Sunday, March 2, 2008

Amizade com sabor a música

Samuel, David, Diogo e Tiago


Os Sugarleaf vão proceder ao lançamento do disco de estreia, intitulado “More than Senses”, no próximo dia 16, no Almada Fórum, e esse vai ser o dia da consagração de todo o caminho percorrido pela banda.
Os Sugarleaf nasceram para a música nacional através de um projecto com o nome de Soultaste, que remonta a Lisboa, no ano de 2004. David Sousa, o vocalista da banda, queria ingressar no mundo da música com alguns temas que tinha composto e, realmente, surgiu a oportunidade para tal: “houve a hipótese de fazer uma apresentação de três ou quatro temas, em conjunto com o lançamento de um livro, na Fnac. Subsequentemente, a loja decidiu apoiar o meu trabalho e avançou, então, com a procura de uma editora para o projecto”, recorda o músico.
No entanto, para ele, fazia mais sentido a partilha de ideias e de um som identitário e isso teria mais nexo numa banda. Resolveu ir à procura de pessoas que quisessem integrar o projecto e que se identificassem com o trabalho, mas, principalmente, de elementos que aceitassem a sua maneira de ser. Começou por conhecer Tiago, por intermédio de amigos músicos, e ao ouvir alguns dos originais descobriu que o guitarrista ia de encontro com as mesmas influências e tinha gostos semelhantes. A posteriori, juntaram-se à formação Diogo e Samuel que faziam parte da escola de música do Tiago e, desde o primeiro ensaio, se estabeleceu uma “comunicação em termos de música e sentimos que tínhamos ligação uns com os outros”, assevera David. A 1 de Dezembro de 2004 uma nova banda começava a rebelar-se no espectro musical português.
Entretanto, o trajecto percorrido no decorrer destes quatro anos nem sempre foi o mais fácil e, ainda que a música “More than what you see” começasse a ser conhecida de início, através da série “Morangos com Açúcar”, a verdade é que o primeiro registo da banda não era encontrado ao dispor. O que os levou a continuar nas mais variadas direcções foi o gosto por aquilo que fazem, não obstante à amizade que se vai mantendo cada vez mais fortalecida.


Anabela (A) – Os Sugarleaf nasceram da filosofia Soultaste, no entanto, aquele que tinha sido o nome adoptado desde o início teve de ser alterado. O que se passou, na realidade, sabendo que foi consequência da morangomania?
David Sousa (DS) –
Apareceu uma banda, com exposição imediata, que tinha um nome similar ao nosso. Sabíamos que isso iria prejudicar, inevitavelmente, o nosso percurso, por que se saíssemos com o nome Soultaste seríamos os segundos a aparecer… ainda que tivéssemos aparecido antes.
Diogo (D) – Lembro-me que tivemos umas semanas um pouco más. Não fazia sentido nenhum as coisas estarem a acontecer daquela forma. Estávamos em mar alto, de um momento para o outro, e não tínhamos hipótese de lançar a âncora para nos agarrarmos a coisa alguma.
DS – Soultaste, enquanto nome, foi um conceito que concordamos todos de início, e continuamos a concordar, uma vez que reúne as nossas ideias do que é a vida que passam através da mensagem que queremos mostrar. O «sabor da alma», traduzido à letra, é um bocadinho daquilo que queremos fazer. Queremos trazer um pouco daquelas coisas – que, por vezes, não são palpáveis ou que não têm adjectivos – e caracterizá-las para que se tornem mais próximas do nosso mundo, porque, inevitavelmente, é um mundo material. Porém, isso foi uma primeira instância, pois até chegamos a um ponto que achamos que era parvoíce estarmo-nos a agarrar a um nome. Mostrámos que temos capacidade para criar um novo nome, com uma nova energia. E, as explicações que podem ser dadas de Sugarleaf, na minha opinião, são muito diferentes daquelas que poderiam atribuir-se a Soultaste. O nosso som, de alguma forma, não se quer preso a rótulos nem a pesos. É um som leve e daí um pouco da natureza e do doce no nome.

A – O gosto pela música suscitou em vocês com projectos precedentes?
DS –
Enveredei por outros projectos, mas nada que tivesse tido notoriedade. Depois acabei por seguir por um projecto a solo, por verificar que as pessoas com quem trabalhava nem sempre se identificavam com o que eu queria fazer. Nunca fui muito agarrado a conceitos elitistas e eruditos do que é fazer música e do que é criar o que quer que seja na vida. O que sai é instintivo e a música, para mim, é um veículo para exteriorizar os meus medos, as minhas mágoas, os meus desejos, os meus sonhos. É o meu diário, digamos assim, é deitar para fora o que penso. Achei que se ninguém se identificava muito mais valia estar sozinho e tentar a solo.
Tiago (T) – Comecei a tocar aos oito anos, só que durante um período estive muito intermitente. A partir dos 18 anos comecei a levar as coisas mais a sério. Estive inserido em bandas de originais, mas com a escola e trabalhos paralelos. O contacto mais forte com banda tive-o um pouco antes de estar com eles; todavia, tudo muito simples, sem notoriedade. Quando nos conhecemos, eu tinha acabado de gravar um EP com temas meus. Entretanto, arrancaram ou Sugarleaf, outrora Soultaste, e, recentemente, tenho um projecto de bares.
Diogo (D) – Tive a minha primeira banda com dez anos. Éramos um grupo de miúdos que tocavam rock&roll e blues. Posteriormente, tive uma banda de originais e chegamos, inclusivamente, a gravar uma maqueta. Com o aparecimento dos Soultaste coincidiu o desenvolvimento de outros projectos de covers e de bares.
Samuel (S) – Quando fiz dez anos recebi uma viola dos meus pais e foi o início do percurso. Comecei a tocar em casa, sempre autodidacta, a ouvir os discos, a inventar, a tentar tocar o que ouvia. Mais tarde, tive um projecto com outra banda até que surgiu o convite para integrar esta banda.

A – Uma das vossas músicas intitula-se “Everything is so confusing”. É verdade que a vossa vida se pode tornar confusa?
DS –
Este percurso tem sido, no mínimo, confuso. As decisões todos os dias estão a mudar e temos de estar em constante mutação para nos tentarmos adaptar. Uma das vantagens que sempre tivemos foi a de nunca tomarmos uma decisão de ânimo leve, por que sabíamos que essa decisão se poderia repercutir, ulteriormente, num percurso limitado ou em ideias que nos colmatassem.
D – As coisas, às vezes, confundem-se um bocado. Estivemos dentro de um casting, a título de exemplo, e, de repente, estávamos com um pé dentro de um processo de massificação e de exposição completamente astronómico. É confuso na medida em que se sai do zero, ou de muito próximo, para uma coisa que nem nós sabemos o que é.
DS – Sentimos o apelo, como qualquer pessoa sente, de querermos expor o nosso trabalho e daí poderia sair a oportunidade; só que quando entendemos as condições que nos queriam impor, consideramos que isso não se identificava connosco. Aquilo que queremos é criar e não estar limitados no que concerne ao aspecto criativo. Então, abdicamos disso e continuamos naquele tal barco um pouco solitário. Houve momentos nos quais o barco parecia estar cheio de participantes e de pessoas que queriam levá-lo a bom porto; contudo, de um momento para o outro, o barco ficava à deriva, sem terra à vista e não sabíamos o que se ia passar.

A – O que surge primeiro a sonoridade ou a letra?
DS –
A sonoridade, 99% das vezes. Muitos autores escrevem primeiros letras e com um conteúdo genial depois tentam fazer uma música que se adeqúe a esse conteúdo. No nosso caso, o que fazemos é dar letra a um sentimento que já está na música. Assim, é bem mais prático e mais real, para nós, fazermos dessa forma. Depois de sentirmos o que é o tema, o que é o ambiente, o que é o sentimento, trazemos uma letra de forma a que uma mensagem se adeqúe com esse sentimento.
D – A melodia vem sempre com essa ambiência que se cria, porque a melodia é sempre a que fica na cabeça, à primeira, e a letra é um processo posterior.

De acordo com a banda, a sonoridade e a letra são duas componentes intrínsecas para a composição de cada música e, por isso, podemos afirmar que há inspirações diferentes que se complementam. Influências que advém das experiências, como alude Tiago, e que se relacionam “com a vida, com estes «More than Senses», assegura Diogo. O baterista revela que existe uma influência mútua da música na letra e da letra na música e que essa influência se traduz numa mensagem, num lugar e num espaço, que está ali representado por música e por letra”.
O que acontece com esta banda é que cada um coloca o seu jeito, o seu estilo, a sua influência nos acordes e, dessa forma, “acabamos por juntarmos as sonoridades, porque há um fio condutor que acaba por nos ligar”. David acaba por assegurar que esta é “a garantia de futuro” que os Sugarleaf, mas, acima de tudo, o Diogo, o Samuel, o Tiago e o David têm para singrarem na vida.
Para quem não conhece os Sugarleaf, David cita uma frase que Diogo deixou para os agradecimentos do álbum que está prestes a ser colocado nas discotecas: “é apenas esta demonstração do estado de graça que é estar vivo”, divulga. O vocalista considera que a banda e o trabalho que têm vindo a desempenhar é, exactamente, “uma demonstração livre daquilo que sentimos”. Esta demonstração implica regras, uma vez que estamos a falar de uma formação “com um intuito profissional”. Não regras no que concerne à sonoridade ou à composição, mas uma banda tem de ter em conta que o trabalho que querem mostrar é um produto para ser vendido e se não for vendido a uma editora pode não haver continuidade. As consequências que poderão repercutir-se numa possível estagnação da banda e depois de tanto lutarem essa não é propriamente a conjuntura que os Sugarleaf prospectivam; porém, “sem nos querermos vergar a essas questões comerciais temos de tentar adaptar as coisas a um formato” para que “a nossa música não acabe por ficar por casa”, atenta David.
Diogo consegue sintetizar os objectivos a que a banda se propõe quando declarar que querem “é mostrar a nossa música às pessoas e que as pessoas ouçam e leiam e sintam e viagem” para que se identifiquem.


A – E do álbum que está prestes a sair? Este é o primeiro álbum dado a conhecer, o que podemos antever?
D –
Tem um arco-íris na capa e uma silhueta dos quatro (risos). Reúne 14 músicas, três das quais em português, com mensagem. No álbum, podemos encontrar coisas que fazem parte do dia-a-dia das pessoas que o vão comprar. Ao invés de estar escrito ou ilustrado por uma imagem, a música é aquela que vai proporcionar vários momentos.
T – Tem mensagens para várias situações e pessoas.
DS – Acaba por trazer um lado despreocupado que está, simultaneamente, bastante atento. O que está neste registo reflecte quatro pessoas de idades diferentes, com educações diferentes, mas que, afinal, têm uma mesma chama interior a cintilar e um mesmo sonho a alcançar. É visível o reflexo da atenção que temos perante a vida e que, muitas vezes, passa despercebido às pessoas. Existem comunicações com um único nível de energia e fazemos parte desse universo e dessa natureza. Neste álbum, está o reflexo de quatro pessoas que quiseram deitar para fora esses textos e essas coisas que guardam na gaveta e que até podem ser motivo para os outros se rirem. Só que é essa persistência, essa vontade de deitar para fora e de querer arriscar que está aqui.

A – Pelos comentários que visualizei, no myspace e em sites do mesmo formato, muitos são aqueles que esperam por este primeiro álbum e o querem ver. Vocês têm expectativas no que diz respeito a este trabalho e à sua disponibilização?
DS –
Expectativa há sempre. Quando começamos a trabalhar e aquando do desenvolvimento de certas ideias, designadamente do videoclip, pairam expectativas para tentarmos entender o que é que as pessoas vão achar dessas ideias que tivemos.
D – Existem vários níveis de expectativas. Detectamos, por um lado, as expectativas da banda que não têm fim, não tem um limite e, por outro, a expectativa real formada por essa não existência do limite. A expectativa real que temos é que, pelo menos, estes “More Than Senses” sejam sentidos e que as pessoas, quando os ouvirem e lerem, sintam alguma coisa como nós sentimos ao compor e, também, ao ouvir.
DS – A mim marcou-me pela diferença o ouvirmos enquanto lemos ou lermos enquanto ouvimos. Fizemo-lo [os quatro] enquanto pessoas que o criamos e é um sentimento completamente diferente que surge. As palavras estão lá; todavia, nem sempre as entendemos a todas. O facto de olharmos para elas naquele momento, materializa-as e dá-lhes a força que quisemos, verdadeiramente, que elas tivessem quando as inserimos.

A – Gostava de saber a vossa opinião acerca do panorama da música nacional e em que medida a inserção das vossas musicas na série televisiva “Morangos com Açúcar” influencia, directamente ou indirectamente, na divulgação do vosso trabalho.
D –
Influencia muito, uma vez que, por exemplo, a música “More than what you see” está em casa de mais de 100 000 pessoas e o disco ainda nem saiu. Essas iniciativas por parte das editoras e das produtoras fazem com que as pessoas ouçam a música e a comprem. No que concerne ao panorama da música, gostava que houvesse mais cultura verdadeira, gostava que houvesse mais música pela música e música pela arte e não música pelo dinheiro, música pelo interesse e pelo mediatismo.
DS – A série foi uma catapulta, da mesma forma que podiam ter sido outras coisas. O nosso início despoletou por ali, não fomos nós quem o escolhemos. Não andamos atrás dos “Morangos com Açúcar” por terem muita audiência nem nada que se pareça, aliás, nunca pensamos sequer que a nossa música viesse a ser inserida na banda sonora da série com essa exposição. Aconteceu e claro que é positivo pela questão da divulgação; no entanto, não queremos, de maneira nenhuma, aproveitar-nos disso.

A – Quanto a concertos, como têm sido e o que têm de especial?
D –
Cada um é diferente do anterior e, com certeza, diferente do seguinte. Gostamos de inovar, de improvisar, de fazer coisas novas e de mostrar as novas roupagens que as músicas podem ganhar. Acontecem, em palco, momentos que nunca tinham acontecido antes e a música livre e espontânea é a nossa música, por que é assim que nasce e é assim que a reproduzimos. Dos próximos concertos as pessoas podem esperar novidades em todos eles, alinhamentos diferentes e dinâmicas distintas. Cada noite é uma noite, cada nota uma nota, cada concerto um único momento especial e irrepetível.

A – E há um palco sobre o qual gostariam de pisar?


D – O Pavilhão Atlântico. Não só por ser um sonho como também é um objectivo a longo prazo. Gostamos de nos projectar em grandes voos, de pensarmos que um dia podemos pisar os maiores palcos portugueses e preparamo-nos todos os dias para isso. Não obstante, seria um privilégio poder tocar em sítios como os Coliseus ou os grandes festivais de verão. Se abrirmos fronteiras, pois os nossos sonhos e ambições não têm fronteiras, gostaríamos de tocar num Red Rocks ou num Central Park ou porque não The Gorge, Madison Square Garden, Royal Albert Hall, House Of Blues.


A – Na vossa página do myspace, vocês dizem que o vosso maior feito é sempre ter a certeza que entre a vossa música e a vossa alma existe um espelho. A vossa música é um espelho da vossa alma ou a vossa alma é que acaba por ser inspirada na música que conseguem?
D –
Isso é uma pergunta difícil; contudo, considero que fazemos música sem pensar muito nela. Preocupamo-nos em não construir obstáculos à liberdade criativa e em dar azo àquilo que sai musicalmente sem grande acção manipuladora. Como disse anteriormente, o carácter improvisador com que fazemos música é muito importante para nós e é, dessa forma, que nos exprimimos e que acabamos por fazer a música. Sim, há um espelho entre a nossa música e a nossa alma, mas não existe relação direccional entre as duas. Existe, simplesmente, o espelho que é uma metáfora para fazermos a música que sentimos e sermos a música que fazemos.

Se lhes perguntarmos até onde eles querem ir a resposta é imediata e, sem marinar, dizem que querem ir o mais longe possível: “queremos continuar a criar livremente e a fazer canções com que nos identifiquemos e, se possível, que o público cante, salte e vibre. Queremos tocar, queremos divertirmo-nos a fazer aquilo que gostamos. Queremos mais música”, anuncia Diogo. Música que poderia passar por um concerto ao lado de Dave Mathews Band, de John Mayer, Vertical Horizon, Kane ou mesmo dos Incubus.
As referências que “não ficam pela música que aparentamos transparecer”, como confessa Diogo, passam “por música electrónica, chill, blues, reggae, funk, jazz, muito jazz. Gostamos de boa música, e boa música não tem rótulo”.
A banda não gosta muito de impor limites e daí o motivo pelo qual as ideias flúem naturalmente. Com a amizade a prevalecer e a fortalecer a relação profissional e pessoal “continuamos a acreditar”, é o que dizem os Sugarleaf “sempre tentamos ter um feedback das pessoas, do que é que era o nosso trabalho e essa foi a nossa maior segurança, porque é importante saber a opinião delas para fundamentarmos o que estamos a fazer”, advoga David, “não fazemos disto algo de transcendente, é algo palpável, alcançável e acreditamos que como seres humanos podemos alcançar o que os outros também alcançam”. Os músicos acreditam que importante é não desistir e que “o exemplo que tiramos para o nosso dia-a-dia, da vida normal, podemos tiramos para a música”.
O sabor mais sentido está prestes a poder ser testado e, sem perguntas ou confidências, o que esperamos é que esta banda nunca “deixe o chão” que lhes custou a firmar, pois mesmo quando as coisas parecem confusas a alma é como uma árvore que nasce e nada a pode deitar a baixo quando “o que fazemos, fazemos com sentimento”.

Anabela da Silva Maganinho

Já agora fica o anúncio por parte dos Sugarleaf "o disco sai dia 16 de Março e estão todos convidadíssimos a apareçerem na Fnac do Almada Fórum, às 17h, para aquele que vai ser, esperamos nós, um grande concerto!" No site http://www.para-e-ouve.com/ pode, inclusive, ver-se o vídeo do single de estreia "Everything is so Confusing”.
Soultaste Yourself

2 comments:

Anonymous said...

eles são muito bons!!!

Anonymous said...

Uma coisa é certa: estes rapazes vão longe.
Se isto é o lançamento, esperem para ver o que vem a seguir.
Com referências musicais como David Matews, Pat Matheny, Lee Ritenour entre outros, o que se pode esperar dos SUGARLEAF, é e será, com certeza o inicio de uma nova era na qualidade das bandas musicais Portuguesas.
Muito se poderia aprofundar com o lançamento deste album, no que respeita ás tendências musicais, e os sentimentos que nas entrelinhas se pode ler e ouvir; porém deixemos á consideração de cada um fazer essa leitura.
Uma coisa é certa: o conteúdo é bom.... PARABÉNS
19-03-2008
J.S.