No dia seguinte, ambas as selecções rumam a Vila das Aves para mais um encontro amigável de preparação para as eliminatórias a decorrer próximo mês de Abril para o Campeonato do Mundo Brasil' 2008.

Anabela da Silva Maganinho

Tuesday, March 18, 2008

U2 a 3D

foto extraída do sítio oficial www.u2.com

Os U2 vão estrear, a 3 de Abril, o filme a três dimensões, intitulado "U2-3D", um formato que para ser visualizado exige óculos especiais.
A banda conhecida por imensas experiências audiovisuais lança um inédito no que concerne, especialmente, ao mundo da música. "U2-3D" é o segundo espectáculo que os U2 fazem chegar às salas de cinema e tem como distintivo ser o primeiro concerto gravado em formato 3D. O filme realizado por Catherine Owens acaba por não ser mais do que um concerto gravado em dvd, que contém 14 temas do repertório da banda liderada por Bono Vox e que permite uma maior proximidade com esta que é das bandas mais reconhecidas por todo o mundo.
Já no próximo dia 3, Portugal vai poder ver mais este passo que os U2 concebem.
fonte: "Metro"
Anabela da Silva Maganinho
imagem extraída do sítio oficial do Estrela Vermelha www.sd-crvenazvezda.net
Lucas da Silva, antigo jogador do Boavista, deixa o futebol devido a problemas cardíacos. O atleta que efectivava funções no Estrela Vermelha, de Belgrado, anunciou o término da carreira enquanto jogador quando soube o resultado de um exame de rotina. o português deslocou-se a Itália a fim de realizar um novo exame que viria a confirmar o diagnóstico.

Lucas confessa que é um dos momentos mais complicados da sua vida; no entanto, espera "continuar ligado ao futebol, porque foi sempre o que fiz desde pequeno", assevera o jogador.
Anabela da Silva Maganinho

Monday, March 17, 2008

Os sentidos da música

Tiago, Diogo, Samuel e David
Os Sugarleaf lançaram o álbum de estreia “More than senses”, ontem, no Almada Fórum, num showcase que traduziu o sonho de anos.
David, Diogo, Samuel e Tiago revelaram a emotividade das músicas por entre a emoção pessoal sentida naquele momento que consagrava todo o trabalho. Após terem passado por vicissitudes com o nome inicial Soultaste; não obstante, à falta de apoio por parte da indústria musical, a banda de Lisboa mostrou aos vários fãs presentes que mesmo quando “Everything is so confusing” a música pode ser “More than what you see”.
David confessa que havia alguma expectativa na actuação daquela tarde, sobretudo, porque iria assinalar um novo marco na carreira. “Daqui para a frente vamos fazer tudo o que houver para divulgarmos o disco, de modo, a vermos se conseguimos geramos movimento à nossa volta”, assevera o vocalista. Os Sugarleaf querem dar a conhecer a música que fazem para que as pessoas identifiquem não só a versão do disco, mas, sobretudo, a sonoridade ao vivo, “porque uma coisa são os discos, outra é a banda ao vivo”, declaram.
Um concerto que superou o esperado, uma vez que “muitas foram as que encheram o espaço e compraram o disco”, revela David. Ainda assim a banda está consciente de que aquele foi o primeiro concerto e daí a maior adesão. Por isso, o desafio subsequente vai consistir na visualização do feedback emitido.
No entanto, as prospectivas situam-se a Norte, como revelam os quatro membros: “estamos com vontade de ir ao Norte, pois também queremos sentir o público que podemos ter” e, por isso, “agora vamos tentar ver como vai resultar a comunicação com as pessoas”. Entretanto, ficamos em breve com o videoclip do single “Everything is so confusing”, na Hitlist Portugal.
Uma banda que procura o lugar no mundo da música e que prima pela confiança mesmo perante o “lado inverso” do espectro e, ainda que não se possa “deixar o chão”, o importante é nunca desistir.

Anabela da Silva Maganinho

Sunday, March 16, 2008

Triunfo em off

Leixões e FC Porto bateram-se, no Estádio do Mar, num jogo em que os dragões venceram a partida por um golo em fora-de-jogo.
O árbitro da partida Jorge Sousa não assinalou o lance em que Tarik Sektioui se colocava em posição irregular e deixou assim que o marroquino marcasse o golo que deu a vitória aos portistas.
O encontro entre as equipas nortenhas começou com um remate forte à baliza de Beto. No entanto, a equipa de Matosinhos não se deixou abalar e tentou o ataque por parte de Jorge Gonçalves. Aos 16’ surge a primeira jogada de destaque da partida, Quaresma efectua um remate em tri-vela que o guarda-redes do Leixões consegue amparar. Filipe Oliveira assusta Helton (25’) e o ataque do Leixões cresce por entre o meio campo. Beto mostrou-se imparável ao longo de toda a primeira parte e numa jogada em que Lisandro recebe a bola e quase entra pela baliza, o número 1 da equipa do mar agarra a bola em grande estilo. O Leixões tenta o último remate, antes de recolher aos balneários, por Filipe Oliveira que volta a assustar Helton na sequência de cruzamento.
A entrada para a segunda parte revela um Leixões mais ofensivo que, ainda assim, não consegue superar as dificuldades ofensivas, onde o Porto desvendava a sua supremacia. Eis quando o marcador assinala o primeiro golo da partida por Roberto por cruzamento de Hugo Morais (53’). Jesualdo Ferreira procede às alterações na equipa com a entrada de Tarik Sektioui para o lugar de João Paulo. O treinador do FC Porto tenta recuperar o resultado e, para tal, introduz na equipa um jogador mais ofensivo. O FC Porto começa a armar jogo e com a substituição de Farias por Adriano o dinamismo dos dragões vai-se fazendo notar. Lisandro chega ao golo (77’) sem hipótese de defesa para Beto. O Leixões esgota as substituições com a entrada de Diogo Valente. O jogador quase não chega a assentar no jogo quando o FC Porto começa o ataque que culmina num fora-de-jogo não assinalado a Tarik que acaba por dar os três pontos ao primeiro lugar. Subsequentemente, dois lances semelhantes ao do golo se sucedem aí a equipa de arbitragem já determina que são em fora-de-jogo.
Com a saída de Carlos Brito e com Ezequias indisponível, o Leixões permanece com 21 pontos na 14ª posição da tabela classifica, onde apenas Paços de Ferreira e União de Leiria se encontram na linha de água.





Cartões
amarelos
26’ Bruno China
84’ Fucile


Substituição
55’ FC Porto – João Paulo sai, entra Tarik Sektioui
62’ Leixões – Hugo Morais sai, entra Jorge Duarte
66’ FC Porto – Farias sai, entra Adriano
74’ Leixões – Nuno Silva sai, entra Pedro Cervantes
FC Porto – Marek Cech sai, entra Kazmierzac
78’ Leixões – Roberto sai, entra Diogo Valente

Golos
53’ Roberto
77’ Lisandro
84’ Tarik

A figura
Beto
O guarda-redes do Leixões, apesar de ter sofrido dois golos, fez defesas inigualáveis que asseguraram um melhor desempenho da equipa do mar. Esperamos para ver se a Selecção Nacional espera pelo jogador.


Anabela da Silva Maganinho

Sunday, March 9, 2008

O som do Perfume

Os Perfume apresentaram-se, ontem, num concerto zero realizado no Tertúlia Castelense, na Maia, ao revelarem os dez temas que compõe o registo de estreia homónimo.
A banda conta com nomes conhecidos como AJ Santos, na voz e guitarra, Bruno Oliveira, a cargo da bateria (membros dos Blunder) e com o pianista Elísio Donas (ex-Ornatos Violeta), não obstante, ao guitarrista José Meireles e ao baixista Nelson Reis que compõe a formação mais recente do espectro nacional.
Num concerto intimista, a banda divulgou o perfume por intermédio do aroma que deram a conhecer e da sonoridade que espalharam no recinto do espectáculo. A ausência de Rui Veloso, que assegura a participação na música “Intervalo”, não se fez notar, uma vez que os presentes já conheciam parte do repertório e ecoaram os temas.
O momento alto da noite foi o solo de AJ acompanhado por Elísio ao piano no single “(estrela da) Má Sorte”.
Cantar em português foi a forma que os Perfume escolheram para comunicar com todos aqueles que os quiserem ouvir. A identificação com as músicas e a interacção é o que a banda pretende num “apelo ao sentido mais nobre de todos que é, curiosamente, transformado em música”.

Anabela da Silva Maganinho

Sunday, March 2, 2008

Amizade com sabor a música

Samuel, David, Diogo e Tiago


Os Sugarleaf vão proceder ao lançamento do disco de estreia, intitulado “More than Senses”, no próximo dia 16, no Almada Fórum, e esse vai ser o dia da consagração de todo o caminho percorrido pela banda.
Os Sugarleaf nasceram para a música nacional através de um projecto com o nome de Soultaste, que remonta a Lisboa, no ano de 2004. David Sousa, o vocalista da banda, queria ingressar no mundo da música com alguns temas que tinha composto e, realmente, surgiu a oportunidade para tal: “houve a hipótese de fazer uma apresentação de três ou quatro temas, em conjunto com o lançamento de um livro, na Fnac. Subsequentemente, a loja decidiu apoiar o meu trabalho e avançou, então, com a procura de uma editora para o projecto”, recorda o músico.
No entanto, para ele, fazia mais sentido a partilha de ideias e de um som identitário e isso teria mais nexo numa banda. Resolveu ir à procura de pessoas que quisessem integrar o projecto e que se identificassem com o trabalho, mas, principalmente, de elementos que aceitassem a sua maneira de ser. Começou por conhecer Tiago, por intermédio de amigos músicos, e ao ouvir alguns dos originais descobriu que o guitarrista ia de encontro com as mesmas influências e tinha gostos semelhantes. A posteriori, juntaram-se à formação Diogo e Samuel que faziam parte da escola de música do Tiago e, desde o primeiro ensaio, se estabeleceu uma “comunicação em termos de música e sentimos que tínhamos ligação uns com os outros”, assevera David. A 1 de Dezembro de 2004 uma nova banda começava a rebelar-se no espectro musical português.
Entretanto, o trajecto percorrido no decorrer destes quatro anos nem sempre foi o mais fácil e, ainda que a música “More than what you see” começasse a ser conhecida de início, através da série “Morangos com Açúcar”, a verdade é que o primeiro registo da banda não era encontrado ao dispor. O que os levou a continuar nas mais variadas direcções foi o gosto por aquilo que fazem, não obstante à amizade que se vai mantendo cada vez mais fortalecida.


Anabela (A) – Os Sugarleaf nasceram da filosofia Soultaste, no entanto, aquele que tinha sido o nome adoptado desde o início teve de ser alterado. O que se passou, na realidade, sabendo que foi consequência da morangomania?
David Sousa (DS) –
Apareceu uma banda, com exposição imediata, que tinha um nome similar ao nosso. Sabíamos que isso iria prejudicar, inevitavelmente, o nosso percurso, por que se saíssemos com o nome Soultaste seríamos os segundos a aparecer… ainda que tivéssemos aparecido antes.
Diogo (D) – Lembro-me que tivemos umas semanas um pouco más. Não fazia sentido nenhum as coisas estarem a acontecer daquela forma. Estávamos em mar alto, de um momento para o outro, e não tínhamos hipótese de lançar a âncora para nos agarrarmos a coisa alguma.
DS – Soultaste, enquanto nome, foi um conceito que concordamos todos de início, e continuamos a concordar, uma vez que reúne as nossas ideias do que é a vida que passam através da mensagem que queremos mostrar. O «sabor da alma», traduzido à letra, é um bocadinho daquilo que queremos fazer. Queremos trazer um pouco daquelas coisas – que, por vezes, não são palpáveis ou que não têm adjectivos – e caracterizá-las para que se tornem mais próximas do nosso mundo, porque, inevitavelmente, é um mundo material. Porém, isso foi uma primeira instância, pois até chegamos a um ponto que achamos que era parvoíce estarmo-nos a agarrar a um nome. Mostrámos que temos capacidade para criar um novo nome, com uma nova energia. E, as explicações que podem ser dadas de Sugarleaf, na minha opinião, são muito diferentes daquelas que poderiam atribuir-se a Soultaste. O nosso som, de alguma forma, não se quer preso a rótulos nem a pesos. É um som leve e daí um pouco da natureza e do doce no nome.

A – O gosto pela música suscitou em vocês com projectos precedentes?
DS –
Enveredei por outros projectos, mas nada que tivesse tido notoriedade. Depois acabei por seguir por um projecto a solo, por verificar que as pessoas com quem trabalhava nem sempre se identificavam com o que eu queria fazer. Nunca fui muito agarrado a conceitos elitistas e eruditos do que é fazer música e do que é criar o que quer que seja na vida. O que sai é instintivo e a música, para mim, é um veículo para exteriorizar os meus medos, as minhas mágoas, os meus desejos, os meus sonhos. É o meu diário, digamos assim, é deitar para fora o que penso. Achei que se ninguém se identificava muito mais valia estar sozinho e tentar a solo.
Tiago (T) – Comecei a tocar aos oito anos, só que durante um período estive muito intermitente. A partir dos 18 anos comecei a levar as coisas mais a sério. Estive inserido em bandas de originais, mas com a escola e trabalhos paralelos. O contacto mais forte com banda tive-o um pouco antes de estar com eles; todavia, tudo muito simples, sem notoriedade. Quando nos conhecemos, eu tinha acabado de gravar um EP com temas meus. Entretanto, arrancaram ou Sugarleaf, outrora Soultaste, e, recentemente, tenho um projecto de bares.
Diogo (D) – Tive a minha primeira banda com dez anos. Éramos um grupo de miúdos que tocavam rock&roll e blues. Posteriormente, tive uma banda de originais e chegamos, inclusivamente, a gravar uma maqueta. Com o aparecimento dos Soultaste coincidiu o desenvolvimento de outros projectos de covers e de bares.
Samuel (S) – Quando fiz dez anos recebi uma viola dos meus pais e foi o início do percurso. Comecei a tocar em casa, sempre autodidacta, a ouvir os discos, a inventar, a tentar tocar o que ouvia. Mais tarde, tive um projecto com outra banda até que surgiu o convite para integrar esta banda.

A – Uma das vossas músicas intitula-se “Everything is so confusing”. É verdade que a vossa vida se pode tornar confusa?
DS –
Este percurso tem sido, no mínimo, confuso. As decisões todos os dias estão a mudar e temos de estar em constante mutação para nos tentarmos adaptar. Uma das vantagens que sempre tivemos foi a de nunca tomarmos uma decisão de ânimo leve, por que sabíamos que essa decisão se poderia repercutir, ulteriormente, num percurso limitado ou em ideias que nos colmatassem.
D – As coisas, às vezes, confundem-se um bocado. Estivemos dentro de um casting, a título de exemplo, e, de repente, estávamos com um pé dentro de um processo de massificação e de exposição completamente astronómico. É confuso na medida em que se sai do zero, ou de muito próximo, para uma coisa que nem nós sabemos o que é.
DS – Sentimos o apelo, como qualquer pessoa sente, de querermos expor o nosso trabalho e daí poderia sair a oportunidade; só que quando entendemos as condições que nos queriam impor, consideramos que isso não se identificava connosco. Aquilo que queremos é criar e não estar limitados no que concerne ao aspecto criativo. Então, abdicamos disso e continuamos naquele tal barco um pouco solitário. Houve momentos nos quais o barco parecia estar cheio de participantes e de pessoas que queriam levá-lo a bom porto; contudo, de um momento para o outro, o barco ficava à deriva, sem terra à vista e não sabíamos o que se ia passar.

A – O que surge primeiro a sonoridade ou a letra?
DS –
A sonoridade, 99% das vezes. Muitos autores escrevem primeiros letras e com um conteúdo genial depois tentam fazer uma música que se adeqúe a esse conteúdo. No nosso caso, o que fazemos é dar letra a um sentimento que já está na música. Assim, é bem mais prático e mais real, para nós, fazermos dessa forma. Depois de sentirmos o que é o tema, o que é o ambiente, o que é o sentimento, trazemos uma letra de forma a que uma mensagem se adeqúe com esse sentimento.
D – A melodia vem sempre com essa ambiência que se cria, porque a melodia é sempre a que fica na cabeça, à primeira, e a letra é um processo posterior.

De acordo com a banda, a sonoridade e a letra são duas componentes intrínsecas para a composição de cada música e, por isso, podemos afirmar que há inspirações diferentes que se complementam. Influências que advém das experiências, como alude Tiago, e que se relacionam “com a vida, com estes «More than Senses», assegura Diogo. O baterista revela que existe uma influência mútua da música na letra e da letra na música e que essa influência se traduz numa mensagem, num lugar e num espaço, que está ali representado por música e por letra”.
O que acontece com esta banda é que cada um coloca o seu jeito, o seu estilo, a sua influência nos acordes e, dessa forma, “acabamos por juntarmos as sonoridades, porque há um fio condutor que acaba por nos ligar”. David acaba por assegurar que esta é “a garantia de futuro” que os Sugarleaf, mas, acima de tudo, o Diogo, o Samuel, o Tiago e o David têm para singrarem na vida.
Para quem não conhece os Sugarleaf, David cita uma frase que Diogo deixou para os agradecimentos do álbum que está prestes a ser colocado nas discotecas: “é apenas esta demonstração do estado de graça que é estar vivo”, divulga. O vocalista considera que a banda e o trabalho que têm vindo a desempenhar é, exactamente, “uma demonstração livre daquilo que sentimos”. Esta demonstração implica regras, uma vez que estamos a falar de uma formação “com um intuito profissional”. Não regras no que concerne à sonoridade ou à composição, mas uma banda tem de ter em conta que o trabalho que querem mostrar é um produto para ser vendido e se não for vendido a uma editora pode não haver continuidade. As consequências que poderão repercutir-se numa possível estagnação da banda e depois de tanto lutarem essa não é propriamente a conjuntura que os Sugarleaf prospectivam; porém, “sem nos querermos vergar a essas questões comerciais temos de tentar adaptar as coisas a um formato” para que “a nossa música não acabe por ficar por casa”, atenta David.
Diogo consegue sintetizar os objectivos a que a banda se propõe quando declarar que querem “é mostrar a nossa música às pessoas e que as pessoas ouçam e leiam e sintam e viagem” para que se identifiquem.


A – E do álbum que está prestes a sair? Este é o primeiro álbum dado a conhecer, o que podemos antever?
D –
Tem um arco-íris na capa e uma silhueta dos quatro (risos). Reúne 14 músicas, três das quais em português, com mensagem. No álbum, podemos encontrar coisas que fazem parte do dia-a-dia das pessoas que o vão comprar. Ao invés de estar escrito ou ilustrado por uma imagem, a música é aquela que vai proporcionar vários momentos.
T – Tem mensagens para várias situações e pessoas.
DS – Acaba por trazer um lado despreocupado que está, simultaneamente, bastante atento. O que está neste registo reflecte quatro pessoas de idades diferentes, com educações diferentes, mas que, afinal, têm uma mesma chama interior a cintilar e um mesmo sonho a alcançar. É visível o reflexo da atenção que temos perante a vida e que, muitas vezes, passa despercebido às pessoas. Existem comunicações com um único nível de energia e fazemos parte desse universo e dessa natureza. Neste álbum, está o reflexo de quatro pessoas que quiseram deitar para fora esses textos e essas coisas que guardam na gaveta e que até podem ser motivo para os outros se rirem. Só que é essa persistência, essa vontade de deitar para fora e de querer arriscar que está aqui.

A – Pelos comentários que visualizei, no myspace e em sites do mesmo formato, muitos são aqueles que esperam por este primeiro álbum e o querem ver. Vocês têm expectativas no que diz respeito a este trabalho e à sua disponibilização?
DS –
Expectativa há sempre. Quando começamos a trabalhar e aquando do desenvolvimento de certas ideias, designadamente do videoclip, pairam expectativas para tentarmos entender o que é que as pessoas vão achar dessas ideias que tivemos.
D – Existem vários níveis de expectativas. Detectamos, por um lado, as expectativas da banda que não têm fim, não tem um limite e, por outro, a expectativa real formada por essa não existência do limite. A expectativa real que temos é que, pelo menos, estes “More Than Senses” sejam sentidos e que as pessoas, quando os ouvirem e lerem, sintam alguma coisa como nós sentimos ao compor e, também, ao ouvir.
DS – A mim marcou-me pela diferença o ouvirmos enquanto lemos ou lermos enquanto ouvimos. Fizemo-lo [os quatro] enquanto pessoas que o criamos e é um sentimento completamente diferente que surge. As palavras estão lá; todavia, nem sempre as entendemos a todas. O facto de olharmos para elas naquele momento, materializa-as e dá-lhes a força que quisemos, verdadeiramente, que elas tivessem quando as inserimos.

A – Gostava de saber a vossa opinião acerca do panorama da música nacional e em que medida a inserção das vossas musicas na série televisiva “Morangos com Açúcar” influencia, directamente ou indirectamente, na divulgação do vosso trabalho.
D –
Influencia muito, uma vez que, por exemplo, a música “More than what you see” está em casa de mais de 100 000 pessoas e o disco ainda nem saiu. Essas iniciativas por parte das editoras e das produtoras fazem com que as pessoas ouçam a música e a comprem. No que concerne ao panorama da música, gostava que houvesse mais cultura verdadeira, gostava que houvesse mais música pela música e música pela arte e não música pelo dinheiro, música pelo interesse e pelo mediatismo.
DS – A série foi uma catapulta, da mesma forma que podiam ter sido outras coisas. O nosso início despoletou por ali, não fomos nós quem o escolhemos. Não andamos atrás dos “Morangos com Açúcar” por terem muita audiência nem nada que se pareça, aliás, nunca pensamos sequer que a nossa música viesse a ser inserida na banda sonora da série com essa exposição. Aconteceu e claro que é positivo pela questão da divulgação; no entanto, não queremos, de maneira nenhuma, aproveitar-nos disso.

A – Quanto a concertos, como têm sido e o que têm de especial?
D –
Cada um é diferente do anterior e, com certeza, diferente do seguinte. Gostamos de inovar, de improvisar, de fazer coisas novas e de mostrar as novas roupagens que as músicas podem ganhar. Acontecem, em palco, momentos que nunca tinham acontecido antes e a música livre e espontânea é a nossa música, por que é assim que nasce e é assim que a reproduzimos. Dos próximos concertos as pessoas podem esperar novidades em todos eles, alinhamentos diferentes e dinâmicas distintas. Cada noite é uma noite, cada nota uma nota, cada concerto um único momento especial e irrepetível.

A – E há um palco sobre o qual gostariam de pisar?


D – O Pavilhão Atlântico. Não só por ser um sonho como também é um objectivo a longo prazo. Gostamos de nos projectar em grandes voos, de pensarmos que um dia podemos pisar os maiores palcos portugueses e preparamo-nos todos os dias para isso. Não obstante, seria um privilégio poder tocar em sítios como os Coliseus ou os grandes festivais de verão. Se abrirmos fronteiras, pois os nossos sonhos e ambições não têm fronteiras, gostaríamos de tocar num Red Rocks ou num Central Park ou porque não The Gorge, Madison Square Garden, Royal Albert Hall, House Of Blues.


A – Na vossa página do myspace, vocês dizem que o vosso maior feito é sempre ter a certeza que entre a vossa música e a vossa alma existe um espelho. A vossa música é um espelho da vossa alma ou a vossa alma é que acaba por ser inspirada na música que conseguem?
D –
Isso é uma pergunta difícil; contudo, considero que fazemos música sem pensar muito nela. Preocupamo-nos em não construir obstáculos à liberdade criativa e em dar azo àquilo que sai musicalmente sem grande acção manipuladora. Como disse anteriormente, o carácter improvisador com que fazemos música é muito importante para nós e é, dessa forma, que nos exprimimos e que acabamos por fazer a música. Sim, há um espelho entre a nossa música e a nossa alma, mas não existe relação direccional entre as duas. Existe, simplesmente, o espelho que é uma metáfora para fazermos a música que sentimos e sermos a música que fazemos.

Se lhes perguntarmos até onde eles querem ir a resposta é imediata e, sem marinar, dizem que querem ir o mais longe possível: “queremos continuar a criar livremente e a fazer canções com que nos identifiquemos e, se possível, que o público cante, salte e vibre. Queremos tocar, queremos divertirmo-nos a fazer aquilo que gostamos. Queremos mais música”, anuncia Diogo. Música que poderia passar por um concerto ao lado de Dave Mathews Band, de John Mayer, Vertical Horizon, Kane ou mesmo dos Incubus.
As referências que “não ficam pela música que aparentamos transparecer”, como confessa Diogo, passam “por música electrónica, chill, blues, reggae, funk, jazz, muito jazz. Gostamos de boa música, e boa música não tem rótulo”.
A banda não gosta muito de impor limites e daí o motivo pelo qual as ideias flúem naturalmente. Com a amizade a prevalecer e a fortalecer a relação profissional e pessoal “continuamos a acreditar”, é o que dizem os Sugarleaf “sempre tentamos ter um feedback das pessoas, do que é que era o nosso trabalho e essa foi a nossa maior segurança, porque é importante saber a opinião delas para fundamentarmos o que estamos a fazer”, advoga David, “não fazemos disto algo de transcendente, é algo palpável, alcançável e acreditamos que como seres humanos podemos alcançar o que os outros também alcançam”. Os músicos acreditam que importante é não desistir e que “o exemplo que tiramos para o nosso dia-a-dia, da vida normal, podemos tiramos para a música”.
O sabor mais sentido está prestes a poder ser testado e, sem perguntas ou confidências, o que esperamos é que esta banda nunca “deixe o chão” que lhes custou a firmar, pois mesmo quando as coisas parecem confusas a alma é como uma árvore que nasce e nada a pode deitar a baixo quando “o que fazemos, fazemos com sentimento”.

Anabela da Silva Maganinho

Já agora fica o anúncio por parte dos Sugarleaf "o disco sai dia 16 de Março e estão todos convidadíssimos a apareçerem na Fnac do Almada Fórum, às 17h, para aquele que vai ser, esperamos nós, um grande concerto!" No site http://www.para-e-ouve.com/ pode, inclusive, ver-se o vídeo do single de estreia "Everything is so Confusing”.
Soultaste Yourself

Saturday, March 1, 2008

Um ponto em cima



O Leixões somou mais um empate a duas bolas, desta vez frente à Académica, num jogo a contar para a 21ª jornada da Liga Bwin.
O encontro começou logo com um livre de Paulo Machado, consequência de uma falta sobre Roberto. O Leixões ainda não tinha assentado no jogo, mostrando algum nervosismo nos lances defensivos; no entanto, a equipa do mar conseguiu, aos 4’, um remate ao poste da baliza de Pedro Roma. Esta primeira parte ficaria marcada pela equipa de arbitragem comandada por Carlos Xistra onde dois penalties ficaram por assinalar à equipa do Leixões. A Académica ia tentando esgueirar-se por entre o meio campo, mas sem lances de finalização bem conseguidos.
O golo da equipa da casa chega com um penalty convertido por Roberto (16’).

Vítor Vinha faz falta sobre Jorge Gonçalves e foi o camisola 9 do Leixões quem assinalou o primeiro golo no marcador.
O remate certeiro da formação de Coimbra surge ao minuto 23 pelos pés de Joeano. Um a um no marcador a equipa de Matosinhos ainda não tinha achado o rumo na partida e assim continuou até ao final da primeira parte. A tentativa de lances ofensivos só se notou perto dos 45 quando a bola passa ao lado da baliza da Académica.
As equipas recolhem ao balneário e Carlos Brito faz modificações anotadas com a entrada de Joel para o lugar de Nuno Silva. O Leixões tenta jogadas de ataque e conquista o terreno com um remate que abana com a baliza de Pedro Roma.

A equipa da briosa não se deixa deslumbrar por entre lances mais bem finalizados e tenta a sua sorte nos ataques. Ao 62’ eis que chega o segundo golo da Académica, colocando assim a equipa de Domingos Paciência na frente do marcador. O Leixões começa a ver os três pontos a transcorrerem por águas paradas e com a entrada de Vierinha (63’) tenta o dinamismo. A Académica volta a acordar para o ataque; porém, os lances ofensivos não sentem repercussão (77’). Na altura de se deitarem os últimos cartuchos da partida, o Leixões perde o medo e começa a deitar para fora a essência que culmina com uma grande penalidade cobrada por Jorge Gonçalves. O Leixões chega à igualdade em cima do minuto 90 para desaire da equipa dos estudantes que se mantinham com superioridade no marcador.
Já no período de descontos, um livre nasce da falta sobre o Leixões e um lance semelhante ao anterior que acabou por determinar a grande penalidade voltou a acontecer. Tal como declarou Domingos Paciência no final do encontro “vou ver na televisão".


Este foi mais um jogo em que se prestou homenagem a Cabral Ferreira e, não obstante, se deixou a mensagem “não ao racismo”.




Cartões
amarelos
6' Filipe Oliveira (LSC)
17’ Vitor Vinha (AAC)
33' Pedrinho (AAC)
59’ Joeano (AAC)

80’ Paulo Sérgio (AAC)


Golo
16’ Penalty batido por Roberto (1-0)

23' Joeano (1-1)

62' Joeano (1-2)

90' Penalty cobreado por Jorge Gonçalves (2-2)

Substituição
46' substituição do Leixões Nuno Silva sai entra Joel

59’ substituição AAC sai Vítor Vinha entra Cleber
63’ substituição do leixões entra Vieirinha sai Hugo Morais
71’ substituição do Leixões sai Ezequias entra Pedro Cervantes (Ezequias bastante aplaudido pela massa associativa do clube de Matosinhos)
77’ substituição da AAC Joeano sai entra Miguel Pedro
81’ substituição da AAC Luís Aguiar sai entra Edgar

A figura
Paulo Machado



Anabela da Silva Maganinho