Thursday, January 31, 2008

Fernanda Lapa sem medo com TEM

Fernanda Lapa como Chavela Vargas

O Teatro em Matosinhos (TEM) reabre amanhã, na Galeria Nave dos Paços do Concelho com peças de teatro da Escola de Mulheres.
"Imagina que descalcei o sapato e agora não o consigo enfiar" é a peça que enceta a iniciativa - dia 1 e 2 de Fevereiro -, neste novo ano, uma encenação de Marta Lapa que conta com as interpretações de Marina Albuquerque, Isabel Ribas e Meredith Kitchen.

Marta Lapa encaminha-nos a um outro nome muito conhecido no espectro nacional: Fernanda Lapa. Em Março, a actriz Fernanda Lapa vai regressar à cidade de Matosinhos após a interpretação de personagens notáveis como Chavela Vargas. Acompanhada por António Reis, Filomena Cautela e Carlos Peixoto, Fernanda dará a vida a mais uma peça encenada por Luísa Pinto, com textos dos jornalistas Filipe e Pedro Pinto (um núcleo que nos lembra, exactamente, a peça "Chavela"), intitulada por "Mil olhos de vidro".

O ciclo de teatro decorrerá até ao mês de Abril, em Matosinhos, e o sucesso do ano transacto é o que se prevê neste objectivo de chamar pessoas à arte da representação.

Anabela da Silva Maganinho
A peça Chavela pode ser encontrada neste blog, assim como a entrevista à actriz Fernanda Lapa

Monday, January 28, 2008

A flama do hóquei no jogo da vida

Tiago Marques (#9) e João Oliveira (#20)
João Oliveira e Tiago Marques, jogadores da selecção nacional de hóquei em campo, voltaram, esta época, ao serviço do clube que os viu nascer enquanto profissionais: o Grupo Desportivo do Viso.
Tiago Marques, entretanto, esteve no União de Lamas, clube que se sagrou bicampeão nacional, venceu a Taça de Portugal, a Supertaça e, ainda, alcançou a segunda posição na Liga dos Campeões, na divisão C. A posteriori, rumou a Espanha, onde actuou pelo RC Jolaseta, e regressou a Portugal duas semanas antes do campeonato espanhol acabar. Esteve ao serviço da Académica de Espinho e agora regressa ao «clube do coração».
João Oliveira conquistou o lugar na selecção com o contributo que deu à Académica de Espinho, mas nem por isso baixou os braços na hora de impulsionar a recolocação do Viso nas competições oficiais.
Estes dois jogadores, juntamente com algumas colaborações, conseguiram reactivar a chama do GD Viso e estão prontos para competir no campeonato que está prestes a começar.

Anabela (A) – Com que idade e em que clube é que iniciaram o vosso percurso no hóquei em campo?
João Oliveira (JO) – Iniciei o meu percurso aos seis anos. O Viso foi o meu primeiro clube e aqui permaneci até aos 16 anos. A modalidade acabou por se extinguir para o clube e fui jogar para a Académica de Espinho, clube no qual estive cinco anos.
Tiago Marques (TM) – Com 16 anos estreei-me ao serviço do Viso. No final dessa época o hóquei acabou no clube e foi então que fui para o Lamas. No ano transacto estive em Espanha e quando voltei fui para a Académica de Espinho

A – A que se deve a escolha desta modalidade por entre tantas outras?
TM –
O meu pai jogava hóquei no Viso. Eu ia com ele ver os jogos e dava-me bem com toda as pessoas do hóquei.
JO – Foi o caminho a seguir. A minha família está toda ligada à modalidade, desde os meus primos, os meus tios, inclusivamente, os meus pais e o meu irmão jogavam hóquei em campo.

A – Qual é, na vossa opinião, a essência do hóquei?
TM –
O hóquei sempre foi o modo de poder estar com os meus amigos, jogar com os meus amigos, jogar com a minha segunda família que é o Viso.
JO – É um desporto social de muita convivência que vai para além do próprio jogo. Há uma constante envolvência da família, dos amigos e é essa a essência do hóquei. Em Portugal, não é muito usual essa imagem; no entanto, no estrangeiro conseguimos ver famílias inteiras – dos 6 aos 60 anos – num campo a jogar hóquei por lazer. Na Holanda, por exemplo, tivemos a oportunidade de ir lá em Maio e víamos frequentemente isso.

No espectro do hóquei em campo os dois jogadores agregam a mesma referência no que concerne ao plano nacional: José Catarino. O jogador e treinador da Académica de Espinho, de acordo com a concepção de João Oliveira, “é uma pessoa fabulosa, muito bom jogador e é um ídolo”. Não obstante, o número 20 menciona o primo e o irmão como pessoas “que sempre me inspiraram muito”. Ao nível internacional o destaque coincide no momento em que nomeiam Christopher Zeller. João elege o jogador alemão, por que para “além de ser jovem é já um jogador top mundial”. Tiago Marques acrescenta à lista de preferências o seu pai, os holandeses Taeke Taekema e Teun de Nooijer e o espanhol Santi Freixa.
Outrora actuante nas competições espanholas, Tiago não releva grandes dissemelhanças em relação ao campeonato luso: “um maior ritmo competitivo. Há uma mentalidade diferente de analisar tudo, tanto nos treinos como nos jogos, mas não há uma diferença tão grande como algumas pessoas possam pensar”, assevera o número 9. Sem se considerar um entre os melhores apenas se assume como “um jogador como muitos outros e todos podemos melhorar”. Hoje no GD Viso, revela que pensou voltar para o clube de Bilbao “até porque lá recebemos para jogar, ao contrário daqui, mas o facto de o Viso ter regressado e ser o meu clube não facilita muito isso. Não que o clube faça alguma coisa para eu não ir; porém, eu próprio é que não quero sair daqui”, confessa o atleta.

A – Neste momento, que lugar é que o hóquei ocupa nas vossas vidas?
JO –
Em primeiro o hóquei, depois a família, os amigos e, finalmente, os estudos.
TM – Já acabei a licenciatura; todavia, o hóquei esteve sempre em primeiro lugar, embora não devesse ser assim.

A – Que o clube internacional vocês gostariam de estar a representar?
TM –
Gostava de jogar no Amesterdam, pelo campeonato e mesmo pelo clube que gosto apesar de, normalmente, não ser o melhor, ou, então, o Roterdam.
JO – Gostava de ir para a Holanda e o Roterdam seria a minha predilecção por causa da Fátima Moreira de Melo. (risos)

A – E o clube pelo qual desempenham funções – o GD Viso – o que vos diz enquanto clube?
JO –
Eu cresci aqui. Desde que me lembro de mim, lembro-me do Viso e não conseguia jogar noutro clube. Já joguei na Académica, mas, neste momento, não me estava a ver num outro clube, não conseguia. Só por valores astronómicos e mesmo assim não era fácil. Ficamos muito contentes por o Viso regressar às competições oficiais.
TM– É um clube que representa muito. Não nasci aqui, mas vim desde pequeno para o Viso com o meu pai e recordo-me de muita coisa. Este clube traduz-se nos meus amigos e na minha aprendizagem. Aprendi muita coisa da minha maneira de ver a vida, do meu crescimento e, para mim, é uma família.

A – Quais os objectivos para esta época? E que ambições ressaltam como prospectivas, neste clube?
TM –
Para mim, o objectivo desta época é competir. Não tenho o objectivo de ganhar o campeonato, ainda que se pudermos chegar à final dos play-offs seja muito bom, uma vez que no próximo ano estaríamos nas competições europeias. Tenho sempre o objectivo de ser campeão; contudo, não me parece que seja um objectivo muito realista, neste momento. Para o futuro ambiciono mesmo ser campeão, não pode ser de outra maneira.
JO – O objectivo é evoluirmos. A equipa foi construída de novo, voltaram jogadores que já não competiam há cinco anos e penso que era injusto estar a pedir-lhes o que quer que seja. Devemos todos fazer um esforço e tentar evoluir para que todos juntos possamos chegar longe. Considero que, em Portugal, o nível não é assim tão elevado e podemos fazer coisas bonitas este ano.

A – Como está a ser preparada a pré-época?
TM –
Esta época foi preparada e está a ser preparada na medida dos possíveis. Não é da melhor maneira que poderia ter sido feita; porém, é da maneira que foi possível. Todas as pessoas estão envolvidas e isso é já de louvar. Ainda assim faltam alguns jogadores, precisamos de um pouco de organização e de pessoas para «comandarem o barco».

A – Perante os clubes que vocês vão defrontar, qual aquele que vos parece mais difícil?
TM –
Curiosamente é o Lousada. Ganhamos agora o encontro com eles, mas parece-me que vai ser o mais complicado de defrontar. É a equipa mais equilibrada e que tem, se calhar, um plantel com maior qualidade.
JO – Penso que será o Ramaldense. Foram campeões no ano passado, já ganharam a Taça de Portugal este ano e estão motivados. Uma equipa quando ganha quer sempre ganhar mais e o Ramaldense, para mim, é agora uma equipa mais forte. Apesar do Lousada e da Académica jogarem um hóquei muito evoluído, «um hóquei bonito», muitas vezes não é tão objectivo como o do Ramaldense. No entanto, o campeonato prima por ser muito equilibrado e qualquer uma das sete equipas que vão participar pode chegar à final. O Ramaldense tem a sede de ganhar que o destaca das outras, mas tanto o Benfica, como o Lamas, como o Viso podem chegar à final e depois tudo pode acontecer.

O hóquei em campo ainda não teve o reconhecimento no panorama do desporto nacional e “as coisas poderiam estar melhores”, como salienta Tiago Marques, “eu não me lembro disso, mas os mais velhos falam – e é um dado adquirido – que, antigamente, aquando dos pelados havia mais equipas, muitos mais jogadores e muito mais público a ver hóquei. Isso hoje não acontece apesar do hóquei português estar muito mais evoluído. No entanto, as coisas já estiveram piores e com a vinda do Viso pode começar a melhorar”.
João Oliveira acredita que “em tudo podemos sempre melhorar” e o futuro “depende de muita formação e de quem vamos trazer para a modalidade”. Este jogador encara o hóquei “como um desporto apaixonante” e ressalta que não é qualquer desportista que faz “600 quilómetros, num dia, só pelo prazer de ir jogar 70 minutos. Não ganha nada com isso a não ser ir fazer um jogo de hóquei”.
Jogos que podem ser frente a equipas mais fortes, tanto no que diz respeito ao campeonato nacional como às partidas da selecção; porém, que não os fazem encarar senão como mais um encontro. Tiago Marques expõe que cada jogo é visto de uma maneira “para ganhar”. Com a consciência de que, às vezes, é bastante complicado afiança que “só jogando, só perdendo, só lutando é que uma pessoa vai evoluir. Para mim, jogar contra a Grécia e jogar contra a Holanda não é a mesma coisa, mas a minha mentalidade perante o jogo é a mesma”. A experiência de João Oliveira ao serviço dos «linces» ainda é curta; contudo, está ciente de “que não temos o nível para estar na divisão B. Podemos jogar um ou outro jogo a esse nível, mas acho que é cedo para nos afirmarmos”. A razão é muito simples: a realidade. Sete selecções competem na mesma divisão; porém, as realidades que as acercam são completamente distintas da que se presentifica em Portugal: “eles têm muitos mais atletas, muitas mais equipas, muito mais competição e condições”, afirma.
E, se falarmos em momentos de pressão que circunscrevem as demais modalidades, vemos que o hóquei não é divergente e tal como Tiago garante “os momentos de pressão não são diferentes por causa das modalidades serem diferentes. A pressão está sobre o erro e podemos errar em todas as modalidades. Aliás, na vida também temos essa pressão, uma vez que o erro existe”.
A pressão que aumenta “quando se quer ganhar. Para ganhar é preciso reduzir o número de erros e, então, temos sempre a pressão de fazer tudo bem ou de errar o menos possível”, justifica João.

A – O que significou estar a representar a selecção e viver o campeonato europeu em Portugal?
TM –
Para mim e para qualquer jogador representar a selecção é um orgulho. Este foi um Europeu atípico por ter sido em Lisboa. O hóquei está mais centralizado no Porto e isso foi um motivo pelo qual não tivemos muita gente nos jogos. Podia ter sido feito de outra maneira; contudo, é sempre bom termos um Europeu em Portugal e podermos jogar em casa.
JO – Em qualquer modalidade o objectivo é estar sempre entre os melhores. E para isso é necessário ser chamado às selecções. Qualquer pessoa que entra na modalidade tem como finalidade chegar ao seu melhor nível. Vivo sempre os jogos da mesma maneira, quer seja na selecção quer seja no clube, mas óbvio que é sempre um orgulho ver o público todo a apoiar-nos.

A – O que aspiravam neste campeonato da Europa?
JO –
O sonho era conseguir chegar aos pré-olímpicos. Uma prospectiva que não digo que fosse irrealista, porque se estávamos lá é porque podíamos chegar, no entanto, falta-nos maturidade e competição. Ainda assim empatamos com uma equipa que subiu à divisão A, selecção que daqui a dois anos vai competir entre as oito melhores. Portugal nunca conseguiu um apuramento para os pré-olímpicos e era um orgulho que poderia denotar uma evolução no hóquei.
TM – Sim, o objectivo era esse e considero que não era assim tão impensável. Falhamos por pequenos erros e fomos nós quem perdemos, não eles que ganharam. Com mais maturidade e com uma outra forma de encarar os jogos conseguíamos melhores resultados, excepto no jogo contra a Polónia em que eles foram, claramente, superiores.

A – Acham que Portugal ainda poderá ser um potencial vencedor para a divisão A?
TM –
Tudo é possível…
JO – Num futuro bem longínquo. Estamos a 30 anos do top. O que se está a fazer agora faz-se na Holanda, na Alemanha ou até em Espanha há mais de 20 anos. No nosso país, só há a mentalidade de um desporto que é o futebol e para conseguir resultados é preciso, não raras vezes, emigrar por que aqui não são criadas condições para evoluir. Esta é vista como uma modalidade onde se juntam 11 amigos para fazer uns jogos e não há investimento por parte de ninguém. Se apostássemos noutras modalidades talvez pudéssemos ir longe e aí porque não ganhar uma divisão A? Só que com as prospectivas que temos isso é um objectivo completamente irrealista.
TM – A Espanha, presentemente, é uma das melhores selecções do mundo. Eu estive lá e a realidade deles é diferente, mas não é assim tão superior quanto isso: têm uns pólos bem definidos em que o estrato social é muito alto e, porventura, isso também os beneficia muito. Portugal funciona ao contrário no sentido em que o estrato social baixo é que pratica a modalidade. Ainda assim penso que temos capacidade para isso. Portugal tem as características ideais para praticar jogos de hóquei, partindo do exemplo do hóquei em patins. Temos qualidades para isso, agora é preciso explorá-las. Não é do nada que as pessoas fazem alguma coisa. Se trabalharmos bastante não digo que podemos ganhar a divisão A; porém, é possível chegar à divisão A.

A – Qual consideram ser o vosso contributo ao nível do mundo do hóquei?
TM –
O meu contributo é o melhor possível. Faço sempre o melhor possível e tanto ao serviço do Viso como da selecção dou o meu melhor.
JO – O meu contributo é só o de mais um que gosta da modalidade e que quer que ela cresça. Não é só pela minha vontade que a modalidade vai crescer; todavia, penso que se as coisas mudarem, se trouxermos pessoas que gostem tanto da modalidade como eu, a modalidade consegue ir para a frente.

A – Ao nível do indoor, como viram a participação de Portugal, em Copenhaga?
TM –
Não foi má, tendo em conta as condicionantes. Houve grandes jogadores que não foram seleccionados e mesmo assim conseguiram a manutenção na divisão B. Mais um pouco e conseguiam lutar pela promoção. Não foi nada de fantástico, mas também não foi má.
JO – O hóquei de sala tem um patamar mais elevado ao nível internacional. Tivemos uma equipa como a Académica de Espinho que já conseguiu ficar entre as quatro melhores equipas da Europa, na divisão A. É muito bom. Para este ano era importante, pelo menos, manter, assim conseguem-se abrir perspectivas para daqui a dois anos chegarem ao apuramento para o mundial. A subida à divisão A daria a qualificação para o mundial e esse era um grande passo para a modalidade.

Não obstante ao cenário que se vive ser desigual ao dos outros países, o hóquei é das modalidades que menos apoio tem. Não tem assistência, por consequência, não arrecada patrocínios e a cobertura dos media é quase nenhuma. “É uma modalidade pequena que quase ninguém conhece”, como atenta Tiago Marques, e isso é preocupante, especialmente quando se pensa que hóquei em campo é hóquei em patins. A solução poderia estar na inserção dos mais pequenos na modalidade, pois “com muita formação as coisas poderiam dar a volta” e só assim se poderiam auferir mais certezas.

A – Vai de encontro com o facto de as entidades pouco apoiarem a modalidade?
TM –
Ou de não apoiarem mesmo. Sim, é um pouco por aí. No futebol, os clubes queixam-se, e pode ser um pouco «fogo de vista», porque se formos a ver recebem muito dinheiro. Nós que não recebemos nada, então…
JO – Não temos por onde nos queixar. É muito difícil pedirmos um patrocínio a qualquer entidade, porquanto o patrocínio requer que haja um retorno. Não há uma televisão que transmita um jogo, não há muito público a assistir aos jogos e quando apresentamos os números a uma empresa é complicado. Os clubes não conseguem suprimir as necessidades e, no Viso, deparamo-nos com isso por não termos qualquer apoio da direcção. São os próprios jogadores e dirigentes ligados à secção de hóquei que tentam progredir o que se traduz na vontade de cada um para subsistir com os meios que temos.

A – O que é que acham que poderia ou deveria ser mudado para que a situação fosse contornada?
JO –
O futuro do hóquei depende de nós – jogadores, atletas, dirigentes – que estamos no hóquei e ou continuamos a pensar que somos uns coitadinhos ou começamos a apostar num outro tipo de realidades. A federação deveria apostar em dar formação em colégios privados para que possam integrar na modalidade pessoas com dinheiro. Pessoas que daqui por 20 anos podem ter um cargo numa empresa importante e que, como já jogaram hóquei, podem dar o seu donativo de forma às coisas poderem evoluir. Desse modo, mais público se moveria para ver os jogos e outras empresas, que nada têm a ver com o hóquei, poderiam começar a investir na modalidade.
TM – Portugal deveria pegar em exemplos como o da Argentina. A Argentina é um país que evidenciou uma recessão económica e que, por isso, se espera que seja pior que Portugal para além de que em termos sociais não está nada bem. No entanto, eles têm grandes resultados nas modalidades: no basquetebol, no futebol, no hóquei e no ténis conta com alguns atletas de renome. Em Portugal, também devia apostar-se mais no desporto e não vê-lo como um mal, como acontece. Em outros países, os atletas que têm de profissões deixam de trabalhar para ir representar o seu país, para o nosso isso traduz-se num problema. Se calhar, começava por aí.

A – Mais tarde, quando deixarem a vida de jogadores pretendem continuar na modalidade como treinadores, por exemplo?
TM –
Sim. Antes de deixar de jogar quero ser treinador das camadas jovens. Não quero ser treinador de equipas seniores mesmo depois de jogar; contudo, gostava de treinar as camadas jovens pelo gosto que tenho de trabalhar com crianças. Quando deixar de ter um papel mais activo, dentro do campo, gostaria de continuar como dirigente ou algo relacionado com a modalidade.
JO – Não. Na minha vida o hóquei vem em primeiro lugar e não a vejo de outra forma. Mesmo nos estudos as minhas opções sempre passaram pelo hóquei e, neste momento, estou numa licenciatura em gestão de desporto para ter ferramentas que ajudem a modalidade a evoluir. Com formação, técnica e clube posso conseguir evoluir um pouco a modalidade, espero eu, porque não me estou a ver sem o hóquei. O meu grande objectivo é que o hóquei não acabe e as pessoas que estão ligadas ao hóquei, subsequentemente ao abandono enquanto jogadores têm que andar com a modalidade para a frente.
TM – Cada um olha para o seu umbigo e estão no hóquei na óptica de jogador, não estão no hóquei como uma pessoa envolvida com a modalidade. O que resulta disso é que as pessoas enquanto são jogadores fazem «mundos e fundos» e, a partir do momento em que deixam de jogar, o hóquei acaba e com isso acabam também por «matar» a modalidade. O Viso é distinto dos outros pelo que há muita gente que não está ligada ao hóquei, não pode estar ligada de uma maneira mais activa, e faz os possíveis para que o hóquei evolua ou melhore as condições desta ou de outra maneira.

Grande parte da vida de João Oliveira e Tiago Marques assenta no hóquei e, nos momentos subsequentes ao jogo, o que anseiam é o próximo fim-de-semana: “estamos sempre a pensar no fim-de-semana em que vamos jogar contra esta ou contra aquela equipa. Acho que não é único do hóquei e que em qualquer desporto amador as pessoas vivem as coisas assim”, conta Tiago.
É a paixão que os move e que lhes conduz numa táctica “apenas em função do hóquei agora, no futuro em função da esposa e dos filhos, mas sempre com o hóquei incluído”.
João não pensa em grandes projectos e o que vai continuar a fazer é “viver a vida um dia de cada vez, devagarinho, para ela não passar muito depressa” com uma aposta constante na modalidade que ocupa o lugar cimeiro na jornada da sua vida.

Anabela da Silva Maganinho

Sunday, January 27, 2008

Triunfo a Paços


O golo da partida

O Leixões chega à vitória frente ao Paços de Ferreira, por um tento de Roberto, num jogo a contar para a 17ª jornada da Bwin Liga. Após o período de empates e derrotas, a equipa do Mar consegue a primeira vitória do ano aos 60 minutos.
O encontro já começou com lances ofensivos do Paços de Ferreira, ainda que os remates não fossem certeiros. Ao minuto 10, o jogo fica, por instantes, parado, devido à entrada sobre Jorge Gonçalves. O árbitro da partida, Vasco Santos, não assinala a falta para o jogador do Paços e marca livre contra a equipa do Leixões. 29 minutos decorridos, o capitão do Paços de Ferreira recebe cartão amarelo pela falta sobre Ezequias. Na execução da falta, o Leixões não chega ao golo por pouco.


O momento polémico do jogo surge a cinco minutos do final do primeiro tempo. Ezequias vai à bola no lance conduzido pelo jogador da formação da capital do móvel e o árbitro considera que foi falta ao atribuir o cartão ao jogador do Leixões. É cobrada a grande penalidade, mas Beto consegue socar a bola sem que esta chegue a entrar nas redes.
Com o início da segunda parte, um penalty, resultado de uma falta sobre Roberto, fica por assinalar; no entanto, é o número 9 quem acaba por concretizar o único golo da partida (60’).
O Leixões sempre se mostrou com maior vontade de vencer de forma a tentar inverter a tendência de resultados e é Diogo Valente que se isola num lance ofensivo e tem pela frente três jogadores da equipa visitante. Consegue driblar a bola e, ainda que não tivesse nenhum companheiro para o auxiliar, vai em direcção à baliza e não marca por ter efectivado um fraco remate que encaminha a bola às mãos de Peçanha.
O Paços de Ferreira tentava a sorte nos ataques; contudo, sem finalizações que pudessem abalar Beto. A três minutos do término, o auto-golo quase se consegue do lado do Paços, altura em o Leixões esgota as substituições com a saída do marcador que fixou o resultado da partida (1-0).
A vitória conquistada coloca o Leixões na 10ª posição, ao invés do Paços de Ferreira que se colocou na 15ª.


Substituições:


60’ substituição Leixões sai Jorge Gonçalves entra Jaime
66’ substituição Paços de Ferreira sai Fábio Carioca entra Paim
72’ substituição Leixões sai Paulo Machado entra Vieirinha
77’ substituição Paços de Ferreira sai Pedrinha entra Renato Quirós
90’ substituição Leixões sai Roberto entra Jorge Duarte

Cartões:
Amarelos
29’ Pedrinha (Paços de Ferreira )
40’ Ezequias (Leixões)
64’ Nuno Diogo (Leixões)

Golo:
60’ Roberto (Leixões)


Momento alto:
Beto defende a grande penalidade

A figura:
Beto e Roberto

Anabela da Silva Maganinho

Ao serviço do Futsal


O AR Freixieiro empatou, hoje, a quatro bolas com o SC Vila Verde, no Complexo Desportivo de Freixieiro, num jogo a contar para a 15ª jornada de liga FutSagres.
As equipas mantinham-se equilibradas nos lances do primeiro tempo, mas perto do minuto 7 a equipa visitante inicia o marcador por Manjó. O Freixieiro não desmoraliza e corre para os lances ofensivos, atingindo a finalização acertada por intermédio de Júlio César (15’). Israel acaba por chegar ao segundo golo, quase no término do primeiro tempo, colocando o Freixieiro na frente do marcador (2-1).

Após o período de descanso, os jogadores voltam a realizar um jogo contrabalançado, ainda que o tento de Pedro tenha valido para o Vila Verde. O mesmo jogador bisa ao minuto 15 por erro do guarda-redes do Freixieiro. Sempre em busca do melhor resultado é Dias quem fixa mais um desfecho provisório (3-3). Os golos sucediam-se à medida que a partida avançava e Pedro consegue o hat trick, a quatro minutos do final. Os últimos remates ficaram a cargo do Freixieiro e Cardinal faz com que a equipa da casa atinja a igualdade e arrecade mais um ponto. Nos últimos 30 segundos, a equipa da casa tenta chegar à vitória; contudo, três remates à trave de nada valeram.
Com este resultado, o Freixieiro continua na terceira posição da tabela classificativa, por sua vez o Vila Verde desce para o 12º lugar.

Anabela da Silva Maganinho

A entrevista realizada ao internacional Israel poderá ser encontrada neste blog durante a próxima semana.

Friday, January 25, 2008

Porque a «Pantera» não tem de ter limites

Eusébio da Silva Ferreira comemora hoje o seu 66º aniversário, no Linhó. O ex-jogador que se tornou um dos ícones do Benfica nasceu há 66 anos sem saber que iria ser "património do Estado", como o consagrou Oliveira Salazar. Este é um número especial para Eusébio, por que lhe lembra o campeonato do mundo de 1966, no qual a «equipa das quinas» deixou um dos maiores contributos para a história do futebol. 11 campeonatos, cinco taças de Portugal e a distinção por sete vezes de melhor marcador do campeonato nacional marcam o percurso profissional do «pantera negra» de Lourenço Marques.

É caso para dizer que foi tudo por amor à camisola.



Parabéns Eusébio.

Anabela da Silva Maganinho

Friday, January 18, 2008

O filme dos Easyway


Os Easyway estão a produzir um filme.
Para os que pensam que a banda de "october 9th"acabou, desenganem-se porque eles estão é noutra fase do percurso musical: "a verdade é que estamos a trabalhar mais do que nunca...só que ainda não chegou a altura de o mostrar!", revela a banda.
O próximo registo dos Easyway vai ser distinto de "Can you keep a secret", o álbum anterior da banda, e algumas surpresas estão a ser preparadas.
O filme é uma delas e fica já a nota que o que a banda está a fazer, neste momento, é recrutar pessoas que tenham vontade de ingressar num projecto completamente diferente.
Ainda sem data marcada de apresentação ficamos à espera da metragem que vem por aí.


Anabela da Silva Maganinho

Rectificação


Óscar Magrini não vai estar presente no Carnaval da Mealhada este ano. O actor brasileiro que costuma apadrinhar todos os anos no evento, não poderá comparecer devido às gravações da telenovela "Duas Caras" que está a ser emitida na SIC, na qual desempenha o papel de Gabriel.

No entanto, contamos com a presença de Alexandre Borges no Carnaval que vem mantendo a sua tradição através de escolas de samba e de actores de telenovelas.



Anabela da Silva Maganinho

Monday, January 14, 2008

Borges e Magrini em dias gordos

imagem extraída de http://belissima.globo.com/

Alexandre Borges é a presença que assegura o trono no Carnaval da Mealhada, nos dias 3 e 5 de Fevereiro.
O brasileiro que integra o elenco da novela "Desejo Proibido", que estreia hoje na SIC, na personagem Dr. Escobar vai estar em terras lusas no próximo mês a desfilar no carnaval «mais brasileiro de Portugal»: o da Mealhada.
Um evento apadrinhado pelo conhecido actor Óscar Magrini que arrasta várias escolas de samba, fazendo-se evidenciar o ritmo brasileiro contagiante. (Óscar Magrini)
Muitos foram os reis que já passaram pela Mealhada; contudo, Murilo Benício (2002), Luigi Baricelli (2003), Danton Mello (2005) e Henri Castelli (2006).
Este ano o trono fica a cargo de Alexandre Borges. O actor já participou em telenovelas da globo como A próxima vítima, As filhas da mãe e Belíssima.
Anabela da Silva Maganinho
Murílo Benício
Luigi Baricelli
Danton Melo
Henri Castelli

Fangueiro de volta


Carlos Fangueiro bisou pelo Vizela, ontem, no encontro frente ao Beira-Mar, a contar para a 16ª jornada da Liga Vitalis.
Dois golos assinalados no decorrer da segunda parte, ao minuto 7 e ao minuto 14, aos quais se seguiu o tento de Hélder Sousa que fixou o resultado (3-0).
O número 22 regressou aos golos, desta vez ao serviço do Vizela, avivando a época d’ouro em que representou o Guimarães.
O Vizela reforça, com esta vitória fora de casa, a segunda posição, a quatro pontos do Trofense, e prossegue no campeonato rumo à subida de divisão.

Anabela da Silva Maganinho

Lembro que Carlos Fangueiro foi contratado pelo Vizela na época presente e contraiu uma lesão logo no início. No entanto, nunca desistiu e sempre trabalhou de forma a conseguir dar o máximo pela sua paixão: o futebol.



Thursday, January 10, 2008

Músicos sem fronteiras regionais

Luís, Bruno, Pedro, Nélio, Daio

Os CAIM agendaram dois showcases, em Lisboa, nos próximos dias 25 de Janeiro e 4 de Fevereiro.
A banda, que se formou na Madeira, começa a afirmar-se no espectro da música nacional e já conta com algumas conquistas no repertório.
Não obstante, às vitórias obtidas nos primeiros anos da formação, os CAIM têm vindo a divulgar a sua música um pouco por todo o país. No mês passado estiveram no Porto, agora chega a vez da FNAC do Colombo e do Chiado receberem os cinco rapazes que vêm arrecadando fãs com "Beg a dime". Um tema que pode ser ouvido em algumas rádios nacionais e, sobretudo, integra já a playlist da Rádio Comercial. A banda vê "realizado mais um grande passo" ao considerar esta estação "uma das maiores rádios do país".




Johnny Boy, Pedro Fonseca, Pedro Assalino, Farinha
foto extraída de squeezetheezepleeze.com

Os Squeeze Theeze Pleeze regressam aos concertos no dia 15 de Janeiro. O palco que vai receber a banda liderada por Pedro Assalino fica junto ao Parque das Nações, em Lisboa. Na Restart, vai ser realizado o concerto que marca o início da comemoração dos dez anos da banda. Marcado para as 22horas com entrada livre, o espectáculo vai ser gravado para, a posteriori, ser editado em DVD. “Sometimes a little some time” é a faixa do recente álbum – intitulado “One life is not enough” – que arrecadou o primeiro lugar no top da Antena 3 e pode ser ouvida, inclusive, na série televisiva “Morangos com Açúcar”.
Recordo que os Squeeze Theeze Pleeze são oriundos de Cantanhede e a formação actual é constituída por Pedro Assalino (voz), Pedro Fonseca (guitarra), Farinha (baixo) e Johnny Boy (percussões, DJ, electrónica).

Anabela da Silva Maganinho

Saturday, January 5, 2008

Tiago Bettencourt mostra “O Jogo”



imagem extraída de www.youtube.com
“O jogo” de Tiago Bettecourt estreou-se, hoje, no programa televisivo TOP +. O tema que podemos encontrar no álbum a solo de Tiago Bettencourt está agora disponível em videoclip e passará a tocar nas rádios nacionais como novo single.
O mais recente registo de Tiago tem supreendido muitos dos fãs e como os mais conhecedores dizem quem gostava de Toranja vai gostar mais de Tiago e quem não gostava não vai conseguir perder este distinto trabalho.


Anabela da Silva Maganinho

( A entrevista realizada a Tiago Bettencourt está publicada neste blog)

Mais uma greve

imagem extraída de www.chekov.org

Ainda mal começamos o ano e mais uma greve está aí.

Nem um mês passou sobre a última paragem dos STCP e já no próximo dia 8 o serviço de transportes do Porto vai estar condicionado das 9h às 13h.



Anabela da Silva Maganinho

Tuesday, January 1, 2008

Um ano sobre a abertura deste blog


Antes de mais queria desejar a todos os que lêem este blog um óptimo ano de 2008. Festeja-se um ano sobre a abertura do meu blog e quero agradecer, por este meio, todos os que se mantiveram actualizados aqui em tributusdomilenio.

Muitos foram aqueles que já fizeram a sua retrospectiva em relação ao ano que terminou – o ano de 2007. A inverter essa tendência aqui estou eu a fazer o meu balanço do ano.
No ano de 2007 não sei se posso dizer que a minha vida tenha mudado, que evoluiu ou que, simplesmente, continuou o trajecto. Aquilo que posso assegurar é que vivi momentos fantásticos que, assim como todos os anos, dificilmente voltarão a acontecer. Conheci pessoas inesquecíveis, reforcei laços e, também, alguns se desfizeram; no entanto, foi de extrema relevância tudo o que vivi até hoje dia 1 de Janeiro. Sei que me vou esquecer de alguns momentos que me fizeram das pessoas mais felizes; contudo, pretendo redigir outros tantos cujo sentimento foi o mesmo.

Começo por enumerar as várias bandas e cantores com quem passei grandes instantes ou com quem compartilhei verdadeiros momentos, a todos vocês o meu muito obrigada sincero. Artistas, jogadores, pessoas que me conseguiram mostrar mais do que aquilo que se vê e me incentivaram a prosseguir como jornalista. Os adjectivos são o pouco para vos agradecer.
O que me deu um grande gosto e continua a dar no “meu” jornalismo é, efectivamente, dar voz àqueles que nem sempre a têm. Falar de verdadeiros artistas, sim refiro-me a pessoas com talento, que nem sempre têm reconhecimento pelas pessoas e nem sequer são aplaudidos pelos meios de comunicação social do nosso país. (Felizmente, alguns começam agora a rebelar-se neste meio).
O jornalismo não é um mundo para todos, por que por entre os meandros que nele se vivem apenas os sujeitados ou objectados prevalecem; por isso mesmo aquando da questão «gostas do jornalismo?» a minha resposta é “gosto do meu curso e daquilo que faço, o “meu” jornalismo» e aqui friso que não vivo num jornalismo de conveniências, mas de amizades.
Viremos a página para a centralidade que aqui exponho. No ano de 2007, adorei organizar as jornadas da comunicação social, conheci veteranos da profissão; tenho tido um imenso prazer em arrancar com palestras e espero dar sempre o meu melhor. Não obstante, foi um ano de surpresas. Na Vidigueira foi fantástico estar no backstage, em Lisboa nunca pensei participar no Campeonato Europeu de Hóquei em Campo, em Nelas ver o brilho nos olhos dos diplomados.
Enfim, tanta coisa que me posso dar ao luxo de dizer “sou, quem sou”.

Para além dos que conheci, aqueles que me acompanham ano após anos a todos vocês o meu obrigada.
Primeiramente aos que me acompanham desde o meu primeiro dia de vida, com ênfase para a minha irmã e para os meus pais. Para o meu cunhado. Para os amigos que não deixam de estar ao meu lado Ana, Cris, Dani, Xico, Tiago, Braima, Paulo, Jorge, Xico, Bruno (Lisboa), Bruna e peço desculpa se me esqueci de alguém:) não esquecendo o Pedro P.; nem a ao incomparável Bunno que me desencaminhou (e eu a ele) com as músicas de 30 Seconds.
Ao João Malheiro que dispensa comentários (Obrigada padrinho).
E não, não me esqueço da faculdade. Aos professores do ISLA que sempre demonstraram carinho por leccionarem e por serem meus docentes, e aos meus colegas: Sara (post-it), Diana (laranjinha), Luís (embora às vezes seja um desnaturado), Nélio (ainda que este ano não estejamos tão juntos), Nídia. A ti, o meu maior amigo, o meu companheiro das caminhadas jornalísticas, a pessoa está sempre do meu lado seja em que circunstância que for: o Álvaro.
Ah, quase me esquecia, este ano também vivi uma experiência, digamos interessante, para além de algumas horas no MSN a ajudar estudar movimentos, qualquer coisa como das 15h às 6h, outra que consta do meu repertório foi a participação na Nova Era: Sílvia, Rui, Daniel e Psi obrigada.
Este ano de 2008 vai ter um ponto alto no meio destas amizades: a Sofia. A Sofia vai ser a bebé mais linda que vai marcar a geração. A nossa geração!


A todos um ano cheio de sucesso.