Monday, January 28, 2008

A flama do hóquei no jogo da vida

Tiago Marques (#9) e João Oliveira (#20)
João Oliveira e Tiago Marques, jogadores da selecção nacional de hóquei em campo, voltaram, esta época, ao serviço do clube que os viu nascer enquanto profissionais: o Grupo Desportivo do Viso.
Tiago Marques, entretanto, esteve no União de Lamas, clube que se sagrou bicampeão nacional, venceu a Taça de Portugal, a Supertaça e, ainda, alcançou a segunda posição na Liga dos Campeões, na divisão C. A posteriori, rumou a Espanha, onde actuou pelo RC Jolaseta, e regressou a Portugal duas semanas antes do campeonato espanhol acabar. Esteve ao serviço da Académica de Espinho e agora regressa ao «clube do coração».
João Oliveira conquistou o lugar na selecção com o contributo que deu à Académica de Espinho, mas nem por isso baixou os braços na hora de impulsionar a recolocação do Viso nas competições oficiais.
Estes dois jogadores, juntamente com algumas colaborações, conseguiram reactivar a chama do GD Viso e estão prontos para competir no campeonato que está prestes a começar.

Anabela (A) – Com que idade e em que clube é que iniciaram o vosso percurso no hóquei em campo?
João Oliveira (JO) – Iniciei o meu percurso aos seis anos. O Viso foi o meu primeiro clube e aqui permaneci até aos 16 anos. A modalidade acabou por se extinguir para o clube e fui jogar para a Académica de Espinho, clube no qual estive cinco anos.
Tiago Marques (TM) – Com 16 anos estreei-me ao serviço do Viso. No final dessa época o hóquei acabou no clube e foi então que fui para o Lamas. No ano transacto estive em Espanha e quando voltei fui para a Académica de Espinho

A – A que se deve a escolha desta modalidade por entre tantas outras?
TM –
O meu pai jogava hóquei no Viso. Eu ia com ele ver os jogos e dava-me bem com toda as pessoas do hóquei.
JO – Foi o caminho a seguir. A minha família está toda ligada à modalidade, desde os meus primos, os meus tios, inclusivamente, os meus pais e o meu irmão jogavam hóquei em campo.

A – Qual é, na vossa opinião, a essência do hóquei?
TM –
O hóquei sempre foi o modo de poder estar com os meus amigos, jogar com os meus amigos, jogar com a minha segunda família que é o Viso.
JO – É um desporto social de muita convivência que vai para além do próprio jogo. Há uma constante envolvência da família, dos amigos e é essa a essência do hóquei. Em Portugal, não é muito usual essa imagem; no entanto, no estrangeiro conseguimos ver famílias inteiras – dos 6 aos 60 anos – num campo a jogar hóquei por lazer. Na Holanda, por exemplo, tivemos a oportunidade de ir lá em Maio e víamos frequentemente isso.

No espectro do hóquei em campo os dois jogadores agregam a mesma referência no que concerne ao plano nacional: José Catarino. O jogador e treinador da Académica de Espinho, de acordo com a concepção de João Oliveira, “é uma pessoa fabulosa, muito bom jogador e é um ídolo”. Não obstante, o número 20 menciona o primo e o irmão como pessoas “que sempre me inspiraram muito”. Ao nível internacional o destaque coincide no momento em que nomeiam Christopher Zeller. João elege o jogador alemão, por que para “além de ser jovem é já um jogador top mundial”. Tiago Marques acrescenta à lista de preferências o seu pai, os holandeses Taeke Taekema e Teun de Nooijer e o espanhol Santi Freixa.
Outrora actuante nas competições espanholas, Tiago não releva grandes dissemelhanças em relação ao campeonato luso: “um maior ritmo competitivo. Há uma mentalidade diferente de analisar tudo, tanto nos treinos como nos jogos, mas não há uma diferença tão grande como algumas pessoas possam pensar”, assevera o número 9. Sem se considerar um entre os melhores apenas se assume como “um jogador como muitos outros e todos podemos melhorar”. Hoje no GD Viso, revela que pensou voltar para o clube de Bilbao “até porque lá recebemos para jogar, ao contrário daqui, mas o facto de o Viso ter regressado e ser o meu clube não facilita muito isso. Não que o clube faça alguma coisa para eu não ir; porém, eu próprio é que não quero sair daqui”, confessa o atleta.

A – Neste momento, que lugar é que o hóquei ocupa nas vossas vidas?
JO –
Em primeiro o hóquei, depois a família, os amigos e, finalmente, os estudos.
TM – Já acabei a licenciatura; todavia, o hóquei esteve sempre em primeiro lugar, embora não devesse ser assim.

A – Que o clube internacional vocês gostariam de estar a representar?
TM –
Gostava de jogar no Amesterdam, pelo campeonato e mesmo pelo clube que gosto apesar de, normalmente, não ser o melhor, ou, então, o Roterdam.
JO – Gostava de ir para a Holanda e o Roterdam seria a minha predilecção por causa da Fátima Moreira de Melo. (risos)

A – E o clube pelo qual desempenham funções – o GD Viso – o que vos diz enquanto clube?
JO –
Eu cresci aqui. Desde que me lembro de mim, lembro-me do Viso e não conseguia jogar noutro clube. Já joguei na Académica, mas, neste momento, não me estava a ver num outro clube, não conseguia. Só por valores astronómicos e mesmo assim não era fácil. Ficamos muito contentes por o Viso regressar às competições oficiais.
TM– É um clube que representa muito. Não nasci aqui, mas vim desde pequeno para o Viso com o meu pai e recordo-me de muita coisa. Este clube traduz-se nos meus amigos e na minha aprendizagem. Aprendi muita coisa da minha maneira de ver a vida, do meu crescimento e, para mim, é uma família.

A – Quais os objectivos para esta época? E que ambições ressaltam como prospectivas, neste clube?
TM –
Para mim, o objectivo desta época é competir. Não tenho o objectivo de ganhar o campeonato, ainda que se pudermos chegar à final dos play-offs seja muito bom, uma vez que no próximo ano estaríamos nas competições europeias. Tenho sempre o objectivo de ser campeão; contudo, não me parece que seja um objectivo muito realista, neste momento. Para o futuro ambiciono mesmo ser campeão, não pode ser de outra maneira.
JO – O objectivo é evoluirmos. A equipa foi construída de novo, voltaram jogadores que já não competiam há cinco anos e penso que era injusto estar a pedir-lhes o que quer que seja. Devemos todos fazer um esforço e tentar evoluir para que todos juntos possamos chegar longe. Considero que, em Portugal, o nível não é assim tão elevado e podemos fazer coisas bonitas este ano.

A – Como está a ser preparada a pré-época?
TM –
Esta época foi preparada e está a ser preparada na medida dos possíveis. Não é da melhor maneira que poderia ter sido feita; porém, é da maneira que foi possível. Todas as pessoas estão envolvidas e isso é já de louvar. Ainda assim faltam alguns jogadores, precisamos de um pouco de organização e de pessoas para «comandarem o barco».

A – Perante os clubes que vocês vão defrontar, qual aquele que vos parece mais difícil?
TM –
Curiosamente é o Lousada. Ganhamos agora o encontro com eles, mas parece-me que vai ser o mais complicado de defrontar. É a equipa mais equilibrada e que tem, se calhar, um plantel com maior qualidade.
JO – Penso que será o Ramaldense. Foram campeões no ano passado, já ganharam a Taça de Portugal este ano e estão motivados. Uma equipa quando ganha quer sempre ganhar mais e o Ramaldense, para mim, é agora uma equipa mais forte. Apesar do Lousada e da Académica jogarem um hóquei muito evoluído, «um hóquei bonito», muitas vezes não é tão objectivo como o do Ramaldense. No entanto, o campeonato prima por ser muito equilibrado e qualquer uma das sete equipas que vão participar pode chegar à final. O Ramaldense tem a sede de ganhar que o destaca das outras, mas tanto o Benfica, como o Lamas, como o Viso podem chegar à final e depois tudo pode acontecer.

O hóquei em campo ainda não teve o reconhecimento no panorama do desporto nacional e “as coisas poderiam estar melhores”, como salienta Tiago Marques, “eu não me lembro disso, mas os mais velhos falam – e é um dado adquirido – que, antigamente, aquando dos pelados havia mais equipas, muitos mais jogadores e muito mais público a ver hóquei. Isso hoje não acontece apesar do hóquei português estar muito mais evoluído. No entanto, as coisas já estiveram piores e com a vinda do Viso pode começar a melhorar”.
João Oliveira acredita que “em tudo podemos sempre melhorar” e o futuro “depende de muita formação e de quem vamos trazer para a modalidade”. Este jogador encara o hóquei “como um desporto apaixonante” e ressalta que não é qualquer desportista que faz “600 quilómetros, num dia, só pelo prazer de ir jogar 70 minutos. Não ganha nada com isso a não ser ir fazer um jogo de hóquei”.
Jogos que podem ser frente a equipas mais fortes, tanto no que diz respeito ao campeonato nacional como às partidas da selecção; porém, que não os fazem encarar senão como mais um encontro. Tiago Marques expõe que cada jogo é visto de uma maneira “para ganhar”. Com a consciência de que, às vezes, é bastante complicado afiança que “só jogando, só perdendo, só lutando é que uma pessoa vai evoluir. Para mim, jogar contra a Grécia e jogar contra a Holanda não é a mesma coisa, mas a minha mentalidade perante o jogo é a mesma”. A experiência de João Oliveira ao serviço dos «linces» ainda é curta; contudo, está ciente de “que não temos o nível para estar na divisão B. Podemos jogar um ou outro jogo a esse nível, mas acho que é cedo para nos afirmarmos”. A razão é muito simples: a realidade. Sete selecções competem na mesma divisão; porém, as realidades que as acercam são completamente distintas da que se presentifica em Portugal: “eles têm muitos mais atletas, muitas mais equipas, muito mais competição e condições”, afirma.
E, se falarmos em momentos de pressão que circunscrevem as demais modalidades, vemos que o hóquei não é divergente e tal como Tiago garante “os momentos de pressão não são diferentes por causa das modalidades serem diferentes. A pressão está sobre o erro e podemos errar em todas as modalidades. Aliás, na vida também temos essa pressão, uma vez que o erro existe”.
A pressão que aumenta “quando se quer ganhar. Para ganhar é preciso reduzir o número de erros e, então, temos sempre a pressão de fazer tudo bem ou de errar o menos possível”, justifica João.

A – O que significou estar a representar a selecção e viver o campeonato europeu em Portugal?
TM –
Para mim e para qualquer jogador representar a selecção é um orgulho. Este foi um Europeu atípico por ter sido em Lisboa. O hóquei está mais centralizado no Porto e isso foi um motivo pelo qual não tivemos muita gente nos jogos. Podia ter sido feito de outra maneira; contudo, é sempre bom termos um Europeu em Portugal e podermos jogar em casa.
JO – Em qualquer modalidade o objectivo é estar sempre entre os melhores. E para isso é necessário ser chamado às selecções. Qualquer pessoa que entra na modalidade tem como finalidade chegar ao seu melhor nível. Vivo sempre os jogos da mesma maneira, quer seja na selecção quer seja no clube, mas óbvio que é sempre um orgulho ver o público todo a apoiar-nos.

A – O que aspiravam neste campeonato da Europa?
JO –
O sonho era conseguir chegar aos pré-olímpicos. Uma prospectiva que não digo que fosse irrealista, porque se estávamos lá é porque podíamos chegar, no entanto, falta-nos maturidade e competição. Ainda assim empatamos com uma equipa que subiu à divisão A, selecção que daqui a dois anos vai competir entre as oito melhores. Portugal nunca conseguiu um apuramento para os pré-olímpicos e era um orgulho que poderia denotar uma evolução no hóquei.
TM – Sim, o objectivo era esse e considero que não era assim tão impensável. Falhamos por pequenos erros e fomos nós quem perdemos, não eles que ganharam. Com mais maturidade e com uma outra forma de encarar os jogos conseguíamos melhores resultados, excepto no jogo contra a Polónia em que eles foram, claramente, superiores.

A – Acham que Portugal ainda poderá ser um potencial vencedor para a divisão A?
TM –
Tudo é possível…
JO – Num futuro bem longínquo. Estamos a 30 anos do top. O que se está a fazer agora faz-se na Holanda, na Alemanha ou até em Espanha há mais de 20 anos. No nosso país, só há a mentalidade de um desporto que é o futebol e para conseguir resultados é preciso, não raras vezes, emigrar por que aqui não são criadas condições para evoluir. Esta é vista como uma modalidade onde se juntam 11 amigos para fazer uns jogos e não há investimento por parte de ninguém. Se apostássemos noutras modalidades talvez pudéssemos ir longe e aí porque não ganhar uma divisão A? Só que com as prospectivas que temos isso é um objectivo completamente irrealista.
TM – A Espanha, presentemente, é uma das melhores selecções do mundo. Eu estive lá e a realidade deles é diferente, mas não é assim tão superior quanto isso: têm uns pólos bem definidos em que o estrato social é muito alto e, porventura, isso também os beneficia muito. Portugal funciona ao contrário no sentido em que o estrato social baixo é que pratica a modalidade. Ainda assim penso que temos capacidade para isso. Portugal tem as características ideais para praticar jogos de hóquei, partindo do exemplo do hóquei em patins. Temos qualidades para isso, agora é preciso explorá-las. Não é do nada que as pessoas fazem alguma coisa. Se trabalharmos bastante não digo que podemos ganhar a divisão A; porém, é possível chegar à divisão A.

A – Qual consideram ser o vosso contributo ao nível do mundo do hóquei?
TM –
O meu contributo é o melhor possível. Faço sempre o melhor possível e tanto ao serviço do Viso como da selecção dou o meu melhor.
JO – O meu contributo é só o de mais um que gosta da modalidade e que quer que ela cresça. Não é só pela minha vontade que a modalidade vai crescer; todavia, penso que se as coisas mudarem, se trouxermos pessoas que gostem tanto da modalidade como eu, a modalidade consegue ir para a frente.

A – Ao nível do indoor, como viram a participação de Portugal, em Copenhaga?
TM –
Não foi má, tendo em conta as condicionantes. Houve grandes jogadores que não foram seleccionados e mesmo assim conseguiram a manutenção na divisão B. Mais um pouco e conseguiam lutar pela promoção. Não foi nada de fantástico, mas também não foi má.
JO – O hóquei de sala tem um patamar mais elevado ao nível internacional. Tivemos uma equipa como a Académica de Espinho que já conseguiu ficar entre as quatro melhores equipas da Europa, na divisão A. É muito bom. Para este ano era importante, pelo menos, manter, assim conseguem-se abrir perspectivas para daqui a dois anos chegarem ao apuramento para o mundial. A subida à divisão A daria a qualificação para o mundial e esse era um grande passo para a modalidade.

Não obstante ao cenário que se vive ser desigual ao dos outros países, o hóquei é das modalidades que menos apoio tem. Não tem assistência, por consequência, não arrecada patrocínios e a cobertura dos media é quase nenhuma. “É uma modalidade pequena que quase ninguém conhece”, como atenta Tiago Marques, e isso é preocupante, especialmente quando se pensa que hóquei em campo é hóquei em patins. A solução poderia estar na inserção dos mais pequenos na modalidade, pois “com muita formação as coisas poderiam dar a volta” e só assim se poderiam auferir mais certezas.

A – Vai de encontro com o facto de as entidades pouco apoiarem a modalidade?
TM –
Ou de não apoiarem mesmo. Sim, é um pouco por aí. No futebol, os clubes queixam-se, e pode ser um pouco «fogo de vista», porque se formos a ver recebem muito dinheiro. Nós que não recebemos nada, então…
JO – Não temos por onde nos queixar. É muito difícil pedirmos um patrocínio a qualquer entidade, porquanto o patrocínio requer que haja um retorno. Não há uma televisão que transmita um jogo, não há muito público a assistir aos jogos e quando apresentamos os números a uma empresa é complicado. Os clubes não conseguem suprimir as necessidades e, no Viso, deparamo-nos com isso por não termos qualquer apoio da direcção. São os próprios jogadores e dirigentes ligados à secção de hóquei que tentam progredir o que se traduz na vontade de cada um para subsistir com os meios que temos.

A – O que é que acham que poderia ou deveria ser mudado para que a situação fosse contornada?
JO –
O futuro do hóquei depende de nós – jogadores, atletas, dirigentes – que estamos no hóquei e ou continuamos a pensar que somos uns coitadinhos ou começamos a apostar num outro tipo de realidades. A federação deveria apostar em dar formação em colégios privados para que possam integrar na modalidade pessoas com dinheiro. Pessoas que daqui por 20 anos podem ter um cargo numa empresa importante e que, como já jogaram hóquei, podem dar o seu donativo de forma às coisas poderem evoluir. Desse modo, mais público se moveria para ver os jogos e outras empresas, que nada têm a ver com o hóquei, poderiam começar a investir na modalidade.
TM – Portugal deveria pegar em exemplos como o da Argentina. A Argentina é um país que evidenciou uma recessão económica e que, por isso, se espera que seja pior que Portugal para além de que em termos sociais não está nada bem. No entanto, eles têm grandes resultados nas modalidades: no basquetebol, no futebol, no hóquei e no ténis conta com alguns atletas de renome. Em Portugal, também devia apostar-se mais no desporto e não vê-lo como um mal, como acontece. Em outros países, os atletas que têm de profissões deixam de trabalhar para ir representar o seu país, para o nosso isso traduz-se num problema. Se calhar, começava por aí.

A – Mais tarde, quando deixarem a vida de jogadores pretendem continuar na modalidade como treinadores, por exemplo?
TM –
Sim. Antes de deixar de jogar quero ser treinador das camadas jovens. Não quero ser treinador de equipas seniores mesmo depois de jogar; contudo, gostava de treinar as camadas jovens pelo gosto que tenho de trabalhar com crianças. Quando deixar de ter um papel mais activo, dentro do campo, gostaria de continuar como dirigente ou algo relacionado com a modalidade.
JO – Não. Na minha vida o hóquei vem em primeiro lugar e não a vejo de outra forma. Mesmo nos estudos as minhas opções sempre passaram pelo hóquei e, neste momento, estou numa licenciatura em gestão de desporto para ter ferramentas que ajudem a modalidade a evoluir. Com formação, técnica e clube posso conseguir evoluir um pouco a modalidade, espero eu, porque não me estou a ver sem o hóquei. O meu grande objectivo é que o hóquei não acabe e as pessoas que estão ligadas ao hóquei, subsequentemente ao abandono enquanto jogadores têm que andar com a modalidade para a frente.
TM – Cada um olha para o seu umbigo e estão no hóquei na óptica de jogador, não estão no hóquei como uma pessoa envolvida com a modalidade. O que resulta disso é que as pessoas enquanto são jogadores fazem «mundos e fundos» e, a partir do momento em que deixam de jogar, o hóquei acaba e com isso acabam também por «matar» a modalidade. O Viso é distinto dos outros pelo que há muita gente que não está ligada ao hóquei, não pode estar ligada de uma maneira mais activa, e faz os possíveis para que o hóquei evolua ou melhore as condições desta ou de outra maneira.

Grande parte da vida de João Oliveira e Tiago Marques assenta no hóquei e, nos momentos subsequentes ao jogo, o que anseiam é o próximo fim-de-semana: “estamos sempre a pensar no fim-de-semana em que vamos jogar contra esta ou contra aquela equipa. Acho que não é único do hóquei e que em qualquer desporto amador as pessoas vivem as coisas assim”, conta Tiago.
É a paixão que os move e que lhes conduz numa táctica “apenas em função do hóquei agora, no futuro em função da esposa e dos filhos, mas sempre com o hóquei incluído”.
João não pensa em grandes projectos e o que vai continuar a fazer é “viver a vida um dia de cada vez, devagarinho, para ela não passar muito depressa” com uma aposta constante na modalidade que ocupa o lugar cimeiro na jornada da sua vida.

Anabela da Silva Maganinho

1 comment:

Sara Oliveira said...

A bela da entrevista. Com telemoveis a tocar. Joao malheiro e a namorada.
O caminho sinuoso e confuso.
A casa da juventude sem letras.
A digestao do chocolate.
O trajecto do metro.
A ja cu la ção.
E mais outras coisas..


Ah, boa gente xD