Friday, June 29, 2007

In(ustiça)


Nuno Assis revelou ontem, em entrevista exclusiva à SIC, que “o governo interferiu para me prejudicar”.

O jogador do Benfica que se encontra fora dos relvados há quase um ano confessou mesmo que “pensei em abandonar o futebol”. O jogador assume que foi bastante complicado "apenas tinha ouvido falar nos jornais e não sabia o que me podia acontecer". Para Nuno Assis "o facto de ter dado positivo acabou", e aquando de o terem punido "o Governo entrou e pensou apenas em ganhar o caso e prestar serviço e pelos vistos conseguiu", apenas pensaram que "o que está em causa não é só o profissional, mas a pessoa e a família e as pessoas que estiveram envolvidas nisto não pensaram na pessoa no homem apenas pensaram no jogador do Benfica".

Nuno Assis emocionado no decorrer da entrevista acaba por referir que "o homem [ele próprio] teve momentos complicados e situações muito más". Foi um panorama obscuro que pairou de fronte com Nuno Assis e quem lhe valeu foi o filho, mas também Fernando Santos, o actual treinador do clube da Luz, que lhe deu moral para continuar.
O jogador já cumpriu 12 meses por um crime que não tivesse cometido?



Anabela da Silva Maganinho

Monday, June 25, 2007

Duelo(s) de Titãs

A festa dos campeões
O segundo lugar foi alcançado pelo Sporting





O plantel do FC Porto




O FC Porto sagrou-se campeão do Torneio de Futebol de Praia de Matosinhos ontem por vencer o Sporting CP por 7-4.

um dos golos da partida















No sábado, jogou-se o clássico Porto-Benfica (4-3). O jogo ficou marcado pela expulsão do guarda-redes dos dragões e pelo renhido confronto entre as equipas que perdurou até ao último minuto.

O Benfica defrontou o Rio-Ave no Domingo para que fossem apurados os 3º e 4º lugares, respectivamente.

O marcador assinalou 10 golos para o Benfica contra 1 do Rio Ave.
Os prémios foram atribuídos por Guilherme Pinto, presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, pelo organizador do evento e pelo jornalista da RTP Carlos Daniel.



Entrega do prémio de melhor jogador por Carlos Daniel

Todas as equipas levaram os seus craques para disputarem e disfrutarem um bom jogo. Pelo Sporting, Filipe Gaidão, Carlos e Pedro Xavier e Gomes.

No Benfica, basta olharem para os jogadores que reconhecerão muitas das caras... o guarda-redes titular, que não se encontra na fotografia é actual guarda-redes do Olivais e Moscavide e, durante várias temporadas, esteve ao serviço do Sporting.

(Mais uma jornada da Liga Nacional de Futebol de Praia)

Anabela da Silva Maganinho

Wednesday, June 20, 2007

Música que nos faz viver


O dia internacional da Música comemora-se amanhã. A música é um som que nos dá sustento e alento mesmo que por entre suaves acordes. O rock, pop, folk, clássico, r&B, freestyle, hip hop, funk, hard rock, metal... tantos géneros que agradam uns a gregos outros a troianos sempre na busca do concerto perfeito no palco das melodias.
Qual é a música da sua vida? Ou será a sua vida uma música?

Thursday, June 14, 2007

A corrida pelo jogo da vida


João Vilela, jogador oriundo de Lisboa, que actua pelo Gil Vicente tem revelado o esforço constante em prol da equipa que, na presente temporada, ultrapassou momentos dolosos.
O apoio incessante dos pais tem sido uma mais valia perante o seu percurso profissional “têm reagido bem face à minha carreira e conto com o apoio deles. Falamos sempre e as decisões são tomadas em conjunto”.
Iniciou a jornada futebolística aos sete anos ao serviço das escolas do Benfica, tendo permanecido no clube até 2005. Durante um ano, nos primórdios, efectivou no Damaiense “que era um clube perto de casa, para estar a jogar regularmente, porque no clube ainda não tinha competição”.
Nos escalões mais jovens a sua formação foi adquirida enquanto jogador e confessa “cresci e aprendi a jogar futebol da melhor maneira, ganhei títulos, conquistei muitas vitórias importantes e fiz muitos amigos”.
Anos significativos em toda a caminhada que tem percorrido. Mais de uma década de profissionalismo, mas, acima de tudo, de «amor» por aquilo que faz.
Há cerca de duas épocas no Gil Vicente, o atleta ainda tem três anos de contrato a cumprir, resta saber se decidirá ficar em Barcelos ou se se encaminhará rumo a outros clubes, nomeadamente Belenenses e Nacional que avançam com forte interesse na contratação para a época de 2007/2008.

Anabela (A) - Qual a razão primordial para ter seguido pelo futebol profissional?
João Vilela (JV) – Não sei. Os meus pais dizem que desde miúdo sempre quis as bolas. No ensino primário, passava os intervalos sempre a jogar e, a partir daí, não queria mais nada a não ser jogar à bola.

A – Sempre quis ser jogador de futebol ou tinha em mente vir a exercer outra profissão?
JV – Acho que nunca pensei em mais nada. Sempre quis ser jogador de futebol, apesar de nunca ter deixado os estudos para trás porque são muito importantes. Porém, foi sempre o futebol que comandou a minha vontade.

A – Quem era para si uma referência? Corresponde à mesma de hoje?
JV – O Rui Costa. Corresponde à mesma de hoje. Não o conheço pessoalmente, mas pelo que vejo e por aquilo que me falam dele continua a ser uma referência e, mais do que isso, um «senhor do futebol».


Numa época controversa, devido à polémica no âmbito do «caso Mateus», João Vilela e os restantes jogadores do Gil Vicente tiveram de superar as decisões tomadas, a aplicação de sanções e, sobretudo, a descida de divisão. Ainda assim não se esbateram perante as vicissitudes. A equipa comandada por Paulo Alves manteve a sua posição face à conjuntura e durante três jornadas não compareceram “o objectivo era permanecer na Primeira Liga”.
Os sacrifícios de nada valiam e foi então que, face à despromoção, começaram a lutar pela subida de divisão. Um objectivo que se instituiu como destituiu. A Liga determinou, a meio da época, que seriam retirados nove pontos da classificação do Gil Vicente. Próximo propósito a ser estabelecido – a permanência na Liga de Honra. “Com os problemas todos que foram surgindo na secretaria e com a perda de pontos, o que pretendíamos atingir era a manutenção e está conseguida”, revela João.
Algum tempo sobre o momento mais conturbado do clube e da carreira de João Vilela, “a equipa já está bem. Mas se formos a pensar nisso, claro que ficamos todos tristes”. Sabiam que este ano na BWin poderiam “fazer um campeonato muito bom, visto que equipas como o Paços de Ferreira ou o Leiria – equipas ao nosso nível – estão a fazer campeonatos de Taça UEFA. O próprio Belenenses que foi ao final da Taça e está no quinto lugar. É só essa desilusão que temos. Mas temos de viver com a realidade e fizemos o nosso trabalho na Liga de Honra”.


A - No início da época, com toda a confusão instaurada entre Gil e Belenenses pensou, porventura, abandonar o clube? Como conseguiu lidar com a situação?
JV – Eu até pensei em deixar o futebol. O futebol português está numa situação em que cada vez mais começamos a conhecer os meandros e os podres. Isso deixa-me um pouco desiludido, pois sou um fascinado pelo futebol, gosto do futebol e estou aqui por esse gosto e não por interesses, contrariamente a outras pessoas. Deixa-me um pouco triste, mas é a minha profissão e tivemos todos que levantar a cabeça e viver com a realidade.

A - O que mudou no Gil esta época em relação à época anterior?
JV – No ano passado estava mais como aposta do banco, para entrar e ajudar a equipa. Este ano consegui assumir-me como titular. Foi mais essa diferença que se fez sentir. Tenho jogado mais e é bom para mim, uma vez que me dá minutos e experiência.

A – Que balanço se pode fazer desta época?
JV – O balanço que faço é muito positivo. Na minha opinião, com tudo aquilo que passamos com o caso Mateus e com a descida do clube, tivemos uma época muito bem conseguida e ganhamos muitos jogos. A nível pessoal foi a minha melhor época como sénior. Esta foi também a época que joguei mais. Tenho vindo a jogar regularmente e, inclusive, marquei uns golos.

A – Em termos individuais esta época conseguiu afirmar-se em definitivo no plantel a titular. Sente que tem evoluído?
JV – Isto realmente é assim, é a evolução de um jogador. O Gil Vicente está a fazer-me dar um passo importante. Estou a conseguir jogar na minha idade que é muito importante, acrescido ao facto de jogar num campeonato muito competitivo – como é o da Liga de Honra – e é mesmo isso um passo para, cada vez mais, ser melhor jogador.

A – O que espera ainda vir a fazer ao serviço do Gil?
JV – Para o ano, se continuar cá, espero levar o Gil para onde merece estar, no escalão principal, na Primeira Liga.

A – E acerca do Paulo Alves qual a opinião que emite acerca dele?
JV – O Paulo Alves é uma pessoa que me tem vindo a surpreender. Apenas há um ano se estreou a treinar e tem crescido imenso como treinador e como pessoa. Já era um homem exemplar, presentemente, como treinador, verificamos a sua capacidade não só ao nível disciplinar como noutras vertentes é muito bom e o relacionamento que estabelece com os jogadores é excepcional. No que concerne aos treinos têm evoluído bastante e acho que vai ser um treinador de futuro em Portugal.

De acordo com o critério de João Vilela, José Mourinho é o melhor treinador da actualidade. Pelas razões que todos sabemos, designadamente capacidade de liderança, coesão de equipa e as conquistas, e porque “sou um fã incondicional do trabalho dele”.

Marcar um golo é, sem dúvida, um sentimento extasiante para qualquer jogador, independentemente da posição em campo. João, quando marca um golo, sente “uma alegria enorme, como é normal, e é a realização de um trabalho que fazemos todos os dias. O golo é, sem dúvida o mais importante, individualmente. Todavia, desde que a equipa ganhe não faz diferença se sou eu a marcar ou um dos meus colegas”. O golo é importante, mas o que é mesmo significativo é a equipa ganhar.
As recompensas são consequência de muito trabalho e dedicação; contudo, nem sempre os jogadores estão em plena forma ou atravessam a melhor fase profissionalmente.
Na pré-temporada, João Vilela encontrava-se lesionado, tendo iniciado o campeonato ao banco. Substituições aos últimos minutos ou a consecução de jogos como suplente nos 90 minutos da partida são instâncias que nem sempre são fáceis de compreender ou superar pelos atletas. João confessa: “por acaso isso aconteceu-me nos primeiros seis/sete jogos desta época e, na realidade, é uma situação muito aborrecida. Estamos ali para jogar e não para ver os outros a fazê-lo. Gostamos é de estar lá dentro e a sensação de estar cá fora e não poder ajudar é complicado. Temos de compreender que são opções do treinador e continuar a trabalhar para jogar”.



A - Rescindiu contrato com o Benfica, pensa ter sido uma aposta bem conseguida até então?
JV – Por um lado sim, por outro há sempre aquele suporte de estar no Benfica e ser jogador do Benfica. O respeito é sempre outro, outra carga em cima. Ser jogador só do Gil pode abrir-me o mercado para outras situações. Acho que não foi nenhuma aposta falhada, estou contente aqui apesar de todos os problemas, e o mais importante é estar a jogar.

A - O Benfica continua na sua mente ou apenas no coração?
JV – O Benfica está sempre no coração. Na mente não vivo obcecado por voltar ao Benfica, nada que se pareça. Eles fizeram a opção deles, eu fiz a minha e, se algum dia, nos voltarmos a cruzar é bom sinal.

A - Pretende continuar no Gil até ao final de contrato?
JV – Se arranjar melhor, de certeza que gostava de dar um salto; contudo, agora penso somente em ajudar o Gil e jogar no clube.
Repartido entre Lisboa e Barcelos, João confessa que é sempre custosa uma mudança como a que sentiu.
Conciliar a vida afectiva com a vida profissional, acrescido ao facto de estar um pouco distante da sua cidade. João assevera ser “muito complicado. Vivemos sozinhos e sem a família por perto, embora eu tenha família aqui em Barcelos e no Porto. Mas não é a mesma coisa. Tenho os meus pais em Lisboa e, agora, também tenho a minha filha lá e gostava de estar com ela todos os dias, mas são os ossos do ofício. Temos de lidar com isso e o ano já está a passar e até se passou bem”.
Por entre campeonatos em distintos escalões, jornadas disputadas ao rubro e títulos, podemos afirmar uma sucessão de vitórias. Porém, a grande vitória da carreira do jogador “apesar de para o Benfica não ter valido muito, foi ser campeão nacional de juniores no ano complicado em que faleceu o Bruno Baião. Foi das maiores conquistas que tivemos”. Um ano que se fez ressentir nos jogadores do Benfica, uma vez que, cerca de quatro meses após a morte do malogrado jogador Miklos Féher, Bruno Baião também “abandonou” a equipa de juniores.
Se houve momento confrangido profissionalmente foi “sem dúvida a morte de um dos meus melhores amigos e companheiro de equipa ainda por cima. Recentemente o caso Mateus também não foi fácil, mas nada teve que ver com os sentimentos que circunscrevem a morte de um amigo”, declara João Vilela.

No que concerne a expectativas, o jogador pensa afirmar-se “no futebol, quer no português quer no futebol internacional. Ser chamado à Selecção que é sempre um dos objectivos, representar o país. E continuar sempre a jogar que é o mais importante”.
Apesar de não ter sido convocado, no corrente ano, para a Selecção Sub-21, esteve durante anos a representar o escalão de Sub-20 em competições internacionais.
A – Considera que o público apoia muito mais sobre a selecção A do que as restantes?
JV – Não tenho muitas razões de queixa quando há jogos da Selecção. Costuma sempre ser em cidades onde o futebol está mais parado e as pessoas vão muito aos jogos das Selecções. Por isso, acho que o apoio tem sido fantástico em todas as Selecções e esta onda que se cria da Selecção Portuguesa e de representar o país onde todos são vistos com a bandeira, é extraordinário. Cada vez mais, jogar pela Selecção é um orgulho. Os estádios estão sempre cheios e é outro mundo.

A – Esta ascensão dos sub20 para os sub21 pode marcar uma viragem na tua carreira?
JV – Marca. Se for convocado, ainda não fui convocado nenhuma vez. Vejo, inclusive, isso como objectivo, mas não vivo obcecado. É mais um passo, um capítulo importante e a montra dos sub21 é enorme.

A – Uma frase positiva que lhe surge neste momento?
JV – Levantar sempre a cabeça e acreditar sempre em nós.

A – O que é mais difícil de se suportar na carreira de um jogador? Ser dispensado?
JV – Nunca fui dispensado, por isso não sei. O que aconteceu foi o Benfica querer rescindir comigo e fizemo-lo de mútuo acordo. Acredito que ser dispensado deve ser complicado, mas outra situação a ter em conta é não seres opção na equipa em que estás, e estares lesionado, duas situações muito aborrecidas.

A – O que falta ao futebol nacional?
JV – Falta gente séria. Pessoas que gostem só de futebol e não tendo em conta outros interesses.

A – Qual a maior alegria que o futebol já lhe deu?
JV – Todas as vitórias são uma alegria. Ter sido campeão nacional, fui duas vezes. Representar a Selecção. O momento que mais me arrepiou foi a minha primeira internacionalização que, ao ouvir o hino, já sonhava com aquilo e arrepiei-me todo e se calhar foi o momento mais marcante do futebol.

Um jogador que “gosta de fazer várias posições e usa mais a inteligência. Gosto de jogar e pensar o jogo. Boa qualidade de passe. Consigo fazer uns golinhos, entro bem na área. Jogador inteligente que sabe se posicionar, sabe jogar e ainda consegue fazer uns golos às vezes”, é como se define o atleta.
Sob uma outra perspectiva, João assume-se como “uma pessoa muito calma que gosta de sair à noite quando tenho folgas. Gosto de me divertir como qualquer jovem, mas sabemos que temos alguns entraves que nos impossibilitam de fazer a vida que outros jovens fazem. De resto, sou muito reservado, gosto de estar em casa, a ver uns bons filmes e estar a descansar”.
O campeonato inglês é o seu eleito, ainda que gostasse de vir a representar o Real Madrid. Ao invés, na Playstation, opta por jogar pelo Barcelona, o clube rival.
Acredita sempre que é capaz e nunca desiste por mais que sejam as vicissitudes e entraves; porém, no futebol, “as coisas não acontecem sempre como queremos nem como merecemos. Acredito sempre que posso dar a volta e em certas situações vingar. Certas situações põem-nos mais para baixo, mas sou persistente, acredito em mim e nunca desisto”.
João Vilela tem confiança no seu valor, mas nem sempre lhe são reconhecidos os factores peculiares que o caracterizam “até pensei chegar mais longe. O objectivo é chegar mais longe. Com 21 anos ainda não fiz nada e tenho muito para conquistar”.
Aquando do seu desempenho ao serviço ao Benfica nos escalões jovens, “o meu sonho era jogar na equipa principal e ser campeão pelo Benfica. Ou mesmo jogar pelo Benfica na equipa principal como nunca alcancei. Isso, com certeza, é um sonho”, refere João, todavia, “construir uma boa carreira, ser reconhecido profissionalmente e ganhar um bom suporte para mim e para a minha família para viver bem”, estabelecem a pretensão que visa alcançar.
“Ser feliz independentemente de todo o resto” será a maior vitória da sua vida; não obstante, a “fazer feliz aqueles que me rodeiam, que me amam. Neste momento, a minha prioridade é a minha filha e só quero fazê-la feliz”, expõe. No futebol, sairia vencedor ao “jogar na Liga dos Campeões e ouvir o hino e ser campeão do mundo por Portugal”, manifesta o desejo.
No período de férias do Gil Vicente, João Vilela aproveita para desfrutar dos momentos de descontracção para, na pré-época, estar disponível com a mesma força de vontade e conduta que o têm orientado a cada treino, para fazer de cada encontro o jogo da sua vida.



Anabela da Silva Maganinho

Tuesday, June 12, 2007

Aqui vai um desafio… ACEITAM-SE SUGESTÕES E DISCUSSÕES

Este excerto pertence a um livro… tente adivinhar a quem pertence e a que se refere! Seguindo a sequência de textos tente chegar ao achado.

“Ainda vais rir, mas prepara também o teu coração pra chorar, a vida é mesmo desse laço apertado, tem dias que lhe conhecemos os segredos – lhe desapertamos, outros dias lutamos só, nossas derrotas e lágrimas, e ficamos a olhar: o pescador se irrita com nós da rede? Isto tudo que eu te falo, não é feito do álcool, não é com três nem sete que me vais derrubar; isto tudo que eu falo é assim mesmo, a mancha da confusão, labirinto, e há que descobrir as coisas no devagar das coisas: o amor no acende num fósforo sozinho”.

Sunday, June 10, 2007

O segredo nos relvados


João Pereira, actual jogador do Gil Vicente, encontra-se com situação indefinida, devido a novos interessados que vão surgindo, no mercado das contratações, dia-após-dia.
Iniciou a sua carreira, no futebol profissional, ao serviço do SL Benfica, o clube que ainda hoje está muito presente.
Aos seis anos e meio, suscitou no jogador o gosto pela bola e, por isso, pediu aos pais para o colocarem num clube. Os pais atenderam prontamente à solicitação. Domingos Sávia, clube das imediações, recebeu João aos sete anos (apenas com esta idade poderiam ser inscritos).
Dois anos depois, João começava a dar os primeiros passos rumo ao mundo do futebol quando ingressa na equipa do Benfica. Obviamente que este principiar do seu percurso até ao futebol sénior se processou por etapas que foram formando o jogador que presentemente encontramos determinado pelos relvados. O camisola 47 relembra que “Para mim, naquela altura, era um hobbie. Era o que eu gostava de fazer, o que me dava mais alegrias”.
Embora o pai seja adepto do outro clube da segunda circular – o Sporting – nunca colocou quaisquer entraves às opções clubísticas de João. Aliás, tanto ele como a restante família sempre o apoiaram e deslocavam-se, inclusive, até onde quer que ele estivesse.
Subsequentemente à conclusão do curso do 12º ano, João Pereira candidatou-se ao Ensino Superior; contudo, não foi sobre a continuação do curso de Desporto que a sua escolha recaíu. Optou por seguir pelo futebol profissional que era a sua verdadeira paixão “Já tinha o exame de Biologia marcado, tinha tido explicações antes e desisti à última da hora. Talvez naquele ano, aquando do término do curso, em que iria entrar e não entrei, a minha mãe tenha ficado um pouco triste, mas agora já esta mentalizada”.
A conquista no escalão sénior tinha-o deixado “sonhar” pelos estádios e, por consequência, o futebol não poderia ser colocado como segunda opção. O seu palmarés foi acolhendo o somatório de vitórias e conquistas durante a caminhada em que envergou a «camisola vermelha e branca»
Porém, as vicissitudes despoletaram na sua saída do clube da Luz. O Gil Vicente gostou da atitude afirmada do jogador em campo e, a título de empréstimo remunerado pelo Benfica, recebeu João Pereira e João Vilela. Os atletas mostraram a sua eficiência e eficácia e, no final da época, assinaram um vínculo contratual por três épocas.

Um início de época controverso assombrou o Gil Vicente com o caso Mateus. A polémica instala-se e deixa em aberto a permanência ou exclusão do clube de Barcelos das competições nacionais. Numa primeira instância, foi decretada a suspensão do clube das competições nacionais, tendo a situação sido contornada pela descida para a Liga de Honra. Ainda com o caso por resolver, lutava-se pela manutenção na BWin, mas já nada havia a fazer.

Anabela (A) – Com toda a confusão instaurada entre Gil Vicente e Belenenses pensou, porventura, abandonar o clube?
João Pereira (JP) – Quando a polémica se instaurou eu só queria ir embora. Todavia, tinha um contrato assinado e a responsabilidade de o cumprir. Restou-me ficar e ainda tenho mais dois anos de contrato. Vamos ver o que acontece.

A – O que reconhece que poderia ter acontecido se não tivesses optado pela vinda para o Gil Vicente na época passada?
JP – Não sei. Hoje com o que se está a suceder no Benfica poderia ter a possibilidade de jogar alguns jogos. Não digo que me teria afirmado, mas estaria a jogar. Não estou arrependido de ter vindo para o Gil Vicente, estou contrito é de ter chegado e deparar-me com o incidente do caso Mateus. Se não fosse isso estaria a jogar na primeira liga e não depositaria muita atenção no resto. Na primeira jornada deste campeonato, o Gil deslocava-se a Lisboa para o encontro com o Benfica e eu estava super contente. Já pensava em entrar na «Luz» e dar o máximo para ganhar ao Benfica, porque tinha de defender o clube que represento. Após o caso Mateus tudo se processou ao contrário e foi aí que suscitou em mim a frustração por estar na segunda divisão, sabendo que poderia estar na primeira.

A – Há quem aborde a vinda para o Gil Vicente como um decréscimo na carreira. Considera acertada essa observação?
JP – Toda a gente pensa assim. Eu estava no Benfica, na luta constante pelo título, e venho para o Gil Vicente, uma equipa que é despromovida para a liga de honra e tem por objectivo não descer. Mas prefiro dar um passo atrás e ter a oportunidade de dar dois para a frente, do que permanecer no Benfica a correr à volta do campo e regredir. Não fui o primeiro jogador a fazer isto nem hei-de ser o último. Perante isto, o que tenho de fazer é nunca baixar a cabeça e acreditar que é possível chegar lá novamente.

Não perdurou em João Pereira qualquer sentimento de indignação ou frustração. “Se calhar fiquei um pouco triste, porque foram 13 anos naquele clube”, assevera João, e explica “no Benfica, ganhei alguns títulos – fui Campeão, ganhei a Taça de Portugal e a Supertaça – e, posteriormente, chega um treinador novo e diz que não conta comigo”.
Ainda assim assume que é ao Benfica que deve “aquilo que sou hoje” e, para não estar a importunar, “decidi prosseguir com a minha carreira, não descartando a possibilidade de um dia voltar àquela casa”.
Para João Pereira, o Benfica significa o concretizar de um sonho. “A partir de determinada altura, nos juvenis com cerca de 16 anos, comecei a ver que poderia chegar à equipa sénior do Benfica. Encetou-se em mim o sonho de vir a jogar naquele Estádio (antigo Estádio da Luz), com milhares de pessoas a observarem”, confessa o jogador. “Já na altura em que era apanha bolas e via todas aquelas pessoas no estádio, achava fantástico. Imaginava-me, então, um dia ali a perfilar no meio campo, antes do apito do árbitro”.
Estreou-se no Estádio do Bessa e, aquando da entrada em campo, “tremia por todo o lado”. “Naqueles instantes, acho que toda a minha carreira me passou pela cabeça”, foram anos naqueles trinta segundos que o acercaram por completo. Porém, depois de estar lá dentro “abstraímo-nos de tudo e apenas nos concentramos no futebol”.
Mas o Gil Vicente é o clube cujas cores representa e que o tem feito aprender e crescer. Em primeira instância, “fez-me aprender a dar valor àquilo que eu tinha no Benfica. Eu estive lá e nem sempre dei o devido valor ao que tinha conseguido. Agora ao ser jogador do Gil Vicente, dou imensa importância a tudo. Este ano no Gil evoluí muito”. João Pereira expõe que o Benfica está sempre a atacar, poucos eram os jogos que defendiam. Ao invés, no Gil, “os jogos são mais «taco-a- taco» localizando-se mais a defesa no jogo”.
Os jogadores, defensivamente, precisam de ter adversários de qualidade para evoluírem. É este o primórdio pelo qual o jogador se conduz. “Na época passada, jogamos contra o Porto e contra o Sporting e evidenciou-se muita qualidade. E sempre me disseram “se queres ser bom treina com os melhores”.


A – Não sentiu que a contratação do Nelson poderia afectar a sua permanência na posição?
JP – Não posso dizer que foi a chegada do Nelson. O Miguel é um dos melhores laterais direitos e eu jogava com ele. Fazíamos bons jogos e dávamo-nos muito bem. A posteriori, o Nelson juntou-se ao grupo. Era um jogador que estava em forma e os treinadores apostaram nele e penso que fizeram bem. Apenas acato as decisões dos treinadores e sempre dei tudo ao serviço do clube. Só por isso sinto-me feliz.

A – Há uma imagem que destaco. A Final da Taça de Portugal em que o Benfica vence a partida frente ao FC Porto, no Jamor. João e Simão sobem a escadaria, tal como a restante equipa, para receber a Taça e, assim que a têm nas mãos, começam com os cânticos a festejar a vitória.
JP – Nesse encontro não joguei, ainda que tenha realizado jogos anteriores. Todavia, para a maior parte das pessoas que viram – eu próprio depois vi na televisão – puderam presenciar a alegria com que eu estava a festejar mesmo não tendo jogado. Pelo Benfica podia estar uma época inteira no banco e somente jogar de vez em quando, que no final da época eu iria festejar com os meus colegas como se do primeiro título da minha vida se tratasse. Jogar naquele clube é um sonho e se acrescermos ao facto de conseguirmos ganhar títulos com aquela massa associativa é o êxtase. Estava nas nuvens. Fiquei triste no ano seguinte, ganhamos o campeonato, mas perdemos a taça e ainda custou mais perder do que ganhar.

Esta época, durante o período de abertura de mercado, emergiu uma proposta contratual do clube espanhol Málaga. Ainda que se encontre, de momento, na segunda Liga, o Málaga captou a atenção de João e iniciou-se o processo de transferência. De acordo com o jogador a proposta do Málaga teve quase certa. Contudo, não se concretizou “Estava para ir para lá, mas os papéis chegaram tarde à Federação Espanhola”. “Na altura fiquei um pouco triste, porque não tem nada a ver o futebol espanhol com o futebol português”, revela João.
Actualmente, até fica feliz por não ter assinado pelo Málaga e ter continuado no Gil Vicente “é que tenho alguns clubes para onde posso ir assim como algumas portas abertas”.

As referências circunscrevem a sua trajectória profissional desde os primórdios. O primeiro jogador que se revelou um ídolo foi o Ronaldo. Não obstante, na sua posição “gostava imenso do romeno Petresco, do espanhol Michel Salgado e do Contra”.
Nos últimos tempos, “o futebol tem vindo a evoluir muito e novos jogadores são descobertos”. A sua predilecção vai para Xavier Zanetti, jogador ao serviço do Inter de Milão, e Miguel, que agora representa o Valência.


A – Em todo o percurso teve e continua a ter referências. O que significa tornar-se uma referência para os mais novos?
JP – É sempre bom termos pessoas que digam que gostariam de ser como nós. É um orgulho que me deixa deveras contente. Por outro lado, pode tornar-se complicado. Se ninguém nos conhecer podemos ir na rua e fazer o que quisermos sem que nos apontem nada; em contrapartida, enquanto figuras públicas, estaremos sempre com o pé atrás e com o pensamento em se deveremos ou não realizar determinada acção.

João Pereira avoca a sua preferência em alinhar a lateral “se bem que me divirto muito a jogar a extremo, porque tenho menos responsabilidades defensivas e posso perder mais vezes a bola”. O maior defeito é ser “muito impulsivo e, por vezes, enervo-me muito facilmente”, emite o atleta.

A – Ao entrar em campo denota-se uma personalidade vincada e um certo ar intempestivo. Considera que há quem subestime o seu valor tirando elações incorrectas, uma vez que a sociedade cria estereótipos, designadamente pela postura que tem ou pelo visual que adopta?
JP – Eu creio que sim. Acredito que, enquanto estive no Benfica, algumas pessoas não gostavam de mim por causa disso. Muitas pessoas pensam que me tornei assim por ter chegado ao Benfica, especialmente por ter conquistado lugar nos seniores. Está errado quem me vê dessa forma, pois já desde os miúdos que sou assim com todos. Daí afirmo que apenas os meus pais e os pais dos meus colegas, que me acompanharam ao longo dos escalões jovens do Benfica, é que me conhecem e sabem que essa atitude é mesmo minha e instintiva, independentemente do clube que represento. Vou ser sempre assim.

A – Considera que o futebol passa por ser uma imagem de marca?
JP – Pode ser. O futebol hoje em dia é mundial. As pessoas de todo o mundo vêem futebol, porque adoram o futebol e, inclusive, pagam para nos verem a jogar. Nesta sequência, as empresas querem estar ligadas a este desporto. Pensam em dispor as suas marcas na camisola de determinado clube e sabem que essa forma de promoção terá impacto. As pessoas vão visualizar e reconhecer a marca em outras circunstâncias.

A – Preocupa-se muito com a imagem? Acha-la um factor determinante na carreira de um jogador?
JP – Sem dúvida. Há muitos jogadores que, hoje, não precisavam dos salários pagos pelos clubes para se conseguirem sustentar. As marcas e os patrocínios conseguem perfeitamente fazê-lo. Temos os casos evidentes do Beckham ou do Ronaldinho Gaúcho que dão a imagem pelas grandes marcas, pelo que a imagem deles vende muito. Cada dia que passa, um jogador que apareça, que seja um bom jogador e que tenha uma multidão atrás de si conta com a aposta das várias empresas que detectam ali um expoente de atracção.


Um jogador para ser bem sucedido deve ser, “acima de tudo, humilde. Não obstante, deve reconhecer as suas capacidades e limitações”. João Pereira atenta no facto de que “um jogador não deve querer ir mais além dos seus limites. Há que ter em conta que muitos jogadores têm verdadeiras qualidades que prevêem um grande futuro; contudo, se não tiverem a «cabeça assente» nada conseguirão. O inverso são aqueles jogadores que até nem têm grandes qualidades técnicas nem muitos atributos, mas que colocam a cabeça para pensar e se regem segundo regras adquiridas e conseguem ir longe”.
Além disso, o jogador deve ser equilibrado para conseguir aceitar certas decisões, tais como sucessivos jogos no banco de suplentes ou uma substituição aos 89minutos.

JP – Muitos jogadores dizem que anseiam vir a representar o Benfica, nem que seja apenas para estar no banco, eu inclusive já o disse. Chegamos ao Benfica e já nos sentimos de certa forma realizados. Contudo, os jogadores, uns mais do que outros, são ambiciosos e chegar ao Benfica não chega, tem que se jogar no Benfica. E falo no Benfica por experiência, mas o mesmo se processa no Porto, no Sporting ou em qualquer outro clube. Estive lá e, estar 90 minutos, todos os jogos, sentados no banco a vermos os outros a jogar e não podermos fazer aquilo que mais queremos e mais gostamos, é complicado. Sei que ia, por vezes, ao banco todo o jogo e vinha desiludido comigo próprio. Tentava pensar no que poderia fazer mais, obter soluções para contornar a situação e jogar. Ficar esporadicamente não tem qualquer problema se for em prol da equipa, agora ver os jogos do banco sistematicamente não é fácil. Pior só mesmo não ser convocado.

A – Após esta época já decorrida, toda ela ao serviço do Gil Vicente, que balanço pode ser feito?
JP – Depois de toda a controvérsia com que nos deparamos e de tudo pelo qual os jogadores passaram penso que acabou por ser uma época extremamente positiva. Desde a pré-temporada que não realizamos, porque não sabíamos se iríamos jogar nem tão pouco se o Gil Vicente iria persistir. Neste momento, estamos com dois meses de salários em atraso e andamos na constante indefinição. Não obstante, a meio da época posicionarmo-nos no meio da tabela e começarmos a pensar na subida quando, de repente, nos tiram nove pontos que apenas nos fazem pensar em não descer. Com tudo isto penso que fizemos um campeonato extraordinariamente regular e se não fossem aqueles nove pontos, acrescido aos três jogos que não disputamos, poderíamos lutar pela subida.

A - Qual a opinião que emite acerca de Paulo Alves?
JP – Eu só tenho a dizer bem do Paulo Alves. A situação dele este ano também não foi fácil. Que incentivo aos jogadores pode dar um treinador que não sabe qual é o destino do clube? Este foi o primeiro ano que efectivou como treinador. Na época anterior tinha sido o nosso Director Desportivo e, normalmente, a relação entre jogadores e Director Desportivo é muito aberta, quase como se de um colega se tratasse. O Paulo Alves começou a treinar-nos e, na fase inicial, era difícil - tanto para nós como para ele - delimitar as fronteiras da confiança. Ainda assim, conseguiu incutir-nos a vontade de vencer perante tudo o que estávamos a viver e, também por essa razão, considero que ele teve um papel fundamental na nossa época.

João Pereira elege José António Camacho como melhor treinador “Ele tratava todos os jogadores de igual modo: podia ser a maior estrela do mundo que ele trataria da mesma forma que me tratou a mim, um miúdo quando fui para a equipa. Era uma pessoa que percebia muito de futebol”.
No que concerne a clubes de futebol nutre grande apreço pelo Benfica, em Portugal. No futebol estrangeiro, “usualmente temos um clube por cada país. Em Espanha, o Barcelona desde a época do Ronaldo e, em Inglaterra, o Manchester United”, declara.
Poder um dia representar estes clubes “seria um sonho”. No Benfica já jogou e “foi através desse clube que tive a possibilidade de jogar no Estádio do Manchester United”, o que se traduz num marco da sua carreira.
Foi o Benfica o clube que lhe concedeu, graças ao seu esforço, a oportunidade de estar presente nas competições internacionais e afigurar Portugal além fronteiras.

A – Está integrado em competições nacionais e internacionais pela Selecção Nacional. Qual a discrepância existente entre as competições europeias e as competições a nível nacional?
JP – Quando representamos o país, ao sermos convocados, é para estarmos ao lado dos melhores. Poder ser considerado dos melhores é uma alegria enorme. O futebol é diferente, o espectáculo é melhor pois há mais qualidades. Ao nível interno, juntam-se as equipas grandes, por exemplo o Benfica, um dos melhores clubes; e, quando jogam contra clubes mais pequenos, se calhar já não há aquela qualidade nem há o jogo disputado. Enquanto que nas Selecções Nacionais há sempre a vontade de querer ganhar por parte de ambas as equipas, visando mostrarem qual é a melhor.

A – Recorde a sua estreia nas competições europeias.
JP – A primeira vez que participei a sério numa competição internacional foi com o Benfica na Taça UEFA. Perdemos com a equipa que se sagrou campeã com o Sporting na final, o CSKA de Moscovo. Na Selecção, a primeira grande prova foi o Europeu de Sub-19, ficamos em segundo lugar porque perdemos com a Itália na final. Dois/Três anos mais tarde tive o Europeu de Sub-21 no qual ficamos no terceiro lugar e voltamos a perder com a Itália. No último Europeu não participei e agora só espero ser convocado para este que irá decorrer.

A – Sente saudades em representar o seu clube na Liga dos Campeões e na UEFA?
JP – Sim. Muito mais da Liga dos Campeões em que os Estádios estão sempre cheios. Ouvir o hino no princípio do jogo até arrepia e é uma sensação muito agradável.

Marcar um golo é um feito que traz aos jogadores, mais que não seja satisfação por contribuir directamente para o contador. Não é tão significativo qual a competição a ser disputada, porque o golo é sempre uma concretização e “alegria”. Ao nível das competições europeias “só marquei na Taça UEFA, o que não tem o mesmo significado que marcar na Liga dos Campeões. Para mim fazer um golo, independentemente da competição em causa, é o momento mais bonito num jogo de futebol: ver as redes a abanar com a entrada da bola lá dentro. É um momento fantástico e indescritível o sentimento”.
O «sonho comanda a vida» e João não lhes é indiferente, embora esteja consciente da realidade e de que só com esforço consegue alcançar o que pretende. “O meu maior sonho é ser feliz. Profissionalmente o que espero é voltar aos grandes palcos e, a curto prazo, ser campeão europeu”, patenteia.


A – A Selecção A é uma dessas metas a atingir?
JP – Mais tarde. Neste momento, estou preocupado com a Selecção Sub-21 com quem tenho mais um ano. Não penso na Selecção A, pelo menos enquanto estiver no Gil Vicente. É muito difícil um jogador que esteja na Liga de Honra ser convocado para a Selecção A. Julgo que só quando estiver num grande clube, que me dê a oportunidade de mostrar o meu valor é que poderei estar na Selecção A.

A – Não considera que o público atenta muito mais sobre a selecção A do que pela de esperanças?
JP – Não sei. Sempre que joguei com os Sub-21, em Portugal, notei a diferença que em Lisboa sempre pouca gente vai ver os jogos, mas no Norte os Estádios estavam completamente esgotados. Presenciamos isso no Europeu, mesmo que através da Televisão. No entanto, se perguntarmos às pessoas se preferem ver o Cristiano Ronaldo ou o Ruben Amorim, por exemplo, a escolha é óbvia. Na Selecção Sub-21 temos grandes jogadores; mas é na Selecção A que estão os grandes craques. É normal e eu compreendo isso perfeitamente.

O Euro 2007 aproxima-se. Já no próximo mês irá ser disputado pelos jogadores que ainda aguardam pela convocatória de José Couceiro. Questionado acerca das expectativas para o Campeonato Europeu, João Pereira confessa que não gosta muito de falar nisso e expele as razões: “no ano passado estava com muitas expectativas e acabei por não ser convocado. Foi essa a minha grande frustração nestes anos todos de futebol. Fiz os jogos todos de apuramento, alcançamos em todos as vitórias e, aquando de ir realmente desfrutar da prova decorrida em Portugal, não pude participar. Foi uma desilusão não ter ido ao outro europeu e este ano nem quero pensar nisso”.
Uma circunstância ainda hoje por explicar não só a João como ao público que assistiu a todo o apuramento e Euro. As dúvidas não foram esclarecidas pelo que mesmo o jogador menciona, já conformado, ainda não ter compreendido a razão pela qual não foi convocado. “Quem fez as escolhas fê-las. Ficou provado que não fez as escolhas acertadas, mas se as coisas tivessem corrido bem ninguém se ia lembrar que não me tinha convocado a mim e a outros jogadores”.

A - Qual considera que será a selecção mais forte na competição?
JP – A Selecção de Portugal é muito forte, mas a Selecção mais forte de sempre é o Brasil. Têm jogadores para formarem duas ou três selecções de grande qualidade.

A – E no desafio dos Sub-21?
JP – Sinceramente não conheço as Selecções dos Sub-21, porque este ano o apuramento foi muito curto. Enquanto no ano passado realizamos doze jogos este ano apenas quatro foram disputados. No estágio haveremos de ver vídeos das outras equipas. Qualquer equipa que esteja lá tem de ter valor, uma vez que eliminou outras equipas.

Simão Sabrosa, jogador do SL Benfica, é o jogador que fica na memória de João. “Jogava na equipa B do Benfica e, às vezes, realizávamos treinos com a equipa principal. Eu alinhava como defesa, o Simão como extremo esquerdo e não nos dávamos muito bem. Sempre pensei que ele era um pouco arrogante – que talvez seja a imagem que transparece – e eu tinha essa ideia pré-definida. Quando comecei a jogar com ele inverti a minha opinião”. Fundamenta a sua nomeação dizendo que “é um grande amigo, um grande profissional que sempre me ajudou”. Mas este não é o único jogador que destaca. Ricardo Rocha, Nuno Assis, Miguel e Tiago foram jogadores que o surpreenderam muito. “Eu tinha a percepção, porventura semelhante à daqueles que estão do lado de fora, de que os jogadores profissionais só ganhavam dinheiro, não ligavam aos outros e que o egocentrismo era predominante como se o mundo girasse à volta deles. Isso não é verdade, pois são pessoas cinco estrelas, na sua maioria pessoas normais”.

Repartido entre Lisboa e Barcelos, tenta conciliar a vida profissional com a vida afectiva. Portanto, nem sempre é tarefa fácil “foi extremamente complicado. O que me ajudou a superar essa fase foi o facto de ter vindo com o João Vilela, que conheço há muito tempo, e partilharmos a residência. Se viesse sozinho não sei como iria aguentar”.
Quando estava em Lisboa não parava em casa. Lá tinha os amigos, nasceu e foi nessa cidade criado, “tudo o que gosto está em Lisboa”. Em Barcelos, “no princípio foi difícil”. Terra nova, costumes diferentes, não contava com a presença física dos seus amigos nem sequer da família. “Estranhei a temperatura que se fazia sentir, não conhecia ninguém e tinha de tratar de tudo, inclusive tarefas domésticas”. “Agarrei-me mais à playstation e ao computador que acabaram por ser, se assim podemos dizer, os meus melhores amigos”, confessa João. Só pensava “o que é que estou aqui a fazer?!”, mas, de imediato, ocorria-lhe o quão boa poderia ser a experiência. Sabia que ia fazê-lo crescer “quer ao nível profissional – pois evoluí no Gil Vicente – quer ao pessoal uma vez que se aprende muito ao viver sozinho e a ter responsabilidades” e foi isso que lhe deu força para prosseguir. “Este ano já foi mais fácil porque já conheço o local e mais pessoas”.
O jogador de futebol não tem uma vida fácil, contrariamente ao que se possa pensar. Os jogos que não correm bem, a constante luta pela vitória, a pressão, não obstante, a toda a componente pessoal que envolve todo o seu humano. É frustrante – e as pessoas nem sempre se apercebem – “estar dentro de campo e não conseguir fazer o que ambiciona e fazer bem”, uma vez que todos temos dias bons e dias maus.

A – Não raras vezes, torna-se complicado lidar com determinadas situações? Os jornalistas colaboram com o desconforto?
JP – Na minha opinião, um jornalista é um «pau de dois bicos». Quando um jogador está bem é posto no topo, ao invés, de quando as coisas não correm tão bem e os mesmos são colocados em baixo. O jogador tem de saber de lidar com isso: não se embandeirar quando faz a primeira página, nem baixar a cabeça quando o jornalista os coloca em baixo. Os jornalistas fazem o trabalho deles - e não estou aqui para os criticar até porque não sei o que é que eles têm de escrever -, mas sei que há apreciações que eles fazem e que são completamente injustas. O jogador só tem de se abster disso e fazer o trabalho dele.

A – Como foi “vestir” a pele de jornalista e realizar uma mini-entrevista ao João Vilela?
JP – Foi no estágio de pré-época. Eu estou sempre na brincadeira e aquele foi mais um momento em que tal se proporcionou. Quem não me conhece pensa que sou arrogante, irreverente ou outra coisa qualquer, mas eu estou é sempre na brincadeira. Aquele foi só um desses momentos, mas nunca pensei ser jornalista. Não quero vir a ser jornalista, foi somente um momento engraçado.

A – Qual foi a situação mais difícil de aceitar ou ultrapassar?
JP – Quando ganhamos a Taça de Portugal. A situação mais difícil foi a de ver o Féher. Ele não faleceu em campo, mas, foi em campo que, praticamente, se deu a morte dele. Em Maio, foi a vez do meu amigo Bruno Baião. Acho que esse foi o ano mais difícil e foi a maior dificuldade que tive de ultrapassar.

Considera-se reconhecido pelo trabalho que tem vindo a efectuar, apesar da sua carreira não contar com uma longevidade colossal. “Quando vou na rua as pessoas conhecem-me e ainda dizem que eu devia estar no Benfica. É um motivo de orgulho andar na rua e as pessoas saberem quem eu sou e pedirem autógrafos”, profere João.
O jogo da sua vida pode ser considerado no Estádio do Bessa pelo que este Estádio “estreei-me e fui, mais tarde, campeão nacional. Funciona como uma espécie de amuleto”.
As expectativas que alumiam o caminho que percorre são, neste momento a ambição de “chegar ao topo”. Não esconde, novamente, o “grande objectivo de jogar em Inglaterra, na Premier League, quem sabe no Manchester United”. Qualquer clube no campeonato inglês seria “uma realização para João, pois “adoro aquele futebol onde prevalece o imenso respeito nas diversas relações. Não há insultos como se vê em Portugal, nem tantas polémicas”. Fascinam-no os estádios repletos a cada jogo, não sendo relevante os clubes em questão, mas o espectáculo. Qualquer clube pode conceder esse anseio, mesmo o que se encontra no último lugar da classificação, “com um grande ambiente e o futebol é mais pacífico”. Evidenciando a sua precedência, manifesta o desejo e vontade por ingressar num campeonato onde “Aí é que me ia sentir bem”.
E é por que estamos a falar de um jogador arrojado e determinado pela conquista, que o devemos apoiar a cada jornada do seu campeonato.


Anabela da Silva Maganinho

Seleccionar quem apoiamos! Força sub21


Hoje começa o Campeonato Europeu de sub21 na Holanda. O país anfitrião saíu vencedor do campeonato do ano passado, realizado em Portugal, e por isso cabe-lhe acolher novos desafios que começam a ser disputados hoje. A Selecção Nacional tem grandes trunfos, contudo, não podemos subestimar o adversário. De qualquer modo, há que apoiar a NOSSA SELECÇÃO. Portugal está convosco muito mais a partir de hoje. Força!
Foto do jogo Portugal-Alemanha no Euro 2006 em Portugal
Anabela da Silva Maganinho

Mais livros para todas as idades









A 77ª feira do livro promoveu novas obras e respectivos autores nas imensas editoras que durante o período que se encontram no exterior do Pavilhão Rosa Mota.
João Aguiar, José Hermano Saraiva, Rosa Lobato Faria são alguns dos nomes que estiveram presentes na feira para apresentar os mais recentes livros.
A iniciativa anual continuará até ao término amanhã, 10 de Junho, mas promete e o regresso no próximo ano.
A feira conta com duas exposições peculiares como os livros proibidos da ditadura e

Gutenberg no cartoon nacional.

Saturday, June 9, 2007

Uma década ao rubro

Linkin Park regressaram a Portugal para mais um concerto que despoletou o êxtase nos fãs que se deslocaram até Oeiras. O público ficou ao rubro ao som de “One step closer”, “ Points of Authority” “In the end” e do mais recente single “What I’ve done”. Este concerto assinala dez anos de carreira da banda reconhecida mundialmente.
Seguiram-se os Pearl Jam na noite de ontem, para hoje, segundo dia do Oeiras Alive, actuarem os Smashing Pumpkins.









Chester e Mike, as vozes que não puderam faltar ao espectáculo que acolheu milhares de pessoas.


Anabela da Silva Maganinho

O trabalho recompensado













A procissão do “Corpo de Deus” realizou-se na passada quinta-feira por várias zonas do país, nomeadamente por Leça da Palmeira.
Como já tem vindo a ser tradição, a cidade de Leça promove esta procissão onde desfilam os mais recentes comungados pela catequese pelas ruas principais.
Os tapetes em flores são concebidos pelos habitantes de forma a que se proporcione um momento mais aprazível aos presentes e em que a devoção é o primórdio a conduzir a trajectória.

No final houve entre todos o tão esperado momento de descontracção
Anabela da Silva Maganinho

Tuesday, June 5, 2007

O êxtase final


Os Xtasy actuaram, no sábado último, em Matosinhos, pelas 22.15h, para o público que não deixou de comparecer no Parque 25 de Abril.
Problemas técnicos retardaram o concerto pelo período de 30minutos; contudo, os espectadores não arredaram pé para ver mais um espectáculo da banda nortenha que tem realizado performances vincadas e assinalado a efectividade no programa de festividades em honra do Senhor de Matosinhos.
Helder, J.A., Tatoo e Miguel
Ao som de “Xtasy Contigo”, “Galeão do Tempo”, ou “Ama e Sorri”, “Mentir mais não”, os quatro rapazes mostraram o que valem, ainda que o som se não encontrasse nas melhores condições, de acordo com a opinião da banda. Revelaram que, mesmo perante as vicissitudes, conseguem contornar as situações e proporcionar um grande momento de diversão e êxtase. Para além de Rabiba, estiveram também em cima do palco, alunos da Escola de Dança Alberta Lima. Este que foi um dos concertos de conclusão das comemorações e, quiçá, da banda. :(
Anabela da Silva Maganinho
P.S. Já sabem que estarei sempre aqui para vos apoiar... Xtasy contigo até o sonho acabar. É que seis anos não são de esquecer.

Todo o Património que Matosinhos conta

Joel cleto, José Hermano Saraiva, Guilherme Pinto e Fernando Rocha
Joel Cleto apresentou a 2ª edição do livro “Senhor de Matosinhos: Lenda, História, Património”, no dia 29 de Maio, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos.
Presenças ilustres como as de Guilherme Pinto, presidente da Câmara de Matosinhos, e de Fernando Rocha, vereador da cultura do mesmo Município, assinalaram a sessão de lançamento exposta pelo Prof. José Hermano Saraiva.
Mais de uma década após a primeira edição do livro, no ano de 1995, Joel Cleto vê-se confrontado com a necessidade de proceder à actualização de este seu livro que constitui um marco não só para as Gentes da Terra, como para o País.
Se “há livros que não precisam de ser apresentados” este é um deles. “Estamos perante um livro sério, com assunto sério, que conseguimos ler apaixonadamente”, explicou o Prof. José Hermano Saraiva, “porque Joel Cleto conta tudo neste livro de forma simples”. Este dignificador da História de Portugal, atentou para o facto de que “Matosinhos é um grande concelho, dos mais representantes do País”, sendo constituído por um “potencial humano extraordinário” não só nem quantidade como em qualidade.
Joel Cleto, durante a sua oratória, salienta que “este não pretende ser um livro de investigação, mas um livro de divulgação”. O CD que lá contém é uma forma de revelar essa intenção, pois as pessoas não apenas poderão ler o livro, como também terão a possibilidade de visualizar imagens e vídeos de outrora. “A questão da divulgação é para alguém como eu uma questão central. Mas a história só faz sentido se for para a comunidade”, fundamenta o autor. De acordo com a opinião de Joel Cleto, valorizamos melhor o património, porque o conhecemos melhor se for partilhado por muitos. Porém, “há muita gente que não quer partilhar este conhecimento”, e esse é o problema com que se depara todos os dias. A história é um conhecimento que faz o estado de vida das populações e forma, desse modo, a memória colectiva.
Guilherme Pinto agradeceu a ambos a “capacidade de partilhar o conhecimento, tornar simples os assuntos complexos” ou de chamar a atenção para situações que nem sempre damos a devida consideração. É esse conhecimento que se “vem edificando na formação da cidade de Matosinhos” e porque “nós somos a terra onde, porventura, nasceu o Infante D. Henrique”. O presidente da Câmara continua proferindo algumas palavras em direcção aos habitantes da cidade de “Matosinhos da Liberdade”, dos Irmãos Passos, do desembarque na Praia da Memória. A cidade do Porto de Leixões, das Conservas, assim como dos Arquitectos. Este é, inclusive, o município da Cultura, “que tem conseguido consolidar-se nas últimas duas épocas” como «porto de Horizontes».
Falamos do Matosinhos de “raízes, ambição e criatividade” – sintetiza Guilherme Pinto – destemido de quaisquer preconceitos, uma vez que “os velhos do Restelo sempre existiram, mas os descobrimentos sempre se fizeram e Matosinhos também se faz”.
E por que o Património é de todos podemos começar a partilhá-lo por intermédio do Senhor de Matosinhos.


Anabela da Silva Maganinho

Saturday, June 2, 2007

Dia Mundial da Criança: O que um sorriso pode fazer

O Dia Mundial da Criança comemorou-se, por mais um ano, ontem dia 1 de Junho, por todo o país. Muita gente esquece-se do quão importante são as crianças e do mundo melhor que só elas nos podem trazer. Elas têm a esperança, a garra, e mesmo aquela que chora vê sempre a maior felicidade na boneca ou no peluche. Elas são as "pequenas" pessoas, verdadeiras na vida, grandes a cada passo que dão no seu trajecto.
Então, e por isso mesmo, não deixemos que as crianças se desviem do caminho da vida...
Aqui deixo uma pequena homenagem a uma de tantas crianças desaparecidas. O Rui Pedro Mendonça nasceu em 1987, no lugar de Paredes, e, está já desaparecido há uma década. Parece que os anos voam... mas passam tão rapidamente só para aqueles que vivem sem preocupações, não para os pais de Rui, que vivem em prol de encontrar o filhos, pois neles permanece a incessante esperança nas buscas pelo seu filho.
E porque estamos a falar do Dia da Criança, aqui fica este sorriso tão sincero... e, porque há sempre uma criança dentro de cada um de nós, ajudem a encontrá-la... todos os dias.