Wednesday, October 28, 2009

A conquista de um sonho do Brasil a Portugal

Edilson Sousa Araújo é o nome do camisola 5 do Freixieiro que todos conhecem por Nené.

Acarinhado pelos apoiantes da equipa de Matosinhos, Nené entra em campo como se desde sempre fizesse parte desta instituição; no entanto, o trajecto do jogador já conta com outras passagens. Tudo começou aos seis anos quando decidiu ingressar pela aventura do futsal. Dividido entre o sonho do futsal e do futebol integra uma equipa de futebol e concilia ambas as modalidades enquanto investe na formação pessoal. Em 2003, dá o primeiro salto na carreira ao rumar para São Paulo. O futebol tornara-se numa ambição de outrora, passando o futsal a inteirar a sua vida. Após esta experiência, acaba por sair do país e até do continente. O destino que se seguia era a Bélgica, ainda que apenas pelo período de quatro meses. Eis que surge a oportunidade de vir para Portugal e Nené não hesita em dirigir-se para o nosso país, apesar de ter tido uma proposta para regressar ao Brasil. Hoje, é um dos melhores marcadores do futsal português, é um jogador bom, como se define, e sente-se feliz e concretizado pelo que já alcançou. A selecção é agora a próxima etapa que pretende alcançar. A defesa das cores nacionais é um objectivo pretendido por aquele que todos no futsal reconhecem, afinal “é o Nené, é o Nené”, como ecoa a claque do Freixieiro a cada jornada.


Anabela (A) – Antes de mais queremos saber a que se deve o nome Nené. Há alguma razão que explique?

Nené (N) – Nené é só alcunha. Já vem desde bebé mesmo, porque, no Brasil, Nené é bebé.

A – Então decidiste adoptar o nome pelo qual te conheciam.

N – O nome já tinha surgido e, portanto, não havia como mudar. Todos me conheciam por Nené, poucos eram aqueles que me conheciam pelo nome mesmo, então, adoptei o apelido.



A – Como é tudo começou no futsal? Que clubes representaste desde a tua formação no Brasil?

N – Comecei no futsal aos 6 anos, nas escolinhas. Desde essa altura, sempre conciliei os estudos com o futsal. Aos 8/9 anos, passei a jogar também nas escolinhas de futebol 11 e pratiquei ambas as modalidades até à idade de juvenil, momento em que tive de escolher. Preferi o futsal, uma vez que, aos 16/17 anos, já fazia parte da equipa de seniores de Rio Verde. Já ganhava algum dinheiro e decidi optar pelo futsal. Fiquei no Rio Verde até aos 19/20 anos e, em 2003, saí da minha cidade, pela primeira vez. Fui para o interior de São Paulo (Santa Fé do Sul). Depois tive uma passagem de meia época pelo Charleroi, na Bélgica. Entretanto, houve o interesse de uma equipa, no Paraná, no Brasil, mas foi quando apareceu a oportunidade no Instituto. Vim para Portugal, fiquei três anos no Instituto e, posteriormente, despontou a oportunidade no Freixieiro.



A – No Instituto (2004-2007), ocorreram lances bastante disputados em campo. Temos o caso do jogo com o Freixieiro, cujo resultado final foi 2-2. Porém, este encontro foi considerado «polémico», por considerarem que o golo foi marcado em situação irregular. Lembras-te desse jogo?

N – Desse jogo até me lembro bem. Estava a jogar pelo Instituto e até fui expulso. Estive a acompanhar o lance de fora e, realmente, já tinha passado o tempo e acho que a bola foi com o braço. São coisas que acontecem. São erros dos árbitros, umas vezes a favor outras vezes contra.

A – Encontros jogados também até ao final são aqueles que se realizam com o Sporting e com o Benfica. Como é que encaras esses jogos frente aos clubes que, juntamente com o Freixieiro, são grandes clubes nacionais?

N – Não adianta fugir. Os jogos contra o Sporting e o Benfica são sempre diferentes. O Belenenses, nos últimos três anos, tem feito boas campanhas e, nos últimos dois anos, chegou à final. A Fundação também se junta ao lote. São sempre jogos em que temos de estar concentrados até ao fim. O futsal é assim e, às vezes, em dois/três segundos decide-se uma partida. São jogos sempre muito complicados, renhidos e a concentração tem de estar em alta.


Nené, esta época, frente ao Benfica

As grandes penalidades da época passadaFestejo de um golo frente ao Sporting

A subida ao campo na hora do jogo despoleta sempre a adrenalina em Nené. Como o próprio afirma “a adrenalina é normal. Quem disser que não a sente está a mentir. É normal antes dos jogos, principalmente antes dos que são mais difíceis, mais decisivos…é normal sentir o friozinho na barriga”. Na altura de entrar no palco de todas as emoções, o jogador do Freixieiro assume que adopta alguns rituais que não sofrem grandes modificações com o passar do tempo: “tenho rituais simples. Coloco a caneleira direita primeiro, entro em campo sempre com o pé direito, faço sempre o sinal da cruz e benzo-me antes de entrar e na hora de sair para agradecer”, revela o número 5.

Nené joga na posição de ala, embora, “às vezes, quando o Ivan ou o Dani não estão em campo, jogo em fixo também”. Já em campo, o atleta confessa ser “um jogador tacticamente bom e com muita vontade. Entrego-me completamente quando estou dentro de campo. Sou bom no um-para-um, gosto de ter a bola, gosto de chamar a responsabilidade para mim mesmo. Fui sempre assim desde jovem e agora não é diferente. Não sou mau na marcação. Às vezes, perco, erro como todos, mas é assim que me descrevo enquanto jogador”. E, ainda que assuma por entre um sorriso que é complicado ser ele próprio a falar dele, fora das quatro linhas, descreve-se como “um rapaz tranquilo. Não sou muito de sair, sou mais caseiro. Sou um pouco tímido, é o meu jeito de ser. É do signo escorpião” e chega a utilizar uma expressão brasileira quando diz: “falo menos e acho que quem fala menos «saca» tudo”.


A – Contas já com alguns anos em terreno luso, do que é que sentes mais falta do Brasil?

N – Da família e dos amigos. Penso que a rotina, a cultura do país é muito diferente e o clima também. Aqui faz muito frio e, às vezes, nem dá vontade de fazer muita coisa e torna-se complicado.

A – Quem consideravas uma referência no futsal?

N – Sempre tive grandes referências. O futsal brasileiro é, sem dúvida, o melhor do mundo. Tive grandes referências: o Falcão e o Tobias que estava no auge quando eu estava a começar.

A – Já que estamos a falar em Portugal e no Brasil, é impossível não falar das selecções. Esperas vir a conseguir a naturalização e ingressar na selecção nacional portuguesa ou reside em ti a esperança de seres convocado pela selecção do Brasil?

N – Acho que, para a selecção brasileira, é um pouco complicado. Ela tem muitos jogadores bons e nós também ficamos um pouco “escondidos”. No meu caso, saí do Brasil muito cedo, muito jovem e sou pouco conhecido no Brasil inteiro. A selecção portuguesa, como é lógico, passa pela cabeça sempre. Ainda não me naturalizei, mas estou aqui há um tempinho e, se aparecer a oportunidade, darei um passo que falta na minha carreira.


Dois brasileiros juntos pelo Freixieiro

A – Há alguma época que destaques como aquela que te traz mais recordações, que fica para a história da tua carreira?

N – Consigo destacar duas grandes épocas. Uma no Brasil, em 2003, quando estava no Rio Verde. Joguei na Liga e marquei 16 golos. Até à primeira fase estive na disputa para o melhor marcador: o Falcão tinha 19 e eu tinha 13/14. A minha equipa acabou por não se classificar, não passou da primeira fase, mas eu fiz uma grande Liga e foi aí que começaram a surgir novas oportunidades. Por cá, a minha melhor época foi a época passada. A minha primeira época no Freixieiro também foi boa, todavia, foi uma época de adaptação. A época passada foi aquela em que joguei mais minutos, marquei mais golos (25), fiquei entre os três melhores marcadores. Foi muito bom.


Os primeiros aquecimentos pelo Freixieiro


O afastamento do Sporting na época passada


A – És um jogador de grandes golos e ainda este fim-de-semana voltaste a marcar. O que é que te passa pela cabeça na hora em que marcas?

N – O golo é o momento maior. Sentimos uma maior emoção, dependendo do jogo que for. Se é um jogo mais decisivo é muito mais emocionante. Todos os golos são bons, são emocionantes e é onde «tiramos para fora»: onde insultamos, onde agradecemos…O momento vai ditar o que vamos fazer.

A – Qual o golo que te fica da memória?

N – Um golo em particular não tenho. No entanto, um que foi muito emocionante foi o da época passada frente ao Sporting. O golo que fez com que conseguíssemos eliminar o Sporting, nos play-offs, foi muito emocionante para mim.

A – E ainda te recordas do primeiro golo que marcaste, mesmo em miúdo?

N – Não. (risos) Para falar a verdade, desse não me recordo mesmo.

Um grande golo frente ao Olivais


A – Quais as maiores evoluções que notas em ti desde que chegaste a Portugal?

N – Penso que a evolução tem a ver com a experiência que fui adquirindo ao longo dos anos. Não sou muito velho, mas comecei cedo. Como disse anteriormente, com 16/17 anos já estava numa equipa sénior e, no Brasil, aprende-se muito. Não só com o treinador como também com os companheiros de equipa mais experientes. Considero-me, hoje, um jogador com muita experiência: sei entrar em campo, sei para onde correr, sei fazer uma cobertura. Não obstante, consigo ler o jogo de uma maneira boa, de forma a saber o que está a acontecer e pensar no que devo fazer. Foi nisso que evoluí mais.

A – E consegues fazer um balanço do futsal nacional, neste momento?

N – O futsal português melhorou muito, desde que cheguei. Quando cheguei senti muito a diferença. Não achava que o nível era fraco, mas, em relação ao Brasil, considerava um nível abaixo da média. Ainda hoje penso que a Liga brasileira é mais disputada. No Brasil, é diferente. Os clubes são todos profissionais, treinam muito (de manhã à tarde)… Aqui, infelizmente, não é assim, porém, penso que evoluiu muito. O campeonato está muito disputado e qualquer equipa pode roubar pontos a outra. Não está um campeonato de quatro equipas, como no ano em que cheguei, e isso é bom. É isso que faz o futsal evoluir e a tendência é evoluir cada vez mais.

Para o futuro, Nené não pensa em grandes feitos até porque já se considera “um bocado realizado”. O sonho de se tornar jogador foi concretizado e agora “falta pouca coisa”, assevera. “Quando era miúdo sempre sonhei ser jogador de futebol e, por isso, sou um jogador realizado. Só quero continuar a fazer as coisas bem, aqui no Freixieiro, e, quem sabe, um dia chegar a uma das selecções. É isso que falta na minha carreira”, manifesta. Esse é o principal objectivo, de momento, o resto será para onde o futsal o conseguir levar: “Tenho a minha carreira, consigo viver bem financeiramente. Consigo ajudar a minha família no Brasil, esse era o meu desejo. Quando me tornei jogador de futebol sempre me apoiaram, sempre me ajudaram e agora tento retribuir isso. Estou feliz assim. Falta a selecção para fechar a minha carreira com chave de ouro”.


Anabela da Silva Maganinho

Saturday, October 10, 2009

Mogadouro vence em Matosinhos

O Freixieiro saiu derrotado do jogo frente ao Mogadouro (2-3), depois de ter perdido a jornada disputada em Belém. O primeiro golo do encontro surge por intermédio de Tiago, ao minuto 8. Eric é pressionado num lance e quase escorrega, ao manter a posição efectua um passe de calcanhar para Nené que passa a Tiago e este concretiza.
Aos 12’, a formação do Mogadouro falha o golo. Perto do minuto 19, o golo do Mogadouro é feito por Mancuso. O 1-1 fechava a primeira parte. Aos 24’ mais um golo do Mogadouro é efectivado. Neysinho foi o marcador do tento que dava vantagem aos visitantes.

Segundos subsequentes, Boi ameaça o golo que vem a concretizar.
Nem 25 minutos passados, Boi faz o 1-3. A moral da formação do Mogadouro crescia e, por mais que tentasse, o Freixieiro não conseguia marcar.


Aos 28’, Tiago falha o golo à boca da baliza. Passavam 32’, quando Dan Dan remata ao lado. Segue-lhe Eric (33’), mas desta o remate sai por cima. A 3 minutos do final Nené faz o golo que dita o resultado final 2-3.




Cartões (Amarelos)


8’ M. Freitas (Mogadouro)

31’ Tiago (AR Freixieiro)

5 seg do final da partida Flávio (Mogadouro)





Melhor Jogador: Neysinho e M.Freitas

Anabela da Silva Maganinho

Thursday, October 1, 2009

Delfins chamados ao Porto


Os Delfins anunciaram a data para o grande concerto no Porto: 14 de Novembro. A banda liderada por Miguel Ângelo despede-se de Lisboa com um concerto - já esgotado - a realizar a 10 de Outubro e com um mega espectáculo que promete um grande final de ano na Baía de Cascais. Na Invicta, os fãs esperavam por uma data para o Coliseu e eis que está divulgada. Espera-se um grande concerto falta agora responder à interrogação que colocaram num comentário deste blog «um último adeus?» A resposta não me caba a mim dar, porém, ficamos a aguardar um concerto memorável «25 anos, 25 êxitos e 1 abraço» garantido.



Anabela da Silva Maganinho