Sunday, September 30, 2007

O Kontágio da banda com coração português

Os Kontágio são uma banda que conheci no ano passado. Pessoas cuja simplicidade se evidencia por entre letras melódicas e sonoridades diferentes cantadas em português. A banda está agora a trabalhar no segundo CD e a preparar um espectáculo novo no Canadá. Claudio Santos, membro da banda, assegura que no final de Outubro eles regressam a terras lusas.
Cá esperamos por eles. Entretanto, aqui fica a entrevista que realizei aos quatro elementos aquando da estadia em Portugal.



Kontágio é o nome do grupo rock constituído por sete elementos. Os membros desta banda - quase todos de origem portuguesa, excepto o baterista - erguem este projecto criado no ano de 2004 e composto, se assim poderemos dizer, da junção de países com culturas diferentes: Portugal e Alemanha.
Efectivamente, a banda nasce na Alemanha, país de residência dos membros são residentes; contudo, o país deles é Portugal e o orgulho que sentem pela sua nacionalidade é inegável “Vimos da Alemanha e gritamos viva Portugal”.
Dispensam grandes apresentações e do seu percurso ressalta a evolução do seu som classificado como rock um pouco mais suave. Susana Pais (voz), Carlos Lopes (voz), Cláudio Santos (guitarra), Carlos Baptista (guitarra acústica) Victor Gonzalez (bateria), Manuel Hidalgo (guitarra eléctrica), Paulo Santos (viola baixo) e o não menos importante compositor, vocalista e guitarrista Luís Andrade são os constituintes do grupo Kontágio.
Não puderam deixar de passar por terras lusas para divulgarem o seu trabalho e, por entre programas televisivos e show cases, os Kontágio cativaram o público presente envolvendo-o num ambiente de familiaridade.


A – O projecto nasceu em 2004, na Alemanha. Como é que aconteceu a iniciação do projecto Kontágio?
Susana (S) – No ano de 2004, o Luís começou a convidar os músicos para a banda Kontágio.
Luís (L) – Estava na Alemanha e, como vivemos num raio de cinquenta quilómetros, a primeira fase foi conhecermo-nos melhor. Todos faziam parte de projectos diferentes, tocavam em grupos e eu ia vê-los aquando das actuações. Então, colhi informações acerca de um e de outro para, em seguida, proceder às propostas devidas. Acabámos por nos juntar e por nos contagiarmos com a nossa música.
Actuação no NorteShopping



A – Porquê da escolha do nome Kontágio para a banda? O significado atribuído deve-se à vossa música ser contagiante ou por vocês de contagiarem uns aos outros?
Luís – É mesmo isso. Ensaiávamos, mas ainda não tínhamos escolhido um nome para a banda. Tentávamos optar por um nome da preferência de todos, escrevemos inúmeros; porém, nenhum era o indicado. A partir de determinado momento começámos a ver que no dia seguinte àquele em que tocávamos um som novo, uma música nova, um membro do grupo dizia “fiquei com a música na cabeça, parece que fiquei contagiado”. Com a aquisição desse termo, conseguimos aquele que dá nome ao grupo - “Kontágio”.

De acordo com o sítio na Internet da banda, ocupam um lugar no cenário rock português. As referências musicais influenciam a música que fazem e, apesar de distintas é exactamente a diferenciação de elemento para elemento que edifica e consolida os Kontágio. Scorpions, Pink Floid bandas que, aparentemente, não se assemelham são as eleitas de Luís Andrade. Susana Andrade revela o seu gosto por cantoras portuguesas tais como Rita Guerra e Lúcia Moniz.
Uma das músicas dos Kontágio foi escrita, partindo da frase dita por uma pessoa mais velha “Ai se eu soubesse as coisas que sei hoje”. Pode-se pensar insensato escrever um tema apenas com uma expressão que não raras são as pessoas que a usam no quotidiano. Luís justifica esse exemplo, explicando que, para a composição das letras se inspira “nas vidas”. E continua, mencionando “Se for preciso, daqui a pouco, escrevo a letra para uma música só com esta conversa que estamos a ter. Factos reais, encontros na vida…”.

A – Há uma mensagem a passar? Qual é essa mensagem?
L – Para ser sincero, a mensagem é a de fazer música portuguesa e, dessa forma, estender a língua portuguesa. Neste álbum, conto passagens da vida. Não tenho o intuito de contar uma mensagem para o futuro, mas contar uma passagem da vida dos Kontágio.

De Portugal, esperam o reconhecimento já alcançado na Alemanha, principalmente no que concerne à comunidade portuguesa. Vivem na Alemanha; todavia, elegem a língua portuguesa na composição das músicas, “Somos portugueses, excepto o baterista. Muitas bandas vão para o estrangeiro para se poderem lançar; pelo contrário, nós, ao estarmos fora, decidimos vir para Portugal para nos lançarmos.”, fundamenta Luís Andrade.
Lançaram recentemente o primeiro trabalho que, como referi precedentemente, se intitula “Saber Falar”.



Actuação na FNAC de Santa Catarina


A – Falem um pouco acerca deste álbum.
L – “Saber Falar” é a denominação dada ao disco, precisamente por causa das faixas que contém, sendo alguns dos temas, inclusivamente, dirigidos a membros do grupo. Éramos as pessoas que, inicialmente, não se conseguiam comunicar e que escolheram o facto de “Saber Falar” para se relacionarem. Todas as músicas inseridas no disco são uma conversa: o falar de ou com alguém. Daí adveio o título do CD e da primeira faixa.

Definem-se como “pessoas normais que querem transmitir a música e que escolheram a música como meio de comunicação”. Musicalmente podemos proferir que “Viemos ocupar, sem intenção premeditada, um espaço vazio que fora ocupado pelos Ritual Tejo e pelos Além Mar. Com o nosso próprio estilo quisemos divulgar a nossa música a Portugal, sem saber qual seria a reacção por parte do público.”.
Regressaram a Portugal e, embora a vossa estadia tenha sido curta e não se consigam calcular resultados, podemos dizer que a receptividade constatada por parte dos portugueses é “ Muito boa. Estivemos numa segunda-feira a apresentar o nosso disco no Hard Rock Café, em Lisboa, e nesse dia da semana em que não é habitual estar muita gente tiveram de fechar as portas, porque a lotação esgotou. Promovemos o disco, fizemos programas televisivos e no outro dia já nos conheciam e sabiam quem éramos. É uma música que fica na cabeça e que as pessoas se recordam logo”., explica a voz principal dos Kontágio.

A – São conhecidos na Alemanha, e em Portugal como tem decorrido a divulgação da vossa música?
L – Na Alemanha tem sido um pouco mais difícil, apesar de os Alemães gostarem quando ouvem a nossa música. Não entendem o texto, o que lamentam; contudo, temos tido uma boa receptividade. Penso que quando a nossa música é apresentada, eles olham-nos como se dissessem “Ainda bem que há um projecto português que está a ser trabalhado e que não é igual a nenhum que eu conheça”. Deste modo, a música portuguesa é qualificada de uma boa maneira.

Claúdio, Carlos, Luís e Susana



A – O que representa, para vocês, a música?
L – Para mim, a música representa uma parte da minha vida. Como tenho vida privada também tenho vida profissional na qual encaixo a música.
S – Considero que a música fez, faz e continuará a fazer parte da nossa vida, porque estamos todos ligados à música e é esse o nosso amor. É aquilo que, realmente, gostamos de fazer.

Quanto a prospectivas, os Kontágio não são muito ambiciosos, uma vez que têm noção do mundo da música. Ainda assim Susana confessa “Que as pessoas, no estrangeiro, gostem do nosso trabalho e que este seja ouvido por todo o mundo”. Luís patenteia que têm conhecido muitas pessoas, o que lhe dá muito prazer; “Temos tido uma experiência boa e bonita e, saber falar em qualquer lugar e com todos é o que pretendemos alcançar”.
Um grupo cujos elementos não esquecem as suas verdadeiras raízes e esperam singrar a partir do seu país. Interessam-se pela sua comunidade, conquanto pretendam conseguir chegar até os demais países.
Prometeram voltar em breve a Portugal para contactarem com o seu povo e para marcarem o panorama musical português com a sua música. Em suma, pretendem mostrar a todos que sabem falar através da língua universal - a música - e que, tendo consciência do longo caminho a percorrer não irão desistir do sonho que comanda as suas vidas.

Anabela da Silva Maganinho

Saturday, September 29, 2007

Champion in the Field

Mais uma vez, contamos com a colaboração de Paulo Galante em traduzir esta entrevista. Paulo estuda na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e aqui fica o meu maior agradecimento pela ajuda prestada. Obrigada amigo!

Alessandro Nanni was one of the Italian champions present in the EuroHockey that occurred earlier this month in Oeiras, Portugal.
An athlete who showed spirit in the field and who has always believed from the first moment that his team was a winning one, specially in achievements and in the work for the dream which leads them towards a goal that can make this team worthy of this title.
When asked which team would be the potential winner of the tournament, Nanni didn’t hesitate to affirm, convict of his words, that it would be his team: “Of us all I think us. Because I want to win this Tournament but I think the other team maybe should be Scotland. Maybe Scotland, or us”.
Regarding to the Portuguese team, team which he had just finished playing against with, he tells us that the home squad is composed by “many international players”. Nanni thinks that “It was a good game. It was a hard game. Today we played very well”. He points again to the fact that they’ve already played against the Portuguese team, “Sometimes I played against them in other Tournament or indoor or something with the team of the city. In the Indoor Champions league I played against them and I think they were good players”, Nanny reveals. Still, there’s a problem that it is still common to both teams: “because we do not play as professional players.” As a player from HC Roma he states that even this isn’t a very well known sport between the general public, and also that they aren’t paid to play, he includes as a consequence the fact of not being able to “train a lot, and maybe in a higher level, is not the same of a team who can play as a professional”.
This wasn’t Nanni’s first time in Portuguese lands. Actually, the Italian player has already been in Portugal “two or three years ago in Lousada, next to Porto.” About our country he has a very franc idea, even because the things in common with his home country still persist: “I think it’s a nice country because it’s on the Atlantic Ocean. I like that because the weather is sunshine and so the people are like us in Italia.” And the conclusion taken from his testimony is that “[Italian and Portuguese] are very friendly and fun.”
The Italians see themselves as team whose ambition, as the others, is to “qualify to the Olympic Qualifying or maybe to the European A,” a goal that still hasn’t been achieved in this tournament.
But their morale is still unshaken. Despite of the hard days that this sport sometimes goes through, as the Italian player says: “to be a Hockey player means to be a sportsman, maybe the football is the first sport in the world, mainly because of the money. But I think this and the minor sports are the best, are really the Sports in which the players need to train strongly to attain their goals”
Nanni confesses of sometimes having to “we train so strong, so difficult to us because it’s a lot of difficult to train and as a national team we’ve only met three four months just before this Tournament and not one or two years as we have to. So it’s difficult but it’s a nice sport and I like it so much,” reveals the player showing his passion that moves him.
However, the difficulties are more than many, and it’s complicated when there isn’t a field for the young players to show their talent. This is what saddens Nanni the most. “I play in HC Roma indoor and we‘ve won the last championship season but just now we don’t have a field where we can train because the work in progress in the area so now we have to find other location to put our hockey field.” In the end we conclude that the biggest obstacles are the nonexistent structures for practicing the sport. “Sometimes is a sport – I don’t know here in Portugal – but in Italy is not popular, because we can’t see any hockey matches in TV, so it’s difficult to introduce this sport to people.”
A champion who still waits for some recognition for his work in terms of trying to show the world how good of a sport field hockey is, which reveals itself between a passion that drives him, at the head of his squadra in its battles.

No corpo de um poeta

Foto extraída de http://www.tiagonene.pt.vu/


A apresentação do livro "Versus Nus", de Tiago Nené, realiza-se hoje, pelas 16horas no Café Magnólia, em Lisboa.
Um lançamento que vai contar com a presença do grupo de teatro da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa para além dos demais presentes que por lá vão estar.
Tiago Nené, oriundo do Algarve, decidiu enveregar pela advocacia, tendo concluído o curso no ano de 2005. Consequentemente a algumas colaborações literárias, dois anos depois, arrisca no seu primeiro livro de poesia.
Podemos dizer, então, que "O Homem dos nossos dias" vai estar com Tiago Nené hoje em Lisboa.



Anabela da Silva Maganinho

Tuesday, September 25, 2007

Fátima Lopes comunica pela escrita os grandes amores da vida





Numa altura em que Fátima Lopes acaba de lançar o seu segundo livro "Um pequeno grande amor" aqui vos deixo com a introdução a esta nova faceta da jornalista mais acarinhada pelo público português. O primeiro livro "Amar depois de Amar-te" vendeu milhares de exemplares e o mesmo destino terá, com toda a certeza, esta nova obra.

Fátima Lopes iniciou o percurso profissional como jornalista de imprensa, tendo, a posteriori, decidido enveredar por uma das vertentes do curso de Comunicação: Marketing e Publicidade. A opção valeu-lhe a entrada no mundo dos audiovisuais que a concretizou na profissional com quem hoje temos contacto.
Surprise Show, All you need is love, e agora Sic 10h num novo formato que se dá pelo simples nome Fátima são alguns dos programas que preenchem o repertório desta comunicadora exemplar que circunscreve de humanismo e competência o panorama nacional.
O programa pelo qual dá a cara evidencia a figura da apresentadora que se tem vindo a revelar uma profissional de alto gabarito e, não obstante, a mulher cúmplice, amiga e confidente. Fátima, tal como a sua protagonista, é um programa de emoções, de solidariedade e de causas humanas. É este o programa por intermédio do qual podemos conhecer um pouco de Fátima e apercebermo-nos de que esta irradia alegria e felicidade e deixa transparecer o gosto que tem por aquilo que faz.
Recentemente, esta comunicadora de renome decide regressar à escrita. Desta vez, não falamos da escrita jornalística, mas na escrita literária que, cerca de quatro meses após o lançamento, já tem mais de 60 mil exemplares vendidos.

A apresentação do livro “Amar depois de Amar-te” contou com presenças ilustres da autarquia de Vila do Conde, acrescido ao facto de estarem também presentes desportistas como Rosa Mota e Aurora Cunha.
João Malheiro, Fátima Lopes e vareador da Câmara de Vila do Conde

O discurso introdutório ficou a cargo de João Malheiro que, actualmente, integra o elenco de “Tertúlia Cor-de-Rosa” (espaço do programa Fátima). O jornalista inicia a oratória dizendo que esteve no lançamento do livro de Fátima, em Junho último, no qual “estava muita gente, inclusive órgãos de Comunicação Social, e considerei que este iria ter muito sucesso”. Foi nesse momento que lhe ocorreu desafiar Fátima Lopes a vir apresenta-lo a Vila do Conde, tendo João Malheiro não um apreço, mas antes uma paixão pela cidade nortenha.
João Malheiro prossegue descrevendo Fátima como “uma grande profissional da televisão (…) que é, porventura, um rosto das pessoas que, no mundo nacional do audiovisual, tem uma presença mais marcante”. A pessoa da qual falamos é uma “mulher inteligente, bonita, uma mulher com um sentido humano especial” que faz com que gostássemos de a ter “na nossa família”.
Efectivamente, o seu cariz humanitário e efectivo demonstram-se por entre “uma entrevista, um olhar da Fátima basta” para que nos apercebamos da sua enorme preocupação com os outros. No que concerne ao livro também isto é evidenciado: Fátima escreve com o espírito que presenciamos assiduamente em televisão, porque “quando fala na Teresa, na Carolina e na Filipa, que são as personagens centrais das suas histórias neste livro, são, porventura, pessoas que estão presentes ou que estão muito próximas” e, se assim não for podem ainda ser pessoas das quais temos conhecimento. No livro, segundo João Malheiro, “podemos ver um problema, que não está tanto numa vida sem amor (…) está em dar sentido ao amor, sendo mais ou menos jovens”. “Estes textos se alguma lição nos pode dar é essa: é possível cada um de nós darmos sentido ao amor, sobretudo em algo que é absolutamente deslumbrante nos tempos que correm”, salienta o profissional de jornalismo.
Fátima já quase sem palavras perante tal introdução, deixou evidente o seu encanto pela terra de Vila do Conde, sentindo-se “muito acarinhada desde o primeiro instante”. Extasiada por todo o ambiente que se vive e perante uma sala repleta de espectadores expectantes pela sua presença, Fátima assume que a responsabilidade pela deslocação é de João Malheiro; contudo, que, de facto, adora contactar com as pessoas e: “gosto muito de olhar as pessoas nos olhos”, revela a apresentadora. “Nas sessões de autógrafos digo sempre para não colocarem as mesas de forma a que as pessoas fiquem a três quilómetros de mim”, explica Fátima e continua “as pessoas não me fazem mal, deixem-me olhar para os seus olhos, pois é assim que eu sou e é, deste modo, que gosto de sentir quem está no lado de lá”.
O intuito de Fátima não são as vendas e o sucesso que o livro pode ter. A interacção, o contacto que pôde ter com quem compareceu à sala da biblioteca de Vila do Conde “numa sala cheia de pessoas amigas que, no fundo, vieram cumprimentar com um simples “olá” já valeu a pena”.

Como mencionei anteriormente, a primeira experiência profissional de Fátima não foi logo na Televisão. Contrariamente ao que se possa pensar esta reconhecida apresentadora televisiva começou por “trabalhar num jornal no qual escrevia sobre teatro e cinema”. Escreveu durante dois anos, estando ainda na faculdade. No final do curso, “a primeira experiência foi na área em que me especializei, ou seja, Marketing e Publicidade”, esclarece Fátima Lopes.

Anabela (A) – E foi muito difícil essa experiência?
Fátima Lopes (FL) – Não, não foi muito difícil. Quer dizer, a experiência da escrita obviamente que não foi fácil de início, uma vez que quando se entra no mercado de trabalho pela primeira vez não sabemos fazer nada. Só temos teorias, prática não temos nenhuma. Mas como tive à minha volta pessoas que me ensinaram ajudou bastante. Posteriormente, quando terminei o curso comecei a trabalhar em Marketing e Publicidade foi a mesma situação. Por outras palavras, surgiram as dificuldades de uma inexperiente e de uma principiante. Contudo, a vida é feita disso mesmo: é feita de lições, é feita de aprendizagem, portanto, encarei cada passo como os passos que qualquer pessoa tem que dar aquando do começo de uma carreira. Sempre fui muito trabalhadora e muito empenhada e medo de trabalhar nunca o tive. Acho que o trabalho não faz mal a ninguém, pelo contrário, só dá saúde e empenhei-me sempre para tentar progredir nos vários trabalhos que tive.

A – É, então, que surge a Televisão como parte integrante da sua vida. Recorde a primeira vez em que se deparou com este outro mundo.
FL – A primeira vez foi a assustadora, porque encarar as câmaras é uma coisa que não é fácil. Hoje, tratamo-nos por tu; mas, na época, eu tratava as câmaras por Sra. Doutora. Havia uma falta de à vontade e a noção de que aquele mundo era todo novo para mim. Os primeiros programas não foram nada fáceis, nada fáceis mesmo e ainda levei bastante tempo para criar à vontade com o facto de olhar para um quadrado escuro e frio e imaginar que no outro lado estavam pessoas a ver-me. Esse clique leva o seu tempo e, a partir do momento em que se dá depois tudo é muito mais fácil.

Por entre escrita jornalística, ramos de Comunicação, apresentação de programas e agora escritora, Fátima Lopes mostra-se todos os dias uma profissional capaz de nos surpreender no dia seguinte. Nunca teve de abdicar de qualquer uma das suas vidas, conseguindo, dessa forma, viver em pleno conciliando as suas grandes paixões: a profissão e a família.

A – Como têm sido todos estes anos de profissionalismo?
FL – Fantásticos. Têm sido os anos mais felizes da minha vida. Amo a minha profissão, adoro o que faço e sou uma mulher super feliz com o meu trabalho.

A – Nessa sequência, o jornalismo continua a ser um desafio?
FL – É sempre um desfio, aliás, cada programa é um desafio, porque os conteúdos estão sempre a variar. Acrescido a que conforme variam os conteúdos variam os convidados. Logo, o tipo de exigência que é feito é sempre diferente e é isso que torna um programa diário muito estimulante.

Agora dedicou-se à escrita. Fátima consegue, de forma bem concebida, fugir um pouco ao dia-a-dia que a envolve – o do audiovisual. Acerca de “Amar depois de Amar-te” podemos dizer que retrata três díspares histórias de vida. Histórias reais que apesar de vividas de formas diferenciadas se cruzam por entre sentimentos, experiências, dificuldades, em suma, vicissitudes pelas quais muitos de nós temos de (ultra)passar. A contracapa do livro foca a essência a qual passo a citar “Num discurso próximo e emotivo, Fátima Lopes mostra-nos a sua capacidade de ver a vida de uma forma positiva. Através destas histórias tão reais, mostra-nos que a vida e o amor nos dão sempre uma segunda oportunidade”.
É, sem dúvida, uma realidade diferente, a da escrita literária que Fátima justifica como um acumular.

A – Como tem decorrido este novo caminho?
FL – Muito bem. Em termos de resultados está a correr muito bem. O livro tem ainda pouco tempo de vida - nem seis meses tem - e tem vendas muito boas, o que me estimula bastante. Foi um livro escrito nos meus serões e nos meus fins-de-semana, o que quer dizer que roubei muitas horas à cama para poder ter este livro pronto. Não deixei de fazer o programa, não deixei de fazer as coisas extra que tinha, não deixei de ser mãe nem de ser mulher. Digamos que o grande penalizado foi mesmo o sono, mas valeu a pena.

A adesão por parte do público tem sido fabulosa, como se pode depreender dos cálculos de vendas. Um livro que tem cativado as mais diversas gerações, tanto homens como mulheres portugueses. A mais recente notícia é que para além do feito de ter alcançado um número representativo de vendas, “Amar depois de Amar-te” poderá ser encontrado no mercado espanhol. O êxito alcançado em Portugal transcenderá a fronteira e agora é a vez de Espanha conhecer a obra de Fátima Lopes.

A – O fascínio e a adesão do público tem correspondido da maneira que esperava? Em oito semanas conseguiu 48 mil exemplares vendidos e agora continua o número a crescer estando, presentemente, acima dos 60 mil.
FL – A adesão do público tem sido extraordinária. Quando lancei o livro não pensei em resultados, mas também se tivesse pensado se calhar não tinha logo imaginado estes números. Ao fazer alguma coisa não o faço a pensar nos números, faço-o a pensar, numa primeira instância, no prazer que me dá, e, em seguida, naquilo que as pessoas vão achar. Penso que as pessoas responderem com a compra do livro é a melhor recompensa que eu posso ter. É sinal de que gostaram.

Uma mulher de sonhos e de realidades que pretende ainda “fazer TUDO e que pretende alcançar TUDO”. Poderemos dizer que a televisão consta do seu futuro, mas constatamos que a escrita também se vem tornando um grande amor. Fátima não exclui a possibilidade de um segundo livro, podendo confirmar que “a vida e o amor dão sempre uma segunda oportunidade” para esta mulher, comunicadora, apresentadora e escritora feliz; porém, com uma atitude constante similar à das personagens do seu livro: “a busca pela felicidade”.


Anabela da Silva Maganinho
Obrigada Fátima e João. Uma mulher de corage, uma mãe e uma profissional de referência... para mim. A João Malheiro não direcciono agradecimentos nem teço adjectivos, porque já sabe o que penso. Aqui vai um muito obrigada pela amizade

Sunday, September 23, 2007

Mar Nacional

Estádio do Mar está a sofrer modificações mas já recebeu um encontro para a Bwin

O Leixões empatou hoje com Nacional da Madeira a uma bola, na estreia do Estádio do Mar na Bwin Liga.
Os golos apontados por Lipatin, jogador do Nacional, aos 15 minutos do decorrer da partida condicionaram o desempenho da equipa do Leixões que parecia não conseguir entrar no jogo. Isolado na esquerda o jogador conseguiu apontar o triunfo que perdurou até ao intervalo.


Beto o guarda-redes da equipa do Mar


As equipas foram reflectir para os balneários e o Leixões parecia ter mudado a táctica de jogo com a entrada Nwoko.

A entrada de Nwoko trouxe uma brisa perante a consequente lufada de ar fresco


Carlos Brito viu a tendência da equipa e accionou novas medidas, ainda assim só na segunda metade do segundo tempo o resultado estava igualado. O golo de Nuno Diogo invadiu as redes lideradas por Diego Benaglio ao minuto 79.

Diego Benaglio o defensor das redes do Nacional


O número 1 da equipa visitante ficou impotente perante o remate certeiro do jogador leixonense.
Ainda neste jogo destacou-se o desempenho dos jogadores internacionais: João Moreira (actual jogador do Nacional), Paulo Machado e Vieirinha (jogadores do Leixões emprestados pelo FC Porto).
Vieirinha
Paulo Machado


Um jogo marcado pela arbitragem, nem sempre correcta, que assegura um ciclo de empates do Leixões. Desde que a equipa de Matosinhos subiu à primeira liga soma em cinco jornadas, cinco empates consecutivos.




Anabela da Silva Maganinho

Duas estrelas do Leixões e do Nacional estiveram presentes, mas não mostraram o seu futebol neste encontro. Aqui temos dois internacionais. Falo de Filipe Oliveira e, em baixo, João Coimbra (ex-jogador do SL Benfica).

Passion without any borders

E porque estamos a falar de um campeonato internacional convinha apresentar a versão em inglês destas entrevistas.
Aqui está e claro com o nome do meu ajudante profissional:) Paulo Galante colaborou com este blog e passou as entrevistas para a língua universal.





The great emotions of Field Hockey were lived in Portugal during one week earlier this month.
A Tournament between eight squads, divided in two groups, wanting to go to the Olympics. Portugal, Poland, Italy, Austria, Ukraine, Switzerland, Wales and Scotland took part in this spectacular event which was like an introduction of the sport to the Portuguese public.
Elmar Stremitzer is one athlete who told us in first person how he lives this sport in his country and what opinion he has about Portugal and our people in this first time of him in Portuguese lands.
The teams destinies or objectives had already crossed over another international fields and for all that “it’s not the first time that we play against these teams”, stated Elmar and continued “we already know Poland; we play against them four or five times a year. We know Italy from the last championship in Rome. We also know Ukraine; we played against them a lot of times. Switzerland is just our neighbour; we also have some friendly games”.
Austria always believed that they could be the potential winner of the trophy. Although Elmar affirms the Poland and Scotland consistence: “I would say that at actual competition that we are one of the teams which can win the trophy; but nevertheless Poland and Scotland are for me the best teams physically and they have the best technical skills, but now everything changed, because we won against Poland, we probably going to win tomorrow against Portugal”.
Austria was leading group A until the game against Portugal and it stayed there after it. They were expecting to face in the semi-finals the second placed team of the other group, which statistically the odds pointed to Ukraine or Switzerland. Teams that had strong chances of reaching the final, and that “then we’re going to play against them maybe in the final”, said Elmar.
The player who wore the number 23 jersey of the Austrian squad believed in the so wanted final, which leaded to the “A pool in two years.” Wish that was realized once again against Poland in the final match.
Talking about the Portuguese team, Elmar reveals that it surprised him, mainly because it is a team he has never played against with. “I think one of the players, a lot of years also played against him on the under 21 indoor Hockey, but never outdoor.” The Austrian player confesses he doesn’t know very well the new players and that he’s not also quite acquainted with the hockey championship which is played in our country, specially when it comes to the teams competing it. He’s sure that we’re talking about good players.

Anabela (A) – What are your expectations for this tournament?
Elmar Stremitzer (ES) – Actually we came here and we knew we have three games in the group: against Italy, against Poland and against Portugal. And we knew that Portugal just came to the people at two years ago and we know Portugal we have to win against this team because if we don’t achieve against these team, we are not sure that we are not good enough to play in Olympics – Olympic Qualification Tournament. And then Poland they are pros (profissionais), they get paid, they train twice a day, they are really sportsman. In our team we have a lot of students we have some managers, some lawyers and stuff. So we are working or studying and besides that we are playing hockey just for fun.
Elmar assumes that to him “it has been quite a surprise”: ”because Poland we just played against them two weeks ago and we lost, I don’t know the score anymore, but we lost and it was like if Poland were playing against children, it’s a scandal”. Now the situation has inverted and Austria came out has the winner of the match now we’ve won against Poland we just said let’s keep it slow, let’s save the energy and stuff because we need it for tomorrow, for the game of tomorrow against Portugal.”
The calls congratulating the team were more than many “everybody was calling us just a few minutes after the game. Everybody is happy and is celebrating now in Vienna and well it’s a really surprise for all our players because they’ve never played against Poland outdoor. It’s the one of the best teams in Europe and we just won against them,” Elmar reveals glowingly happy with such victory.
A - We’ve already talked about the Portuguese players, lets now turn to the country itself. What do you think about Portugal?
ES – About the country: I’ve been a lot of times in Spain but never to Portugal. So I just know my hotel, the Hockey pitch and yesterday – our rest day – I went to the city which is quite nice Bairro Alto, the old part of the city it’s quite nice. I know that Portugal is one of the poorest countries in Europe but I think the people I just met here and saw on the streets are quite happy and always friendly, really tolerant people. So I think it’s a nice country to live here and to work probably or study here.
Being a field hockey player isn’t always that easy, because there is a whole life to combine with this sporting activity. It’s the passion for the game and the hunger for the win that commands the life of these young people and nothing can move them from this dream they hunt.
Rare are the viscissitudes(?) which they have to let go through, Elmar constantly tells to his friends that playing hockey is the best. In Austria, as like in the vast majority of the European countries, field hockey is not a very well known sport, but he insists “Listen, Hockey is one of the best games just because you always have like, you go to a Tournament; you always have men teams, women teams”. Elmar proceeds with his explanation that “You always have like 50%-50%. It’s always a lot of fun, especially with our team. It’s a very intelligent game, it’s not like just with the body and a rude game and like football. Hockey it’s more technical skills, it’s more with the brain and also in Hockey if you go to Austria, Germany and probably in Portugal it’s the same to Netherlands. It’s always very familiar; always have a lot of family stair, the children are playing, the parents have played before hockey and so it goes the parents to the children and so on.” He assures
Effectively we talk about a sport that he is passionate about, and more than that: “I love this game.” Elmar re-affirms that “it’s not a stupid game if we compare to other games”, and in a kidding tone, he reveals that this sport has “great parties. If you want to Hockey Tournament it’s the best parties ever!”
And for those who fear the difficulties here goes an advice: If you wanna be one of the best teams in Europe and you really want to achieve something, then you really have to give up a lot of things.” Going out at night at some times, go to parties all the time are two of the numerous things that you can’t do; and also “you don’t take drugs, that’s good”. Elmar insists in the necessity of being present in every practice, and because of all this, for managing to conceal all this is that “because our team is very special”, Elmar affirms “we are studying, we already working, it’s not like stupid people because it’s like they no pros, we don’t get any money paid for playing Hockey”.
Workers that fight for recognition at each step they take towards their conquers. They constantly face a time management problem in order to do everything in just one day - study, work and practice – “You go to work and in the evening you go and train, it’s a lot of things you have to consider when you play hockey.”
A hard work that isn’t always recognized; however, the best reward of this season was conquered – the A division in 2009 – and, from this moment, the dream continues throughout all Europe.

Saturday, September 22, 2007

Campeão em campo





Alessandro Nanni foi um dos campeões italianos presente no EuroHockey que decorreu durante uma semana em Oeiras.
Um atleta que mostrou a garra em campo e que confiou desde o primeiro minuto que a sua equipa era vencedora. Vencedora em conquistas e no trabalho pelo sonho que persegue rumo a um campeonato igualitário.
Aquando da questão de quem seria o potencial vencedor do Torneio, Nanni não hesitou em afirmar convicto que seria a sua selecção: “Entre todos, nós, porque quero ganhar. Se pensar noutra equipa, talvez a Escócia”.
No que concerne à selecção portuguesa, equipa contra a qual tinha acabado de jogar emite a constatação de que é composta por “muitos internacionais”. Nanni pensa que “foi um bom jogo, aliás, foi um jogo difícil. Jogamos muito bem”. Assevera que já tiveram pela frente a equipa das quinas, “noutros torneios ou indoors com a equipa da cidade. Na Liga dos Campeões do Indoor, joguei contra eles e considero que são bons jogadores”, revela Nanni. Ainda assim há um problema que persiste em ambas as selecções: “não jogamos como jogadores profissionais”. Tal como o jogador do HC Roma afirma, além desta não ser uma modalidade muito conhecida por entre os povos e também pelo facto de não serem pagos, acresce como consequência não poderem “treinar muito e, talvez por isso mesmo, o nível não é o mesmo das outras equipas que jogam como profissionais.
Por terras lusas esta não foi a estreia de Nanni. O jogador italiano já esteve em Portugal “há dois ou três anos estive em Lousada, perto do Porto”. Acerca do nosso país tem uma ideia muito franca até porque as coincidências persistem: “penso que é um país simpático, fica muito próximo do Oceano Atlântico. Gosto muito daqui porque o sol acerca a terra e encontramos pessoas como nós em Itália”. E a elação extraída do seu depoimento é que “ [italianos e portugueses] são muito amistosos e divertidos”.
A selecção italiana assume uma equipa que ambicionava tal como as outras se “qualificar para os Jogos Olímpicos ou ainda para a divisão A”, um objectivo que ainda não foi conseguido neste torneio.
Mas nada os desmoraliza. Não obstante às escorregadelas que a vida desta modalidade sofre, ser um jogador de hóquei em campo é, para este atleta, ser um desportista: “talvez o futebol seja o número um no desporto mundial, muito por causa do dinheiro; no entanto, penso que esta [hóquei em campo] e as outras modalidades são as melhores e são os verdadeiros desportos, para os quais os jogadores têm de treinar bastante, num trabalho árduo para obter os resultados”. Nanni confessa terem, às vezes, “de treinar muito, o que é difícil. Como selecção nacional apenas nos reunimos três ou quarto meses antes do Torneio e não um ou dois anos como deveria ser. Então é difícil mas é um desporto tão bom e do qual eu gosto tanto”, expõe o jogador demonstrando a paixão que o move.
Porém, os entraves são mais que muitos e é complicado quando não há um campo para os jovens revelarem o seu talento. Esta é a dificuldade que mais entristesse Nanni. “Jogo no HC Roma indoor e ganhamos o último campeonato; contudo, por agora não temos um campo onde treinar. Estão a trabalhar no local e actualmente temos de descobrir outra localização para o nosso campo de hóquei”. Chega-se à conclusão que os maiores obstáculos são as inexistentes estruturas para treinar. “Este é um desporto – não sei em Portugal –, mas na Itália não é muito conhecido. Não conseguimos ver jogos de hóquei na Televisão e, por isso, não é fácil apresentar a modalidade às pessoas”. Um campeão ainda por (des)cobrir na persistência pela divulgação de um “desporto muito bom” que se revela por entre uma paixão que o conduz no comando da luta na sua squadra.

Anabela da Silva Maganinho


Aqui fica o meu agradecimento em especial ao Nanni, mas também à equipa técnica e aos jogadores italianos:) Há pequenos gestos que valem muito.

Elmar Stremitzer: Paixão sem fronteiras









As grandes emoções do Hóquei em Campo viveram-se em Portugal durante toda uma semana do mês corrente.
Um torneio disputado em dois grupos por oito selecções que ambicionavam o apuramento para os Olímpicos. Portugal, Polónia, Itália, Áustria, Ucrânia, Suiça, País de Gales e Escócia integraram este evento que foi quase como que uma apresentação da modalidade aos portugueses.
Elmar Stremitzer é um dos atletas que conta na primeira pessoa como se vive a modalidade no seu país e qual a sua opinião acerca de Portugal e dos portugueses nesta que foi a sua primeira vez por terras lusas.

As equipas já cruzaram destinos ou finalidades por campos internacionais e, por isso mesmo, “não é a primeira vez que jogamos contra elas”, afirma Elmar e continua “já conhecemos a Polónia, a selecção contra quem jogamos quatro ou cinco vezes por ano. Conhecemos a Itália do último campeonato, em Roma. A Ucrânia já foi nossa adversária imensas vezes e, no que concerne à selecção da Suiça, podemos dizer que são os nossos vizinhos e que realizamos alguns jogos amigáveis”.
A selecção austríaca acreditou desde sempre que era potencial candidata ao troféu em questão. Todavia, Elmar assiste na consistência que a selecção da Polónia e da Escócia são: “para mim, as melhores equipas fisicamente e as que reúnem, inclusive, as melhores técnicas, mas depois deste jogo contra a Polónia, do qual saímos vencedores, tudo mudou. Agora esperamos pelo jogo contra Portugal e provavelmente iremos ganhar” (lembro que o jogo frente a Portugal foi a segunda jornada do torneio).
A Áustria posicionava-se no primeiro lugar do grupo até ao confronto com a equipa portuguesa e no mesmo lugar permaneceu. Esperavam ter pela frente na semi-final o segundo classificado do outro grupo, cujas estatísticas apontavam para a Ucrânia ou Suiça. Equipas que teriam fortes probabilidades de chegar à final e que “poderemos jogar contra eles”, assevera Elmar.
O camisola 23 acreditava na tão aclamada final, que dava “acesso à divisão A daqui por dois anos”, e assim se concretizou mais uma vez com a Polónia na derradeira partida.
No que diz respeito à equipa portuguesa Elmar revela que o surpreendeu, até porque nunca a tinha defrontado em competição. “Penso que já me cruzei com um dos jogadores há alguns anos no Indoor Hockey, mas nunca em outdoors”. O jogador austríaco considera que os jogadores da Selecção Nacional “estão em boa forma e jogam muito bem hóquei”. Elmar confessa não conhecer bem os novos jogadores e que também não está muito por dentro do campeonato hoquista que por aqui decorre, nomeadamente no que circunscreve às equipas. Tem a certeza é que é de bons jogadores que estamos a falar.

Anabela (A) – Para este campeonato quais são as expectativas que cria?
Elmar Stremitzer (ES) – Na verdade viemos competir e sabíamos que teríamos pela frente três jogos no nosso grupo – contra a Itália, a Polónia e Portugal. Conhecemos Portugal e temos a consciência de que temos de ganhar contra esta equipa. É que se não conseguirmos ganhar contra esta equipa não temos a certeza se somos suficientemente bons para jogar nos Olímpicos: Torneio de Qualificação Olímpico. Quanto à Polónia, eles são profissionais, ou seja, são pagos, treinam duas vezes por dia, estamos a falar de verdadeiros desportistas. A nossa equipa é composta por muitos estudantes. Temos alguns agentes, alguns advogados... Por isso, somos estudantes e trabalhadores e, não obstante, jogadores de hóquei apenas por diversão.

Elmar assume que para ele “tem sido uma surpresa constante”: “Jogamos contra a Polónia há duas semanas, um jogo no qual perdemos. Não me recordo do resultado, mas perdemos e era como se eles estivessem a jogar contra miúdos, um escândalo”. Agora a situação inverteu-se e a Áustria saiu vencedora do confronto “ganhamos a partida e apenas temos que pensar que temos outro jogo amanha, por isso, vamos ter calma e guardar a energia para esse jogo”.
De Viena os telefonemas foram mais de que muitos a felicitarem a equipa “muitas pessoas começaram a ligar-nos poucos minutos depois do final do jogo. Todos estão felizes e celebram em Viena. Ganhamos e ainda é mais especial porque nunca tínhamos jogado com a Polónia num outdoor. É uma das melhores equipas europeias e ganhamos contra eles”, revela Elmar resplandecente com tal vitória.

A – Falamos dos jogadores nacionais, voltemo-nos um pouco para o país. Com que ideia é que ficam de Portugal?
ES – Já estive muitas vezes em Espanha; porém, nunca passei por Portugal. Por enquanto apenas conheço o meu hotel, o campo de hóquei e, no dia de descanso, fui até à cidade que é muito bonita. Percorremos o Bairro Alto e o centro histórico da cidade. Sei que Portugal é um dos países mais pobres da Europa; contudo, penso que – pelas pessoas que conheço e pelas que vi na cidade – são um povo muito contente e sempre atencioso e amistoso. Falamos de pessoas muito tolerantes. Daí que penso que é um país muito simpático para viver e para estudar e trabalhar provavelmente.


Ser jogador hóquei em campo nem sempre é fácil porque há toda uma vida conjugar com esta actividade desportiva. É a paixão e o desejo de vencer que comanda a vida destes jovens e nada os pode mover do sonho que perseguem.



Não raras as vicissitudes pelas quais têm de se fazer ultrapassar, Elmar diz aos amigos que jogar hóquei é do melhor. O hóquei em campo na Áustria não é muito conhecido, tal como na maioria dos países na Europa, mas ele insiste que “Olhem, o hóquei é um dos melhores jogos, por que gosta-se sempre, vais aos torneios, e é uma modalidade de homens e mulheres”. Elmar prossegue a explicação de que “temos sempre 50 por cento de hipóteses para cada um dos lados e que há sempre muita diversão, sobretudo na nossa equipa”. “Um jogo inteligente que não é só conduzido pelo corpo e por um jogo grosseiro e não é como o futebol. O hóquei é mais técnica e muito mais com o cérebro, é um jogo que exige o raciocínio. Se forem à Áustria, Alemanha e, provavelmente, Portugal passa-se o mesmo que com a Holanda. É muito familiar, sempre acompanhado pela família. As crianças jogam, os pais já jogaram outrora e a modalidade passa de geração em geração”, assegura.
Efectivamente falamos de um desporto que o apaixona e, mais do que isso: “amo este jogo”. Elmar reafirma que “não é um jogo estúpido quando comparado com outros” e, em jeito de brincadeira, revela ser este o desporto que tem “as melhores festas de sempre”.
E para os que têm medo das dificuldades aqui vai um conselho “Se queremos ser uma das melhores equipa da Europa e conquistar alguma coisa, então, temos mesmo que desistir de uma quantidade de coisas”. Sair à noite em algumas alturas, ir a festas a toda a hora são duas das muitas coisas que não se podem fazer; para além disso “nada de drogas, que é um aspecto bom”. Elmar insiste na necessidade de comparecer sempre nos treinos e, por tudo isto, por conseguir conciliar tudo é que “a nossa equipa é tão especial”, assume Elmar “estudamos e também trabalhamos, e não somos gente estúpida, apesar de não sermos profissionais nem recebermos dinheiro por jogarmos hóquei”.
Trabalhadores que lutam por um lugar ao sol a cada passo que dão rumo às conquistas. Enfrentam constantemente um problema de gerenciamento de tempo para que tudo seja feito em somente um dia – estudo, trabalho e treino – “vamos para o trabalho e, ao final da tarde, temos treino. São algumas das coisas que se tem de ter em conta quando se joga hóquei”.
Um trabalho árduo nem sempre reconhecido; no entanto, a melhor recompensa desta temporada foi conquistada – a divisão A em 2009 – e, a partir deste momento, o sonho (pros)segue pela Europa a fora.



Anabela da Silva Maganinho

Sunday, September 16, 2007

A estrela final


O Eurohockey Nations Trophy Men 2007 terminou hoje, em Oeiras, sagrando-se a Polónia vencedora da competição.
Num jogo entre duas fortes selecções – Áustria e Polónia – bateu-se a primeira posição; contudo, já se sabia que ambas asseguravam o acesso ao Campeonato de 2009.
O resultado final foi 4-3 a favor dos Polacos que conquistaram o triunfo maioritário deste campeonato.
Ainda hoje se defrontaram Escócia e Suiça num jogo que se prolongou até ao golo d’ouro, uma vez que o resultado era 3-3. A Escócia alcançou, assim, o terceiro lugar, e o quarto ficou ocupado pela Suiça.
A contar na tabela classificativa seguem-se o País de Gales, Itália, Portugal e, na última posição, a Ucrânia com apenas um ponto.
Anabela da Silva Maganinho

Saturday, September 15, 2007

Jornada a Jornada: o sonho comanda as suas vidas







O Europeu de Hóquei em Campo – Eurohockey Oeiras 2007 – decorre até ao próximo Domingo, no Complexo Desportivo do Jamor, em Lisboa.
O trajecto de Portugal não tinha sido muito animador, perante um cenário de duas derrotas e um empate no penúltimo jogo. Contudo, a tendência inverteu-se e o sonho continua.
Após os resultados da primeira jornada, as equipas seguiam o ideal de se qualificarem para os Olímpicos. Terça-feira foi dia de confrontos no grupo de Portugal. Numa tarde quente de Verão, pelas 15h, teve início a partida entre a Polónia e a Áustria, da qual os segundos saíram vencedores (1-2). Duas horas depois foi a vez dos lusos subirem ao palco das emoções, decretado o desalento da equipa nacional que se viu ser derrotada pelos “ragazzos”.
No dia subsequente, jogava-se a jornada das grandes decisões no Campeonato. No grupo A, a Escócia venceu ao País de Gales por 3-1 e Suiça e Ucrânia empataram a duas bolas. No grupo B, a Polónia derrotou a Itália (7-1); por sua vez, Portugal empatou com a Áustria (1-1).
Hoje Portugal venceu por uma bola a mais a Ucrânia (3-2), e o mesmo resultado decretou a vitória de Gales sob a Itália. Nos outros jogos, Áustria e Suiça empatam a dois e, vencedora sai também a Polónia frente à Escócia (3-1).
Amanhã mais dois confrontos realizam-se no Complexo Desportivo do Jamor: Portugal – País de Gales, pelas 15h, ao qual se segue Itália – Ucrânia, pelas 17h.
A final joga-se às14.30h de Domingo, mas antes já saberemos o terceiro e quarto classificados que se defrontam ao meio-dia.






















Final da partida. Vitória da Austria.




Com os festejos da Áustria terminou a primeira partida, à qual se seguiu o aquecimento dos lusos e dos italianos.














Anabela da Silva Maganinho



Em breve neste blog encontrarão as entrevistas que realizei a Elmar Stremitzer, jogador da selecção austríaca, e a Nanni, jogador da selecção italiana.

Elmar Stremitzer

Alessandro Nanni
É daquelas coisas que quando se entra já não se consegue sair. Confesso que fiquei aficcionada pela modalidade que poucos são os que apoiam e outros tantos os que a conhecem... Há que inverter a situação, e enganem-se os que pensam que isso só acontece nas rotas lusitanas.