Monday, July 30, 2007

Móvel de passagem

A Ponte Móvel após umas décadas...




A Ponte Movél, que une Leça da Palmeira a Matosinhos, foi inaugurada, hoje, às 12.30horas, pelo Presidente do Município Guilherme Pinto.
O sinal foi dado pelo fogo de artifício que se fazia ouvir pelos "quatro cantos" do concelho.
Uma comitiva de fanfarra, bombeiros e responsáveis pela obra percorreram, pela primeira vez, a Ponte após nove meses de obras. Destaque para a presença da Secretária de Estado dos Transportes.
Ao final da manhã abria-se a travessia aos peões, para que, pelas 15horas, fosse permitida a circulação de veículos.
Uma nova infra-estrutura que surgiu em aproveitamento da anterior ponte, simplesmente com novas linhas e com uma dimensão distinta.
Com esta construção, estará facilitada a circulação dos navios que usufruem do Porto de Leixões, assim como a transportes marítimos de maior dimensão e envergadura. Também a passagem de peões através de uma pista de travessia coberta é aprazível para os transeuntes.
Desta forma, a circulação rodoviária será mais fluente sem necessidade de paragens.
O Presidente da Câmara encontrava-se muito satisfeito com a construção; não obstante, à presença de dezenas de pessoas no evento.






















Espera-se que a nova Ponte possa corresponder às necessidades e expectativas da população e respectivos utilizadores.




Presidente Guilherme Pinto







Anabela da Silva Maganinho

Sunday, July 29, 2007

Leixões de gente e de mar... juntos na paixão pelo desporto


A exposição "Matosinhos do Leixões" esteve patente na Galeria Nave dos Paços do Concelho, em Matosinhos, até ao dia de hoje. Desde 19 de Maio que a exposição esteve ao dispôr de milhares de visitantes que por lá passaram.

Os números ainda não oficiais são bastante satisfatórios. 730 pessoas estiveram presentes no dia de abertura da exposição, tendo por lá passado desde então até ao início da tarde de hoje cerca de 5200.

Uma exposição que imageticamente mostrou aquilo que Matosinhos tem de bom, o quão Matosinhos - concelho ou município - pode dar aos seus oriundos, habitantes ou visitantes. Uma cidade em expansão constante que têm trazido glórias.
Desporto, inaugurações, paixão ou até mesmo amor é tudo aquilo que se pode observar nesta exposição.


Amanhã terão uma amostra de tão grande coração. A artéria de Leixões. Leixões de gente nas imediações de mar pelo conceito da conquista de uma nação.




Anabela da Silva Maganinho

Wednesday, July 25, 2007

Um grande senhor da música. Ponto!

Will Souto – O (re)conhecimento de anos na Música



Will Souto é oriundo de Minas Gerais, apesar de ter sido criado em Salvador da Bahia. Músico, compositor e produtor veio a Portugal por obra do acaso e desde há quatro anos que permanece em terras lusas.
A curiosidade de conhecer o povo que aprecia a sua música moveu-o e continua a despoletar no brasileiro a vontade de ficar e divulgar mais do seu trabalho, por Portugal. Admite que tem feito maior promoção no norte do país, mas o objectivo é mostrar um trabalho de anos iniciado no Brasil e manter a sua afirmação no panorama musical.
Realista, aventureiro e lutador é como podemos caracterizar este cantor que opta por viver da música em Portugal, quando no seu país poderia exercer um importante cargo profissional, que o faria ganhar mais sob o ponto de vista económico. Confessa que é a música que realmente o satisfaz e que se sente feliz em ser como é.


A - Como é o Will, na sua concepção? Como se caracteriza?
WS – Sou música e alegria. Respiro música vinte e cinco horas por dia. Sou compositor, produtor e tenho muitas músicas minhas gravadas. No Brasil, existe um compositor, Tonho Matéria – com quem tenho gravadas imensas músicas -, que hoje regressou aos Olodum. Ele é cantor desta que é uma das melhores bandas de percussão do mundo, tendo já gravado com Paul Simon, Michael Jackson, Jimmy Cliff, Tina Turner, Peter Gabriel entre outros. Por isso caracterizo-me como música e alegria, destinando-se a minha música para as pessoas dançarem e se divertirem.

A - Como surgiu o projecto Will Souto? Era já algo pensado e ambicionado?
WS – Não foi um projecto pensado. A minha família sempre foi uma família musical - o meu pai tocava e cantava, mas, na verdade, eu não sabia o que era ser músico até porque eu era modelo. Iniciei o meu percurso no meio artístico como modelo e a música apenas veio por um acaso. Eu cantava em festas e outros eventos, as pessoas iam gostando; contudo, nunca cheguei a assumir a música profissionalmente. Quando cheguei do Iraque, para onde tinha ido trabalhar como Engenheiro técnico de fabricante, e surgiu a oportunidade de cantar para as pessoas, em bares e em espectáculos, e as pessoas gostaram. Nesse momento, pensei em considerar a hipótese de assumir a música como profissão.

Acerca do seu trabalho, Will Souto refere “Ainda não construí, da música ou com a música, tudo o que quero”, mas admite “Já fiz muita coisa pela música e ela também já fez muito por mim. Vivi muitas emoções, especialmente no meu país”.
É uma realidade que o nosso país, quando comparado com o Brasil, é um país muito pequeno. Will, tem consciência disso e de que “as possibilidades de apresentação do trabalho que realizamos tornam-se pequenas”. Explica algumas das causas “Uma das razões é o clima. O calor incide substancialmente sob quatro meses de Verão, de calor que é quando as pessoas se mostram dispostas a ver espectáculos e eventos musicais. Isso diminui a possibilidade de nos apresentarmos e nos mostrarmos ao público.”. Em contrapartida, “no Brasil tive muitas oportunidades: gravei todos os programas de televisão que existiam, realizei concertos, viajei pelo país inteiro, e ainda para fora do meu país em digressões (América Latina, Itália, ...)”.
Portugal surgiu na sua rota como por eventualidade “Estava previsto eu ir para o Japão, mas o meu irmão, que é coreógrafo, veio a Portugal e falou-me muito bem do país e do gosto dos portugueses pela música da Bahia e pelo axé. Quatro músicas minhas estavam a tocar aqui na voz de outros artistas com grande sucesso. Vim para Portugal para conhecer e acabei por ficar”.
O mais curioso é que Will nunca pensou permanecer tanto tempo no nosso país. As oportunidades apareceram e acabou por se firmar. “Fiquei em casa de alguns amigos brasileiros que jogavam em clubes portugueses. Eles levaram-me a um estabelecimento onde brasileiros e portugueses iam. Nessa casa, que tocava samba, resolvi ir cantar um pouco a convite das pessoas. No dia seguinte estava contratado. A partir daí foram aparecendo trabalhos e contratos para eventos de Verão. Fui ficando até hoje. Vou ao Brasil de quando em vez e acabo por regressar. Apesar de Portugal ser pequeno, a comunidade brasileira neste país é grande e as pessoas adoram a música brasileira. Sinto-me bem. Tenho aqui uma filha e quero que ela aprenda um pouco da cultura dela para depois aprender um pouco da do país do pai”.

A - Como foi o início da sua carreira como cantor?
WS – No Brasil, temos uma coisa muito importante e muito valorizada que é a vida nocturna. As pessoas saem do trabalho e dirigem-se a um bar, para uma explanada das seis até às nove horas da noite - é o happy hour. Nessas horas, nos locais referidos são contratados músicos para fazer o happy hour. O meu começo foi esse. Posteriormente, comecei a tocar na noite mesmo em bares com pista de dança, nos quais se toca tudo o que há no Brasil, que confina uma variedade de estilos musicais. Dessa variedade surte um repertório muito amplo, para que se possam atender gostos distintos. Foi a minha melhor escola musicalmente falando.

A – Tive a possibilidade de ouvir o seu CD de promoção. Esse é o único Cd de acesso em Portugal?
WS – Quando comecei a gravar programas de televisão em Portugal, senti a necessidade de fazer algo mais recente, pois o que eu trouxe do Brasil foi o meu quarto álbum “Deusa de Itamaracá”, gravado após eu ter saído do grupo Remix Samba. Na época em que vim para Portugal constatei que o meu trabalho com seis anos poderia estar desfasado. Resolvi, então, gravar, num estúdio do Porto, este Cd single com quatro músicas e com um curto making of - no qual falo das músicas, da minha carreira no Brasil e das parcerias artísticas - com o intuito de me apresentar e divulgar um trabalho mais recente. Esse CD serviu como cartão de visita para os media portugueses.

As influências musicais de Will Souto são toda a música negra, doravante, no seu país, “o que é chamado de música negra ou R&B não entra com tanta força uma vez que dá primazia à música brasileira. O samba e o axé são as origens, a música do povo que a Ivete Sangalo, o Araketu, os Jota Quest e o Chiclete com Banana cantam, fazendo com que se arraste uma multidão. A minha maior inspiração musical é uma fusão de ritmos negros americanos com a música negra brasileira (afro-pop)”.
Mencionei, precedentemente, que para além de músico e produtor, Will é compositor e, não obstante, compõe músicas que constituem verdadeiros êxitos no Brasil.

A - Compõe algumas das suas músicas. Em que se baseia?
WS – Se for para expressar alegria tem muito a ver com o samba, que é para as pessoas dançarem e esquecerem da vida, tal como enuncia a música De Banda: “Vai começar (...) de banda (...),jogando os braços pro ar, na palma (...)”. A música diz aquilo que as pessoas podem fazer naquele instante. Quanto a músicas românticas baseiam-se na minha vida, naquilo que eu já vivi. Pode ser acerca de um grande amor, que pode ter corrido bem ou nem tanto, de sentimentos, de vivências.

A - O que pretende atingir através da música?
WS – A música, para mim, é alegria. O que é significativo é passar alegria e emoção para as pessoas. Por entre baladas e músicas de dança a música tem o poder de transmitir essas sensações e, inclusive, mensagens positivas e esperançosas.

Para além de sucessos conseguidos no Brasil, Will começa a ser reconhecido em Portugal. As suas músicas podem ser ouvidas nas rádios nacionais e o público pode ter conhecimento das músicas e do rosto de quem canta, nas suas passagens pela televisão.

A - O tema “ De banda” encontra-se em promoção nas rádios portuguesas. Como se processa a divulgação?
WS – Como referi anteriormente, Portugal é um país relativamente pequeno, pelo que a divulgação do meu trabalho foi feita por mim. Não há necessidade de haver uma empresa, de carro dirijo-me às rádios, que ouvem e escolhem as faixas e, no caso de estarem interessados, começam a executá-las nas rádios. Todavia, tenho trabalhado mais a região norte.

A – Está satisfeito com a divulgação que está a ser feita?
WS – Portugal não consome o produto português, o que é mau. Não há uma preocupação em colocar a música portuguesa em maior destaque, com o compromisso de levar música portuguesa aos portugueses. Desta forma, a minha música, cantada em português, teria uma maior abertura na Rádio nacional. Gostava que povo português tivesse mais acesso e conhecessem mais a minha música, mas, infelizmente, isso não acontece e temos que nos preocupar com o dia-a-dia que compreende a nossa própria sobrevivência.

Concertos brasileiros incita-nos à imagem de um “mar de gente” a ver e a vibrar com o artista, com as músicas e com todo o ambiente que se gera em redor.
Fãs que depositam toda a sua energia e uma entrega total nos artistas que admiram ou, simplesmente, pessoas que gostam de se divertir, tem como consequência a adesão de milhares num mesmo local. A afluência é mais que muita e a euforia instala-se.
Em Portugal, tivemos já algumas amostras daquilo o que estamos a falar, contudo, como Will salienta são culturas diferentes o que implica distintas formas de se expressarem.

A - Como são elaborados os seus concertos e como os caracteriza?
WS – Costumo trabalhar com uma banda de seis a sete elementos. Dois percussionistas, bailarinos, bateria, guitarra, teclado, baixo, eu no violão e, por vezes, cavaquinho. O meu espectáculo é praticamente um trio eléctrico. Embora o palco esteja parado, a energia é a mesma. É o samba, o axé, o reggae e as pessoas são seduzidas pelo momento e entregam-se de corpo e alma às duas horas de concerto que realizo.

A – Estamos a falar de milhares ou até mesmo milhões de pessoas a assistir. Há uma adrenalina ao subir o palco?
WS – As primeiras quatro músicas abrem as portas do meu acesso ao público que está à minha frente. Nesses dez minutos são abertas as minhas portas, o meu mundo e as pessoas fazem o mesmo, dando permissão para que eu entre no mundo delas com a minha música. A aproximação e o contacto que permitem a participação e a interacção do público e com o público.


A - A sua música direcciona-se para um público específico?
WS – A música por si própria não tem idade, não envelhece. Pode depender do momento, do local envolvente, para quem está a ser feita a música...; contudo, a música não tem idade. Determinada música pode ser mais para adultos mas até as crianças podem ouvi-la e dançá-la.

A - Em que diferem as fãs portuguesas das brasileiras?
WS – Têm uma diferença muito grande, o que tem a ver com a cultura. As brasileiras vivem um clima diferente, uma cultura distinta. Não têm vergonha de nada e falam o que pensam. As portuguesas, às vezes, querem dizer, porém, a cultura não permite. Foram educadas dessa maneira. Mas fã é fã e, em qualquer parte do mundo, é evidenciada a sua manifestação, mais ou menos contida.

A - Qual a parte mais significante em se ser cantor?
WS – O mais significante é poder passar alegria e mensagens para as pessoas. Conseguir provocar a emoção e identificação com determinada música ou circunstância. Transmitir o real do quotidiano.

A - O mundo musical é avaliado muitas vezes pela aparência dos artistas. Considera que há uma imagem a manter e cuidar? Qual a sua imagem? Que cuidados costuma ter em particular?
WS – Sou um pouco vaidoso. Costumo cuidar-me. Faço bastante exercício para me manter em forma. Não sei qual a imagem que tenho, tenho a imagem com a qual me sinto bem. Ao estarmos bem connosco, sentimo-nos alegres e conseguimos passar essa vibração positiva para as pessoas.

A – Uma última questão é a seguinte: veio para Portugal encontrou aquilo que procurava?
WS – Não vim à procura de nada em Portugal. O meu irmão esteve aqui e disse que a minha música era executada e foi quando eu decidi vir para cá ver e estudar a possibilidade. Cheguei num dia, no outro fui contratado e fui ficando. Acredito que ainda poderei fazer muito musicalmente. No meu país, vivi grandes emoções com a música e não acredito que haja a necessidade de ir em busca de alguma coisa. Todos procuramos sucesso, o brilho que a música pode dar, ver o nosso nome a ser divulgado, mas não tenho obsessão. Um artista á artista por si próprio independentemente de ser divulgado pelos media ou não. A partir do momento em que vive daquilo e fá-lo com amor é artista, dentro do seu conceito. Eu adoro ver as pessoas felizes, a identificarem-se com o meu trabalho.

Relativamente a projectos para o futuro, Will reserva-nos pelo menos uma surpresa “Para Portugal, queria fazer um disco com todos os sucessos. Tenho muitas músicas gravadas no meu país e gostaria de aglomerar os sucessos num CD. Não tenho qualquer obsessão, relevante é fazer o Cd independentemente de serem milhões – se assim for tanto melhor - ou centenas”.
A sua vontade de continuar a cantar e o gosto pelo que faz são componentes que marcam o seu cariz “Quero é continuar a cantar. Que as pessoas me conheçam e que eu possa continuar a mostrar o meu trabalho, mas se tiver o prazer de sentar no meu banquinho e tocar viola e cantar para cem ou duzentas pessoas como faço. Amo o que faço e quero a possibilidade de fazer isso sempre”.
Actualmente, podemos encontrar Will no restaurante “O Brasinhas”, em Leça do Balio, todas as quartas, sextas e sábados à noite. Canta diversas músicas brasileiras como Martinho da Vila, Fábio Júnior e “Mesmo que seja roupagem de outros que cantaram no Brasil”, dá-lhe um imensurável prazer que se pode tornar indescritível.





Anabela da Silva Maganinho









São pessoas como esta, que têm valor e que nos proporcionam grandes momentos. Dão-nos a conhecer a personalidade atenta, o profissionalismo emocional e a atitude de nunca desistir, mas sim lutar pelos sonhos e pelo que querem verdadeiramente de si consigo, e para com outrém: o público.

Tuesday, July 24, 2007

Este foi um dos grandes momentos de gozo, porque fui das primeiras a fazer-lhes uma entrevista:)

Um EU a ser descoberto


Vasco, Rui, Ricardo e Jorge
EU é a palavra que dá nome a uma banda recente constituída por quatro elementos da zona norte do país. O Jorge (baterista), o Ricardo (teclista e a cargo da guitarra) e o Vasco (guitarra) são oriundos de zonas circundantes ao Porto e o Rui (vocalista) é de Guimarães.
Este grupo demonstrou que têm a vontade de dar muito pela música portuguesa e que há um fundamento ao fazê-la: alertar as pessoas através de mensagens que cada música pode ter.
O grupo EU surgiu em Julho de 2002. Eles explicam como tudo começou Nós os três - Vasco,
Rui e Jorge -, sem o Ricardo, fazíamos parte de um outro projecto, que chegou ao fim. Chegamos então à conclusão que haveriam outras coisas que gostaríamos de fazer mas com outra identidade (dar prioridade ao nosso Eu).
A escolha deste nome não me parece vinda ao acaso, foi um nome pensado que tem, relativamente, a mesma origem do nome do EP “Átomo”. É o princípio de tudo. Cada um de nós está aqui com o seu Eu. Com e pelos seus interesses, por aquilo que quer ser e fazer. Formamos um Eu, o Eu que apresentamos para toda a gente, a todos aqueles que vão ver os nossos concertos. – como refere o Vasco.
Como podemos constatar todas as pessoas ouvem algo que acata determinados estilos. Os EU também têm as suas referências. Cada elemento tem um estilo próprio que se complementa ao fazerem a sua música.

Anabela – Quais são as vossas referências musicais?
Jorge – As minhas referências são diversas, desde o dance ao jazz, passando pelo rock. Mas tento abranger o máximo de estilos possíveis. Só há dois, os que eu gosto e os que eu não gosto.
Rui – Tive uma formação mais portuguesa, se assim poderemos dizer. Quando era mais novo, talvez por influência do meu pai, ouvia muito mais música portuguesa do que estrangeira. Daí possa advir o facto de escrever em português. Posteriormente, comecei a alargar o leque e ouço de tudo. Depois é como o Jorge diz “é o que gosto e o que não gosto”.
Vasco – O Rui é o dono das coisas deprimidas. (risos)
Ricardo – Ouço muito o rock dos anos 80... Dire Straits, Pink Floyd e Mark Knoffler, entre outros. Seguidamente dão-se tendências que eles me vão impingindo. (risos)
Rui – Agora tendo mais para o rock embora tenha uma formação Dire straits, Pink Floid, tal como o Ricardo, que ajuda nos ambientes e nas melodias. Contudo, a minha formação é, claramente, uma formação muito mais de rock e hard rock.

A – Em que medida é que essas referências podem influenciar a vossa música?
Rui – Penso que a influência é total. O nosso som contém muito de rock, ou seja, uma espécie de rock português. Temos ao nível do som o rock, um rock que se faz lá fora, porém, cantado em português. Só isso faz uma ponte com tudo aquilo que ouvimos.
Vasco - Começa no Rui e, a posteriori, cada qual dá o seu toque. Há temas que são mais direccionados para o rock e outros um pouco mais para o lado íntimo e para a voz e a guitarra. Depende a quem queremos dar primazia.

Como eles mesmos referiram, a classificação da música que fazem é de pop rock português. De uma certa forma este estilo pode não ser um bom conceito mas é uma boa definição para a música que mostram ao público. O Rui comenta que Por muito que se queira fugir ao catalogar é essa a melhor atribuição. Quando o nosso EP estiver à venda estará, provavelmente, em música portuguesa e pop rock. Não deixa de ser popular.
Tem o seu sentido porque por mais que façamos um rock mais barulhento... - complementa o Vasco - não deixa de ser pop, pois as melodias são cantadas e não gritadas. Elas são criadas e em português. O que acho que, normalmente, transmite um maior acesso à melodia do que se fosse em inglês, uma vez que, a maior parte das pessoas não percebe o que é dito.
Actualmente, a música realizada no nosso país é, muitas das vezes, em inglês. Utilizam a língua universal porventura de se fazer chegar a um público diverso, embora nem sempre seja esse o resultado. Muitas pessoas, em Portugal, não entendem outra língua que não a de origem, no caso o português, pelo que, ao ouvirem em inglês não significa que não gostem, mas concluímos que não sabem nem percebem aquilo que é dito.

A – De encontro ao que referiram, qual é o motivo para a escolha da língua portuguesa, quando cada vez mais bandas portuguesas decidem optar pelo inglês?
EU – Considero que cantar em português é fundamental para as pessoas perceberem a nossa mensagem. Podíamos cantar em inglês, todavia, penso que as pessoas não prestam tanta atenção ao que se está a cantar. Em português há sempre alguma coisa à qual se vai prestar a atenção.
Jorge – O “I love you” não tem a mesma força e a mesma seriedade que “Eu amo-te”.
Vasco – É muito mais sério e muito mais profundo do que as músicas em inglês que acabam por entrar e sair. A mensagem que queremos transmitir passa muito mais facilmente em português do que em inglês.

Os EU encontram-se a promover o seu EP de estreia Átomo. Realizaram uma espécie de show case na FNAC do Norte Shopping e irão actuar ao vivo em Santa Catarina e em Gaia nos próximos dias. O EP ainda não está à venda mas, em breve, poderemos encontrá-lo nas discotecas. Falamos já um pouco dele e daquilo que os EU sentem em relação ao público que ouve já a sua música, assistindo a concertos ou a actuações ao vivo.

A – Átomo é o vosso EP de estreia. Qual a receptividade que esperam por parte do público?
EU – A fase do EP é muito complicada por ser uma espécie de pequeno cartão de visita que dá muitos passos mas que não dá para fazer uma história inteira tal como um álbum. Com um álbum consegue-se fazer uma história inteira com nexo. Num EP apenas podemos mostrar aquilo que sabemos fazer, o que está em nós. Já estamos a trabalhar no sentido daquilo que queremos para o álbum e estamos no caminho do “vamos virar para onde?!”. Entendo que o EP mostra o potencial, que é importante, e que vai ter receptividade, penso eu. Para já está a ser muito bom. As pessoas querem-nos conhecer, os CDs vão-se vendendo... Está tudo a correr bem por mais que seja no início. Já contamos com os amigos, os amigos e familiares dos amigos que gostaram e, inclusive, já ouvimos pessoas que não conhecemos a dizerem que têm o nosso Cd. O que nos deixa orgulhosos.


A – Na sequência de falarem que existe uma mensagem, o que é que pretendem passar para o público?
Vasco – Acordá-lo. A ideia da mensagem tem duas vertentes muito vincadas: a vertente pessoal e a que tem a ver com a sociedade. A vertente pessoal são os temas que têm a ver com a dor, com o muito pessoal de cada um - cada um vai sentir de maneira diferente, depende do que vai buscar da sua vida. Quanto aos temas que têm a ver com a sociedade, aí reside a ideia de acordar. Se conseguirmos que pelo menos uma pessoa tome consciência do que faz ou não, sentir-me-ei mais do que bem comigo próprio.

A – Há algum público em específico para o qual a vossa música se projecta?
EU – É diverso. Muitos são familiares outros não o são. Podem compreender idades entre 50 a 60 anos e outras os 15 anos.

Os EU, enquanto banda, deixaram evidente que o seu pragmatismo, estão bem conscientes daquilo que abrange o mundo em que estão a entrar. Desempenham, por enquanto, actividades complementares à música, visto que ainda é todo um início, contudo, já se detecta um objectivo que não persiste em muitas bandas, o não querer perder a autenticidade.
É uma banda com princípios comuns, numa carreira que será conjunta, Enquanto banda são princípios de alguma comunhão, relativamente à sociedade. De abordar as pessoas, de que as pessoas tomem consciência de que podem ser mais, tal como nós. As músicas servem tanto para fora como para dentro. As músicas mais íntimas também detêm um princípio, o princípio de partilha. – salienta o Vasco.
As ambições são algo muito diverso no panorama musical e particular de cada um. Há quem ambicione num campo mais vasto ou quem se cinja por aquilo que é capaz de atingir.

A – Quais são as vossas ambições futuras? O que é que esperam alcançar?
Vasco – No que concerne à banda, a minha ambição é a de continuar. E se continuarmos é sinónimo de que estamos a melhorar. Penso que há uma semelhança enquanto banda e enquanto pessoa que é ser maior, ser melhor. Fazer algo que faz sentido.
Rui - Ser melhor amanhã do que aquilo sou hoje.
EU – Com o objectivo de chegar ao máximo de pessoas possível.

Sabendo que podiam revelar tudo aquilo que consideram como ambições, os Eu não querem apontar as expectativas para além daquilo que sabem que podem conseguir, apesar disso, não esconderam que gostariam de fazer a primeira parte de um concerto do qual vários poderiam ser os nomes a extrair, com quem gostariam de actuar. O Rui chega a afirmar Em Portugal, se uma banda conseguir dar um concerto de estádio, sozinha, é uma loucura. Isso é uma ambição.
Ficamos então a conhecer um novo grupo constituído por quatro EU que se reúnem num primórdio comum do qual se avistam conquistas.


Anabela da Silva Maganinho

Monday, July 23, 2007

Sabemos "que sim" with "Hopes and Fears"


EZ Special: na foto, Tó Barbot, Fernando Tavares e Mário Leite (Orlando Pona e Mário Sá)
Os Keane regressam a Portugal no próximo dia 3 de Agosto, para um concerto a realizar no Porto. O local, conhecido como "queimódromo" pelos mais académicos, acolherá a banda britânica num espectáculo que contará com a abertura da banda portuguesa EZ Special.
A banda, com novo vocalista na formação, vai promover o recente álbum intitulado "Alguém Como Tu".
Os Keane sobem ao palco pelas 22h e temas de "Hopes and Fears" e "Under The Iron Sea" integrarão a performance da banda de Tom Chaplin.
Um concerto organizado pela Porto Lazer, com o apoio da Câmara Municipal do Porto, que terá o custo de €25 até dia 27 do corrente, - podendo acrescer 5€ após essa data - e pode ser adquirida na Ticketline, nas lojas da cadeia Fnac e no El Corte Inglés.



Anabela da Silva Maganinho

Sunday, July 22, 2007

De corpo e "alma" em Leça

A madrugada de sexta-feira foi das mais extasiantes vividas em Leça da Palmeira nos últimos tempos. Bob Sinclar decretou o sucesso da Nova Era Beach Party, que decorreu na Praia do Aterro. Após um set de três horas seguidas (das 2h às 5h), o parisiense deixou só comentários como "Foi um máximo" e "Foi brutal!" para aquela que foi declarada pelos presentes a "melhor noite" que "valeu mesmo a pena".
Na noite subsequente, foi a vez dos Expensive Soul se destacarem no cartaz que contou também com Mercado Negro e MC Marcinho.


A banda oriunda de Leça mostrou o seu poder àquele que é o seu público, como ficou evidente.
Todos ansiavam pela actuação de New Max e Demo acompanhados pela Jaguar Band, mas, entretanto, os Mercado Negro cantaram as músicas do mais recente álbum editado, tais como "Leoa, tigreza" que integra a banda sonora de uma das séries mais vistas em Portugal: Morangos com Açúcar.


Desta série estiveram presentes o actor António Camelier ( que desempenhava o papel de Gonçalo Pimentel); não obstante, a outras figuras públicas, nomeadamente Orlando Pona (novo vocalista dos Ez Special), Tó e Fernando (membros integrantes da banda).
A actuação dos Mercado Negro deixou o público um pouco reticente até à performance de Marcinho que começou a "agitar o salão" com "Glamorosa" e "Bola de Fogo". Foi então que os mais aguardados da noite subiram ao palco. Os Expensive Soul chegaram para ficar e ao longo do concerto conseguiram animar e aquecer um ambiente em noite gélida à beira-mar.
A participação de Virgul (Da Weasel) enriqueceu a actuação que colocou nestes rapazes uma nova chama para "Alma Cara".
Ontem ocorreu o encerramento do evento com Yves Larock muito acarinhado pelos portugueses noctívagos.




Demo


Virgul e Dino como vozes masculinas


New Max

Anabela da Silva Maganinho

Estado de Espírito afirmam a razão para ficarem na vida que sempre quiseram

Esta entrevista foi realizada há cerca de um ano... parece que foi ontem. Contudo, a luta continua para estes quatro rapazes e o sucesso continua a acompanhá-los por onde quer que passem. Esperamos pelo regresso à Invicta.
Filipe, Pit, Nuno e Gonçalo

Estado de Espírito é uma banda portuguesa, recentemente reconhecida no panorama da música nacional. Este grupo constituído por quatro elementos com estados de espírito distintos, unificados por um mesmo gosto pela música.
Data específica para o início deste projecto não podemos dizer que haja, visto que há muito tempo que Gonçalo, Nuno, Pit e Filipe se conhecem e, acima de tudo, preservam a amizade que os une. Ainda assim, podemos definir uma data em que a banda sentiu o impulsionar para uma carreira propriamente dita, Gonçalo explica “No ano 2000, começámos a fazer alguma estrada como banda de covers, algo que decidimos parar para construirmos o nosso próprio trabalho. Foi então que construímos este primeiro trabalho, em que três dos temas estão incluídos em telenovelas, tendo-se revelado uma montra espectacular. Quanto ao início do nosso trabalho, revela-se neste momento no seu todo, no ano de 2006.”
O projecto exigiu muito trabalho e força de vontade por parte dos membros que o integram: Gonçalo Romão, na bateria; a cargo da guitarra eléctrica encontramos Pit; Filipe Veloso, no baixo e, na voz principal, Nuno Romão.
No momento, os Estado de Espírito encontram-se em digressão e podem saber onde irá actuar este grupo entre outras informações no sítio Oficial da banda www.estadodespirito.com ou no sítio Oficial da Produtora www.eventoproducoes.com. Recentemente, pudemos vê-los em concerto no Norte do País, nomeadamente em Ermesinde. Um concerto que, apesar das vicissitudes animou os presentes que estavam a assistir à actuação da banda. O público mais jovem não faltou. Acompanhados pelos pais, as crianças mostraram-se extasiadas por uma contacto mais próximo com os artistas que elegem da sua preferência.
Um grupo que começa a vingar no mundo da música nacional, revestiram de simpatia e de humor a entrevista realizada.

Anabela (A) – Existem desde o início do milénio. Como surgiu a oportunidade de exercerem profissionalmente como cantores/músicos?
Gonçalo (G) - Foi por acidente. Éramos para ser médicos. (risos). É uma paixão que todos temos e, quando esta existe, havendo uma coisa que nos puxa com tanta força… É como o amor - inevitável.

A – Mas já haviam projectos anteriores a este?
G – Já. Eu, o Nuno e o Filipe estamos há alguns anos juntos no mundo da música, a posteriori, convidamos o Pit, que é também um amigo, para enveredar a responsabilidade do baixo.

A – Antes de cantarem e terem a música como sonho a seguir, qual a profissão que queriam ter?
Nuno (N) – Na minha opinião, todos começamos a vida. Frequentamos a escola e, aquando da adolescência existem várias fases, entre elas a eleita, pela qual seguimos, foi a fase da música. Considero que a música é como os livros: há quem goste de ler, há quem goste de escrever. Nós gostávamos de música e de fazer música. Estudámos em algumas escolas para aprender o que se compreende pelo básico. Como não conseguimos viver uns sem os outros, decidimos juntar-nos. A música foi a maneira de expressar a nossa alegria pela vida.

A origem deste projecto advém de Oeiras “Encontrámo-nos todos nessa cidade que era a zona onde morávamos com os nossos pais.”, alude o Nuno que, por ocasião da questão “de onde são” prefere dizer “Somos do Mundo!”.
Efectivamente, os Estado de Espírito percorrem o país de lés-a-lés e contactam com os mais diversificados públicos. Alcançam agora o sucesso merecido que ainda se encontra nos primórdios de uma carreira promissora.
Desde muito cedo que tentam fazer música. Juntos decidiram lutar por um sonho comum, começando por construir o seu próprio estilo musical através da composição dos temas que iriam, posteriormente, encabeçar um projecto.


A – Estamos perante um ou vários compositores. Onde buscam a inspiração para a composição dos vossos temas?
N – A nossa inspiração é o público. Estamos a viver numa crise que não afecta apenas o nosso país. Deparamo-nos com os problemas existentes, razões para que as pessoas se esqueçam da felicidade que pode ser descoberta. Se a primeira coisa que as pessoas fazem quando regressam a casa é ligar a televisão ou o rádio, por que não esse ser um veículo para as mesmas esquecerem os problemas? Deste modo, vamos fazer ver que, realmente, há algo para além das dificuldades, há uma base que serve de suporte. Encontramos a música em todo o lado: num anúncio sobre uma bebida; num elevador; ao visitarmos uma exposição de pintura é seleccionada música ambiente…
Filipe (F) – Os telemóveis têm música.
N – Para nos lembrarmos de qualquer coisa, fazemos música. A música está em todo o lado e temos de a saber aproveitar.
G – Lançámos o disco no presente mês e, de facto, a aceitação e recepção têm sido excelentes. Está a ser engraçado conviver com o nosso país de perto e sentir a sua educação cada vez mais afinada. As pessoas estão mais coerentes, educadas e com cultas. Outrora, existiam certos tabus e determinadas situações menos agradáveis. Neste momento, não sei se é pela origem do projecto, pela musicalidade ou pelo tipo de público que abrangemos, o que temos constatado é a forma de tratamento espectacular com que temos sido recebidos.

A – Fazendo um trocadilho, qual o Estado de Espírito ideal para que se consiga criar música?
N – O Estado de Espírito, juntando todas as questões a que respondi, é o conhecimento, a alegria, o amor, a tristeza… O dia-a-dia e o facto de sermos do Mundo, porque o público influencia-nos em todos os aspectos.

A – No que concerne a referências, com certeza contam com influências musicais distintas.
N – Temos várias.
F – Reunimos diversos tipos de música. Depende do gosto de cada um: uns gostam de música mais pesada, outros gostam de reggae e há ainda aqueles que preferem o pop/rock, que é o que elegemos. As nossas influências são nacionais e estrangeiras e, a partir delas fazemos a nossa música. Exemplos de referências que se encontram ligadas são U2, Anjos, Rui Veloso, entre tantos outros. Com muito trabalho, a ajuda do público, com o nosso querer e a nossa vontade esperamos conseguir alcançar o nosso sonho de chegar o mais longe possível, pois no nosso sonho não existem limites.
G – As referências musicais são variadas. Temos dez temas no CD: “Tens o mundo a teus pés” dava um slogan à TAP, “Quero ter asas para voar” podia ser um anúncio à VARIG, “Fica comigo esta noite” talvez colocado à porta de um bar. Não quer dizer que esses sejam tópicos para se fazerem um slogan; todavia, são os nossos estados de espírito aquando da composição e da elaboração do nosso disco. Não compomos directamente para novelas ou para esse tipo de exposições, acontece que as pessoas responsáveis pela inserção ouviram o nosso trabalho e direccionaram determinados temas. “A vida que eu sempre quis” que podemos ouvir na série televisiva “Morangos com Açúcar”; já pudemos ouvir na mesma série “Tens o mundo a teus pés” e, não obstante, “Algo mais há noite” acompanhou uma personagem carismática na telenovela “Queridas Feras”. Não há é o apoio, aquela montra que gostaríamos de ter a passar nas Rádios nacionais. Não estamos muito preocupados, porque, felizmente, os espectáculos são muitos, a televisão também tem sido satisfatória, não esquecendo o facto de termos a possibilidade da nossa música constar numa série maravilhosa que é a “Morangos com Açúcar”. Além disso, as pessoas quando querem conhecem e quando gostam expressam a sua boa vontade e humildade juntamente connosco. Tem sido fantástico e o nosso país é, realmente, bem mais bonito do que o que imaginávamos.

A – Então encontram-se satisfeitos com a promoção que têm feito?
Todos – Queremos mais e vais ser feita mais.

A – “A vida que eu sempre quis” é uma das faixas deste disco que intitula o mesmo. Foi, verdadeiramente, esta a vida que vocês sempre quiseram?
N – Penso que sim.
Pit – Este é um sonho que se tornou realidade, sendo aquilo que todos queríamos. A vida que eu sempre quis foi mesmo esta – a de ser músico.
F – A vida que eu sempre quis sempre foi tocar e, depois de ter conhecido o Nuno, o Gonçalo, o Pit a vida que eu quero mesmo é tocar com eles e que cheguemos o mais longe possível.
N – O nosso percurso musical não passa só pelo actual. Já experimentámos outros trabalhos com outros músicos e, essencialmente, não nos demos bem, devido àquela não ser a nossa família. Ao contrário de muita gente, que não gosta de trabalhar com a família, nós só conseguimos desta forma. Mas, de facto, esta é a vida que sempre quisemos, sendo a maneira de estarmos mais perto do público, das pessoas que nos acarinham e a quem queremos mostrar o que fazemos de melhor, que é a música; embora, por vezes, tenhamos que abdicar de estar com a família nas épocas festivas marcantes por estamos a trabalhar.
G – Claro que esta é a vida que quisemos e a vida que queremos. Este disco é o nosso primeiro trabalho discográfico por inteiro, há-de vir um segundo e os seguintes.

A – Este era um disco muito esperado?
G – Muito mesmo.
F – Sem dúvida.
G – Este disco é a nossa montra da actualidade. Foi este o nosso estado de espírito quando tivemos a compô-lo, a tratá-lo com muito carinho, a limar-lhe as arestas e a fazer com que a coisas soassem bem aos nossos ouvidos e aos da equipa técnica. O próximo, se Deus quiser e se tivermos as mesmas ajudas e a mesma equipa que nos tem acompanhado, há-de ser outro estado de espírito dentro da linha que achamos mais coerente face ao mercado dessa altura.

A – Se tivessem de escolher um só tema do vosso álbum qual seria e porquê?
N – Cada música é uma história e todas fazem um livro, digamos assim. Se faltasse uma das músicas o álbum não estaria completo por existir nele uma sequência.
F – Cada música é um estado de espírito. Hoje podemos gostar mais de uma, amanhã mais de outra. Existem três temas inseridos em telenovelas que percorrem o pequeno ou grande ecrã de nossas casas e que o público começa a conhecer; porém, quando em concerto cantamos as restantes, torna-se engraçado, porquanto músicas que o público não conhece, ao fim do segundo refrão já as estão a cantar.
G – São temas comerciais. Este disco abrange qualquer classe social e qualquer tipo de idade. Tem a sua complexidade musical, ainda assim é directo.
N – Não é elitista.
G – Ele, simplesmente, tenta mexer com a parte mais pura das pessoas que são os sentimentos. Não se presentificam assuntos políticos nem quaisquer influências até porque não nos ajuda muito. Gostamos, meramente, de abordar o lado mais positivo da vida que é o amor, a amizade, a praia. A vida é algo positivo e estamos cá tão pouco tempo…

Não os encontramos há muito tempo no panorama musical, mas os primeiros passos tem-se mostrado significativos. Como vimos têm as suas referências que influenciam o tipo de música que fazem, que se materializa no primeiro álbum. A vida que sempre quiseram é esta e, por entre palcos e estúdios vão percorrendo o país. Deste modo, muitos são aqueles que vão presenciando o seu percurso e até (con)vivendo com este grupo que tem superado expectativas.

A – Há alguém com quem gostassem de actuar, de dividir o palco?
F – Já falamos no Rui Veloso, nos Anjos que são aqueles que nos fascinam aos quatro – são bandas de referência para nós e julgo que até a nível nacional.
G – Temos muitos amigos no meio, portanto, inevitavelmente, conhecemos pessoas envolvidas no meio artístico, não só empresários como também colegas músicos. João Portugal e João Pedro Pais são também pessoas extraordinárias; e a lista poderia continuar. Gostamos de todos os trabalhos feitos em português, não por ser a nossa língua somente porque nos sentimos bem. O Filipe referiu há pouco e é uma realidade: não é fácil escrever, compor, fazer os arranjos, elaborar um disco, colocar à venda e fazer soar e mover as pessoas, fazendo com que elas cantem e decorem. A língua portuguesa, a língua de Camões, é difícil de fazer rimar, parece que as coisas não soam tão bem como em brasileiro. Em brasileiro tudo soa bem, em inglês até pode não ter nada a ver e as coisas estão a rimar. Em contrapartida, com o português temos o trabalho e o cuidado de conseguir fazer com que os poemas, para além de terem uma sequência lógica e uma história credível, tenham aquele cuidado relativamente a palavras de forma a que não sejam demasiado complexas. Gostamos de ser directos.

Um concerto que, apesar dos contratempos, triunfou e cativou o público é como podemos caracterizar o realizado, em Ermesinde. Em todos os concertos evidencia-se uma vontade de lutar e alcançar o seu objectivo – florescer no mundo da música. Numerosos são os palcos que constam no seu repertório e, consequentemente, vivem-se situações distintas dia após dia.
Neste concerto, aconteceu algo que talvez tenha sido inédito em concertos portugueses: o público mais jovem que, se fazia acompanhar pelos parentes, ocupava as primeiras filas do recinto do espectáculo. Aquando dos primeiros acordes de “Tens o mundo a teus pés”, um dos grandes êxitos dos Estado de Espírito, os mais novos começaram a dirigir-se para o palco onde o Nuno cantava. Crianças de todas as idades foram de encontro ao vocalista que nada fez senão acarinhá-las e chamar as restantes que se encontravam naquele local. O cenário que se proporcionou foi bastante acolhedor, ainda que, na origem, o ambiente fosse de admiração por parte dos presentes.

A – Houve até agora um momento mais hilariante na vossa carreira?
Todos – Tirando hoje… (risos)
Nuno e Gonçalo – Exceptuando hoje em que o computador avariou.
N – Há sempre situações hilariantes desde o ensaio até à estrada. A mensagem que deixo é que vão acompanhando os espectáculos dos Estado de Espírito, pois ao vivo é muito mais interessante do que aquilo que é visto em televisão que pode ser cortado. Ao vivo acontecem coisas que as pessoas podem presenciar e viver o momento intensamente. Estar lá e presenciar algo, às vezes, é muito mais importante, do que um autógrafo. Quando dizemos para a televisão “Tchau” lembramo-nos de toda a gente. As pessoas que, hoje, estavam na primeira fila nunca mais as vou esquecer, não faço memória fotográfica de cada uma delas; todavia, quando cantar o tema lembro-me do que aconteceu. Hoje tocamos em cima do arame…faltou-nos “um músico”, e tocamos na mesma. Aconteça o que acontecer o público merece o espectáculo. Ocorre várias vezes estarmos no núcleo de um público e há meia dúzia de pessoa que não gostam do nosso som e as outras dez mil que estão presentes não têm culpa disso e temos que tocar é para as pessoas que gostam e para as que não gostam de forma a que comecem a gostar. Apesar da música temos que passar o nosso estado de espírito, as pessoas têm que perceber isso.
A – O que se passou foi, verdadeiramente, algo de dissemelhante. As crianças a “invadirem” o palco…
N – Acho que as crianças são um investimento a longo prazo para os pais, digamos assim e, ao mesmo tempo, são o lado mais honesto e sincero, porque nelas não existe mentira. Não queremos provar, no sentido propriamente dito, nada a ninguém; porém, se andamos com um disco a tentar vendê-lo e a mostrar a nossa música, queremos provar qualquer coisa, independentemente do género musical. Se queremos provar a alguém que gostamos de alguém, nada melhor do que usar as crianças. Ou seja, para demonstrar às pessoas que gostava delas e que, com sinceridade, adorei a forma como nos acolheram, disse em linguagem artística “obrigado, vocês são muito carinhosos”; porém, as crianças ao virem ter comigo (não as chamei) provaram da melhor maneira às pessoas que gostávamos delas.

Estamos perante quatro músicos que, face o pleonasmo, exercem a música profissionalmente e, ainda que não pareça têm uma vida normal, toda uma vida por detrás do palco. Os tempos livres podem não ser muitos, pelo que o que resta deve ser aproveitado da melhor forma, consoante cada um.

A – Quando não estão em palco o que vos dá mais gozo fazer?
F – Ir à praia.
N – Para conhecermos tanto da vida não podemos estar a deambular nela. É certo que todos os que aqui estamos não nascemos e decidimos logo que seríamos músicos. Passamos um pouco pela responsabilidade de trabalhar, estudar, de estudar de noite e trabalhar de dia para conseguirmos manter as nossas despesas. Somos como as outras pessoas (precisamos de comer, de dormir, adoecemos, temos pai, temos mãe…); todavia, não podemos deixar transparecer isso. As outras pessoas não têm culpa disso, querem sorrir, querem-se divertir e procuram em nós um refúgio.
F – Existe um facto que é impossível não mencionar aqui. Amamos a música por uma simples razão, não estando em palco nem estando em estúdio a ensaiar, quando nos juntamos os quatro acabamos sempre a falar de música ou a ouvir música, isto é, estamos a viver da música. Temos sempre histórias para toda a noite, como a do concerto de hoje que vai permanecer na nossa lembrança durante longos anos.
G – (explica como se processa toda a parte técnica do concerto) Utilizamos um sistema que bandas internacionais usam. Damo-nos ao trabalho do disco soar em grande e, como somos apenas quatro músicos em palco, não conseguimos executar vários instrumentos ao mesmo tempo. Somente tocamos o nosso, faltando o teclado, os violinos, sons que aparecem de vez em quando para criar uma certa parede, de forma a soar ao disco. Temos, então, um sistema informático montado, tal como essas bandas o têm, só que não temos vergonha de o levar para o palco. Ao invés dessas bandas que não o levam por terem um certo preconceito, visto que “vivem” num mercado bem mais competitivo que português. Tivemos a infelicidade de algo se ter passado com o computador, o que nos impossibilitou de conseguirmos oferecer ao público toda essa beleza do espectáculo. Ficamos aborrecidos e tristes por isso. Por outro lado, esse mesmo incidente fez com que uníssemos ainda mais as nossas forças, tornando-nos mais cúmplices em cima do palco. E, de facto, as coisas não correram nada mal, ousando dizer que estamos um pouco orgulhosos de nós. Cada público é um público, cada cidade é uma cidade, cada terra é uma terra e todas elas merecem o maior respeito e, sempre que cá estamos, o melhor de nós.

A – Preferem estar em estúdio a gravar ou subir ao palco onde entram em contacto com o público?
N – De longe o contacto com o público. A estrada, em busca de coisas hilariantes. O estúdio é bom, é bonito, conhecemos coisas, mas estamos parados num mesmo sítio, um número substancial de horas. Posso dar um exemplo: um escritor quando escreve um livro, redige um sentimento ou uma história dele, não escrevendo para ele ler. Tem de o tornar perceptível para outrem o ler. É como a música: fazemos a música para nós, tendo em consideração quem a vai ouvir. Temos de fazer a pessoa sorrir ou, se for o caso, deixar a lágrima no canto do olho por se ter recordado de uma história que tenha a ver com a própria vida.
F e N – O público está sempre presente e, mesmo quando estamos em estúdio, o público é sempre em quem pensamos. Aliás, quando estamos a gravar temos sempre um canal da televisão ligado em concertos, deparamo-nos a olhar para o público e o público para nós, apesar de ser uma televisão.
G – Onde nos divertimos, onde desfrutamos ao máximo a companhia dos outros, repartimos todo o nosso estado de espírito, onde choramos, rimos e conhecemos os sentimentos de todos nós é na estrada e não no estúdio. É a fazer quilómetros na estrada, a gastar pneus, percorrendo este país e descobrindo palcos de grandes e pequenas dimensões com condições muito boas e menos boas, que encaramos o desafio. A estrada dá-nos mais prazer e diversão, não desvalorizando família ou amigos. Estamos com a nossa equipa, com esta nossa família “Estado de Espírito” que são técnicos, seguranças, empresários… uma equipa de pessoas que junta os estados de espírito ao bom senso e à amizade deles. Efectivamente, é o culminar de um ano intenso a compor e a escrever.
F – O Nuno disse algo engraçado no dvd de apresentação que gostaria de destacar.
N – Somos muito teimosos e onde vocês estejam, seja numa montra de discos seja num palco perto da vossa terra, vamos lá estar de certeza, portanto, esperem por nós.
F – Nós viemos para ficar.


Muitos podem pensar que os músicos para se afirmarem basta cantarem bem e terem uma imagem agradável; porém, os Estado de Espírito contrapõem essa tese afirmando que há todo um trabalho a ser realizado para conseguir algum resultado. “Estamos sempre a tirar ideias. Não é apenas chegar e tocar. Exige todo um trabalho intenso, em termos de visual, de imagem, daquilo que achamos muito importante e que hoje em dia cada vez há menos.” – revela Filipe, e complementa Nuno “Temos de ter cuidado, porque há pessoas que nos observam e que, por isso, possam ver-nos como exemplo a seguir, tendo elas toda a liberdade para tal. Temos, deste modo, que ter cuidado, pois imita-se o mal e imita-se o bem, sendo mais fácil imitar o mal.”
De acordo com Filipe, os Estado de Espírito querem “ser sempre e acima de tudo uma boa referência”.
Nesta sequência, estes quatro rapazes consideram que o indispensável num músico para singrar, em Portugal, é “a humildade”, salienta Filipe. Embora Nuno reforce que “Ainda temos que aprender o que é singrar”, a humildade é uma qualidade que os Estado de Espírito reúnem, como podemos verificar “Temos um defeito, talvez uma qualidade para nós, nada está bem.”. Este grupo não tem ambições que se podem tornar verdadeiros precipícios como a de olharem para marcos da música e se equipararem a eles. Podemos, então, concluir que são bastante pessimistas, no bom sentido, e que apesar do sonho os mover não se submetem a grandes voos. Como o baixista expõe, o essencial, para além da humildade é trabalhar muito.

A – Falamos em imagem, consideram a imagem um elemento fundamental para a carreira de um artista?
N – Vamos a uma entrevista de emprego temos de ir apresentáveis, porque somos a nossa imagem, a nossa ferramenta de trabalho. És aquilo que vestes, que usas, inclusive a maneira como tu te penteias é factor a considerar. É avaliada a forma como estás disposta seja qual for a cultura, religião ou estado de espírito. Os Estado de Espírito são um aglomerado de vários estados de espírito: o Pit num estilo de Verão (calções, t-shirt), o Filipe é mais “descapotável” no cabelo; quanto a mim, tapo-me um bocadinho, temos de ter em atenção a gordura, finalmente, o Gonçalo que é o mais irreverente (cabelo espetado). Descrito o exterior que se distingue de elemento para elemento, por dentro, podemos dizer que constituímos estados de espírito diferentes (se calhar um é mais envergonhado do que o outro…). Em relação à música convém as pessoas não só tratarem a imagem exterior como tratarem a não menos importante, a imagem interior, que nos conduz à humildade.
G – É óbvio que a imagem é essencial. É aquilo que os ouvidos não conseguem captar.
N – Penso que é uma questão de respeito para com toda a gente. As pessoas são bonitas por fora, suscitando a vontade de a conhecer para que consigas perceber que são bonitas por dentro.

A banda não conta com uma longevidade expressiva; contudo, contrariamente ao que se possa pensar, tendo já referido precedentemente, este não é o primeiro projecto dos componentes do grupo. Arrecadam alguma experiência e, assim que enquanto Estado de Espírito, ficaram conhecidos passaram a participar em programas televisivos e festas como a da Rádio Festival. Esta Rádio prepara festas memoráveis todos os anos e os Estado de Espírito abriram a grande comemoração do corrente ano.
Um grande feito perante o qual todos os representantes deste grupo se mostraram entusiasmados. Adoraram a experiência e, nas suas passagens pelo Norte do País, chegam a confessar que esta é uma zona que detém uma essência especial “Não vou desvalorizar nenhuma parte do país, porque não tem como. Estamos sempre a ser surpreendidos e a tentar surpreender, mas o Norte tem qualquer coisa.”, diz Gonçalo e explica dizendo que – “O Norte tem qualquer coisa de diferente, de bom, acima de tudo. Tem estado um tempo muito estranho para a época do ano em que estamos. O dia de hoje, simplesmente, foi espectacular e esteve uma temperatura à noite com índice de humidade quase zero”.
O Norte revelou o seu espírito ao receber esta banda e Filipe não deixa de mencionar “tivemos provas esta noite, quando aconteceu a situação do computador avariar. Acontece, como o Nuno diz só acontece ao vivo. E, naquele timing de espera - cinco minutos que, para nós, equivaleram a uma hora - o público não se manifestou de forma negativa. Talvez numa zona a mais elitista a atitude não fosse a mesma. Notamos que o público do norte é muito quente e gosta de espectáculos, provavelmente por estar habituado a isso.” Para o público, Nuno apenas tem uma palavra a dizer “em relação a isso - obrigado.”, “e que continuem assim, queremos vir cá mais vezes”, completa Filipe.
O que pretende esta banda e o que nos reservam para o futuro é aquilo que queremos que os Estado de Espírito nos anunciem.

A – Qual a vossa maior ambição? “Quero ter asas para voar “ é um dos vossos temas – o que é que vocês mais queriam ou gostariam de ter?
N – Tudo. Essencialmente, aquilo que queremos é perdurar neste trabalho sempre unidos com a mesma amizade, boa disposição e com a vontade que conduz o sonho que se tem vindo a tornar uma realidade versus responsabilidade. Há-de ser sempre este um sonho, que quando deixarmos de sonhar – o que será? A minha ambição é essa, continuarmos sempre unidos e amigos, a fazer isto ou qualquer outra coisa.
G – “Quero ter asas para voar” é uma passagem, podemos chamar-lhe portal ou ponte para o segundo disco. É aí que ligamos o primeiro trabalho ao segundo.

A – Quanto a prospectivas: quais os projectos para o futuro?
N – O futuro é o segundo disco.
G – Muitos espectáculos. Muita estrada.
N – Esse é um futuro presente, porque os espectáculos estão a aparecer.
F – Continuarmos a dar-nos bem como tem sido até aqui, e ter forças para dar mais espectáculos, como o Gonçalo disse, com novos temas. Viemos para ficar.
G – Pedimos a Deus para ter saúde, paciência e capacidade para conseguir evoluir com o mercado e todos juntos. Acima de tudo, esta é uma situação um pouco complexa sobre a qual trocamos impressões no sentido de não nos deixarmos levar ou influenciar por um instantes de sucesso e/ou infelicidade. Por outras palavras, temos sempre o mesmo comportamento independentemente dos momentos que atravessemos. Felizmente, os de sucesso são superiores aos de dissabores, ainda assim, temos a capacidade de mantermos os pés assentes na terra (embora as asas sirvam para voar). Desfrutamos ao máximo o nosso público e confiamos que o público faça o mesmo. Espero que tenhamos sempre a capacidade para continuar a construir, a compor, a escrever e a percorrer este trajecto engraçado que muita gente acha que é uma vida de tendeiros, mas que é uma vida muito bonita para quem gosta daquilo que faz.

As respostas dadas incitam-me a colocar a questão que tem a ver com um tema “Razão para ficar”. A razão que os Estado de Espírito apresentam para ficar são diferenciadas de elemento para elemento, estando elas intrinsecamente ligadas. Nuno foca que a “razão maior é o público”. O público é a quem este grupo dá primazia em tudo aquilo o que faz “E razão ainda maior que o público é sermos muito unidos e muito amigos e querermos mostrar isso aos outros.”. Para Gonçalo a música e tudo o que têm feito e ainda irão fazer “É uma paixão. A razão é essa paixão que nos une. A paixão pela música e o modo como a gostamos de fazer, juntos e unidos”. Nuno termina “A única maneira de demonstrarmos é pela música.”
A junção de personalidades unidas e bem assentes vence barreiras e conquista metas, fortalecendo-se de concerto para concerto “E realmente isso nota-se. Geralmente, quando tudo corre bem todos se juntam e todos estão unidos, até que tudo corre mal e as pessoas se começam a dispersar. Connosco acontece o inverso, quando algo corre mal juntamo-nos como hoje, e tudo corre bem.”

Podemos findar ressaltando que esta banda construiu o fundamento para um projecto, edificou os pilares e estabeleceu objectivos, conscientes daquilo que estão e do que querem fazer. Não tencionam parar, deixar de voar num sonho que se tem tornado real; contudo, que traça as primeiras pisadas de um longo percurso sem destino para chegar. Pretendem perseverar na vida que sempre quiseram que constitui uma razão para ficarem, mostrando-se aliados na amizade que os fortifica, consolidando, inclusive, a trajectória musical. A união está a ser (re)conhecida e, conquistar a afeição de todos por onde quer que passem, não é mais do que podem ter os Estado de Espírito.



Anabela da Silva Maganinho

Saturday, July 21, 2007

Vai um café ou boa música? Porquê escolher uma quando podemos ter ambas?


André Sardet



O Festival Delta Tejo realiza-se este fim-de-semana, em Lisboa,, e como cabeças de cartaz destacam-se os brasileiros Daniela Mercury e Carlinhos Brown e os cubanos Orishas.
Orishas


A Delta cafés e a Música no Coração decidiram juntar músicos dos países de origem do café para celebrar a união entre o aroma e os ritmos, no Festival Delta Tejo, em Lisboa.
Esta primeira edição do Festival terá palco montado ao ar livre, no Alto da Ajuda.
Os bilhetes custam 25€ (1 dia) e 40€ (3 dias).
Ontem tiveram como cabeça de cartaz Daniela Mercury para além dos Papas da Língua e André Sardet. Papas da Língua
Amanhã será a vez de Carlinhos Brown subir ao palco e, posteriormente, dará lugar às actuações de Mafalda Veiga e João Pedro Pais. No último dia, Domingo, estarão no palco principal Orishas e Mercado Negro. No palco Montepio realço as performances das bandas oriundas de Leça da Palmeira Mundo Secreto e Souls of Fire.
A Organização espera 10 a 15 mil pessoas por dia neste festival de Verão.






Mundo Secreto
Anabela da Silva Maganinho

Thursday, July 19, 2007

Sempre à frente o som na praia

Bob Sinclar dispensa apresentações


A Nova Era Beach Party realiza-se este fim-de-semana, na praia do Aterro Sul, em Matosinhos (Leça da Palmeira), a partir das 22horas.



Hoje é a primeira noite deste evento organizado pela Rádio Nova Era e o artista mais ansiado pela assistência é, sem dúvida, Bob Sinclar.



O mistério que envolve esta figura francesa cativou fãs por todo o mundo - Portugal não foi a excepção. O DJ parisiense que deu nome de Bob Sinclar ao seu projecto, actuará pelas 3h, na praia e promete a sonoridade de grandes êxitos como "Love Generation" e "Sounds of Freedom".


Não digam "Eu não sei", estes são os Expensive Soul
Para amanhã esperam-se Mercado Negro, Mc Marcinho e Expensive Soul. Os últimos «jogam em casa», visto que Demo e New Max residem na cidade de Leça da Palmeira e cantam para o público que os viu nascer.



A noite de Sábado está reservada para a Max Men Summer Party com DJ Gonzoe, pelas 4h contará em palco com Yves Larock.






Yves Larock


Anabela da Silva Maganinho

Wednesday, July 18, 2007

Dan Mcalister - Impressionismo expresso na música britânica

Ja foi há algum tempo, mas foi um bom trabalho de equipa.

Dan Mcalister, músico e compositor, veio a Portugal para promover o seu mais recente álbum a solo “10 Piano Songs”. O Cd foi gravado em 2005, revelando uma fase de criatividade inspirada no estilo impressionista.
Oriundo de Birmingham, em Inglaterra, Dan interpreta as suas músicas de forma real e descreve o seu trabalho como uma paixão.
Redige as músicas e, na entrevista exclusiva ao Superior, Dan explica como a base da sua inspiração é a “Vida. O que eu quero das minhas músicas é a verdade, o real. Penso que é aquilo que todos os artistas realmente procuram. Não sei se o estou a fazer da maneira mais correcta, mas é como as coisas realmente são, quando estou sentado perante/perto de algo. Tal como o impressionismo. Adoro o som das palavras, as texturas e as cores. Nas minhas palavras prefiro pintar texturas e cores do que atribuir-lhes determinado significado. Penso que estou a tentar dizer algo, contudo, nunca me sai da maneira mais correcta.”.
A música de Dan Mcalister não é fácil ser definida. Ele mesmo depara-se com essa dificuldade; todavia, “chamo-lhe expressionista/impressionismo”. Ficaremos a pensar se será uma espécie de música clássica. Este solista esclarece mencionando as suas principais referências musicais “As minhas influências são Jimmy Hendrix e The Doors. Sim, é uma grande influência a musica clássica”.
No Porto, onde esteve a divulgar o seu trabalho, surpreendeu muitos dos presentes através da criação de um clima distinto daquele que normalmente se faz por terras lusas, apenas acompanhado por um piano.
Canta desde o seu primeiro ou segundo ano de vida, embora só começasse efectivamente a cantar e a escrever as suas próprias músicas com cerca de 13/14 anos.
Acerca do seu trabalho, Dan confessa que é “A minha paixão. Adoro o piano. É ele a minha principal influência. Olho para as palavras, que não rimam necessariamente, de forma a apropriar-lhes à música. Não num sentido comercial, mas fazendo as músicas como poesia.”.
Quanto a projectos, Dan falou-nos um pouco do que está a fazer e do gosto por esta nova fase da sua carreira “No momento, estou a concentrar-me neste projecto que comecei. Estava numa banda que tinha contrato com a Universal de Inglaterra. Conheci a minha namorada, deixei a banda e vim para cá. Não estava satisfeito com o que estávamos a fazer. Tínhamos escrito imensas músicas e as que escolhemos eram, sobretudo comerciais, o que não nos fazia sentir à vontade. Então, estou a gostar muito disto. Quis actuar com um pequeno grupo, não uma banda rock; porém, poder tocar um som rock com o piano e, provavelmente, com um baterista e um baixista.”.
Ainda no início de carreira a solo, o seu talento é evidente. Ouvir as suas músicas incita-nos a imaginação e a visualização de diferentes espaços. Os sucessos de Dan Mcalister já estão disponíveis, resta-nos esperar pelo êxito deste músico que enriquece o panorama musical.



Anabela da Silva Maganinho

Com a colaboração de Paulo Galante
( aluno da Faculdade de Letras da Universidade do Porto)

Sunday, July 15, 2007

“Prefácio” de muitos êxitos




Ricardo Azevedo e a sua banda composta por: Patrícia Azevedo, irmã de Ricardo (teclas);Sérgio Silva (bateria), Victor Silva (guitarra) e, no baixo, Nuxo Espinheira que integra a banda Blind Zero



Ricardo Azevedo realizou ontem, a convite do El Corte Inglês, showcase acompanhado por sessão de autógrafos, no centro comercial de Vila Nova de Gaia, pelas 16horas.
A praça exterior, aquando dos testes de som, não estaria tão aprazível quanto o músico poderia desejar, devido ao período de férias e ao calor que se fazia sentir. Contudo, aos poucos, à medida que os acordes se iam fazendo ecoar, o recinto foi-se compondo e os aplausos foram significativos.
Ricardo cantou para os presentes as músicas que compõem o álbum de estreia a solo, “Prefácio”, e relembrou algumas das músicas que marcaram o sucesso de uma das melhores bandas nacionais, tais como “Daisy” e “I really am such a fool, temas compostos pelo vocalista.
Foi um reavivar de singles que escreveu em inglês e continuam a permanecer na sua carreira, ainda que tenha optado pelo rumo ao português com temas como “Pequeno T2” e “Os meus defeitos”.
Com o primeiro álbum disponível em qualquer discoteca, Ricardo anseia já pela construção do segundo, visto que este inicial era o já pretendido há muito e ainda tem mais para dar como contributo para a música portuguesa.
Recordo que Ricardo Azevedo foi vocalista durante anos dos Ez Special, banda fundada conjuntamente com Mário Sá, César Jesus e Fernando Tavares.



O maior sucesso àquele que, quer em inglês quer em português, consegue letras inalcançáveis.







Anabela da Silva Maganinho