Friday, May 8, 2009

De Klepht a Xutos por uma noite de música


Klepht e Xutos e Pontapés pisam o palco principal da Queima das Fitas, na noite Superbock, mas, sobretudo, na noite em que se viu o recinto a encher.
Duas bandas de Lisboa, ainda que as origens de alguns membros descenda ao Algarve, rumaram ao Porto para dar um espectáculo que pôs a academia a vibrar.
Os Klepht foram os primeiros que “Por uma noite” deram o seu melhor e mostraram a emoção de estarem a marcar presença “na maior queima de Portugal”, como os próprios confessaram no decorrer do concerto. A abertura do concerto remontou às 7.30h da manhã, hora em que os músicos preparavam as coisas para rumarem ao Porto. Um vídeo emitido nos plasmas que circunscreviam o recinto passaram um diário dos Klepht desde o momento em que saíram de Lisboa até que pisaram o palco do queimódromo. Diogo Dias era a cara mais conhecida, também por apresentar o “Brand New” na MTV, mas não é o facto de trabalhar para a maior estação de música nacional que se traduz numa facilidade. Como o músico diz isso acaba por ser uma responsabilidade acrescida. Dos fãs para os ídolos, Klepht abrem alas para os veteranos Xutos e Pontapés. “Contentores”, “Homem do Leme” e “Circo de Feras” eram músicas que todos sabiam de cor e apenas havia que impor um pouco de ritmo à actuação, o que, efectivamente, foi conseguido. No entanto, quase no final do concerto esperava-se por “Maria”. “De Bragança a Lisboa são nove horas de distância” ressalta-nos para a ascensão que a banda de Zé Pedro e Tim efectivaram ao longo de 30 anos de carreira. Na sala de imprensa, destaco a presença dos Klepht que transpareceram a simplicidade e asseveraram que a queima das fitas do Porto é, “sem dúvida”, a maior queima e continua Diogo “não desfazendo todas as outras, acho que foi a maior queima onde já tocámos. Foi também onde tivemos uma maior resposta do público e é bom. Foi excelente. Nós no ano passado tivemos na queima das fitas de Coimbra, também foi muito bom, mas não tem comparação. Eu acho que vocês aqui no Porto têm a melhor queima, sem dúvida nenhuma, isto parece quase um Festival Sudoeste ou um Alive”.
Diogo Dias estava fascinado com todo o ambiente circundante e acrescido a toda essa esfera descrita, “fazer a primeira parte de uma banda como os Xutos e Pontapés para nós também é muito importante. Sinceramente não estávamos à espera desta recepção e agradecemos”. Justamente acerca dos Xutos há algo a dizer: “Os Xutos são capazes de ser não só a melhor banda portuguesa, mas também a banda mais querida do público. Eles são, realmente, genuínos e são uma banda. Eles são quatro irmãos. E há uma semelhança nisso com os Klepht. Nós existimos há dez anos e estamos juntos há dez anos e não criamos uma banda para lançar um álbum. Éramos um grupo de amigos que começámos a fazer músicas e, às tantas, tivemos a oportunidade de fazer um álbum”, afirma o vocalista.
Com a música “Filme”, que ocasionalmente não foi tocada, os Klepht admitem que querem realizar uma longa-metragem, mas para tal ainda há que conceber um bom argumento ao qual chamam a união que conta uma história.“Eu acho que há uma curta-metragem só por uma coisa. Não gosto de chamar carreira de dez anos de estrada, mas sem um álbum editado. Considero que a nossa carreira acaba por começar agora. Lançámos o primeiro álbum há cerca de um ano, acho que deve ser a partir daí que começa a nossa carreira. Agora nós queremos uma longa-metragem à Manuel de Oliveira. Queremos gravar 20 discos. Queremos estar juntos daqui a não sei quanto tempo como se fôssemos os Xutos e Pontapés, digamos assim, a comemorar com vocês. Vocês também já num posto superior dos vossos jornais e televisões e por aí fora…”.
Diogo revela que a ambição dos Klepht “é mesmo ficarmos juntos por muito tempo e construirmos uma história” e é essa história que pode encetar “por uma noite” e ser comandada por “vidas ligadas”.
Seguidamente ao término dos espectáculos no palco principal, os Donna Maria encantaram a tenda Jazz. Marisa Pinto acabou por se emocionar com o ecoar das suas músicas por parte de centenas de pessoas que lá tinham comparecido. “Há amores assim”, “Vinho do Porto” e “Quase perfeito” estão no trautear das pessoas e, por isso, o concerto rendeu a vocalista. A interacção invadia uma tenda, tal como no ano passado fizeram os Azeitonas. Duas grandes actuações que comprovam a capacidade de outras bandas chegarem a bom porto.
Anabela da Silva Maganinho

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