Saturday, April 19, 2008

Emoções consagradas na obra

António Oliveira, Artur Villares e Sérgio Matos

António Oliveira lançou, ontem, no ISLA Gaia, o livro “O que resta de Deus” para as pessoas que o conheceram, o (re)conhecem ou tão-somente querem saber quem é.
Com apresentação de Sérgio Matos, docente do instituto, “O que resta de Deus” acolheu um auditório repleto de vidas que trouxeram a emoção ao autor. Um livro que “estava escrito há 15 anos”, de acordo com António Oliveira, que está agora a ser revelado a todos. Como Artur Villares referiu foi a transição de um livro que “não está só do lado de António Oliveira”, mas que se encontra perto de qualquer um que assim o queira.
Sérgio Matos considera este escrito “literatura e genuína” e tanto lhe faz “se é uma linguagem antiga ou não”. Num retrato de perdas que pode ser visto a vários níveis “O que resta de Deus” espelha a guerra das ex-colónias, numa “perda de cultura, do hábito e da lógica do ler”, pela “perda do amor ou, pelo menos, medo do amor” que transmite “a perda da fé de um Deus que não estava lá”, enuncia o apresentador.
Mais de uma década que, finalmente, pode agora ser vista, lida e interpretada, tendo a obra conseguido dois autores – o que a escreve e o que a lê – e apenas nos «resta» ficar com as palavras de Sérgio Matos aquando do término da oratória “enquanto não chega o novo que há de vir, a poesia é o que resta e o que basta”.

Anabela da Silva Maganinho