Friday, August 10, 2007

A primeira entrevista nunca se esquece, OBRIGADA!

Lulla bye

Uma das bandas revelação portuguesas de 2004



Os Lulla bye são uma banda nortenha. Este projecto tem a sua origem na Invicta – Porto – e conta com quatro membros. Miguel Bello, vocalista e manager da banda, proporcionou-me um agradável momento, de alguma descontracção envolvida com o profissionalismo de uma banda que foi revelação de 2004 e tem vindo a desenvolver-se com novos planos para o decorrente. Lulla bye passou de um projecto a uma banda que todos podemos ouvir em rádios ou ainda na telenovela “Morangos com Açúcar” em exibição na estação televisiva independente (TVI).
Anabela - Qual a origem do nome Lulla bye?
Miguel - O nome Lulla bye surgiu com a não-aprovação por nossa parte do nome Mud-Her e de entre um conjunto resultante de vários nomes optamos por Lulla bye. Este nome não tem qualquer significado para a banda, simplesmente consideramos que Mud-Her, nome inicial, era um nome agressivo para a banda. Então, com o apuramento para a eliminatória do On-Off Club ficou decidido que o nome iria sofrer uma alteração para o actual. Este nome tinha uma maior aceitação por parte do público até por ser mais acessível e perceptível.
O grupo Lulla bye nasceu há dois anos. Com a participação no Termómetro Unplugged 2003 decidimos avançar com a banda. Tudo começou com uma mera brincadeira, contudo, apresentamos três temas: dois dos quais originais e, ainda, uma versão de “Stay” dos U2. As pessoas gostaram dos nossos originais e aí a aplicação da nossa parte em iniciar o trabalho no projecto Lulla bye foi total.
A - Foi um projecto elaborado ou vindo ao acaso?
M - O projecto foi de todo um projecto elaborado. Anteriormente ao Termómetro Unplugged o Ivo, guitarrista da banda, já pretendia formar uma bando, todavia, não passavam de ideias. O meu tempo era restrito e não conseguia nem queria estar a aplicá-lo em ensaios; decidi falar com ele e propus-lhe a que realizasse a composição das músicas para não ter de o fazer. Conseguiram-se três temas compostos pelo Ivo. Acertamos as letras e procedeu-se à gravação desses mesmos temas para uma maqueta. Posteriormente, participamos no Termómetro Unplugged, como já referi, ao qual se seguiu o trabalho a sério.
A - Como defines a vossa música?
M - Quanto à nossa música, várias pessoas consideram-nos como uma banda pop mas não é isso que acontece. Os Lulla bye são uma banda rock. Todos aqueles que vão aos nossos concertos, nos observam e nos ouvem ao vivo podem constatar que somos uma banda de estilo rock. O single “Making me better” (reproduzido em “Morangos com Açúcar” é, contrariamente, uma música pop para poder ser mais ouvida em estações de rádio e agradar a um mundo mais generalista.
A - Como foi ouvir pela primeira vez a vossa música em estações de radiofonia?
M - É fantástico. Para mim é muito importante pois até então eu tocava apenas músicas de outros em bares e discotecas. Ao ouvir o nosso tema a passar na rádio simplesmente pode ser bom, assim como tudo o que se tem passado até agora. Tem sido mesmo fantástico.
A - Como foi a inserção de “Making me better” na telenovela “Morangos com Açúcar”?
M - A inserção correu muito bem, aliás foi uma causa da ampliação que o single sofreu. Enquanto antes as nossas músicas somente eram reproduzidas em algumas rádios locais depois da “Making me better” ser emitida em “Morangos com Açúcar” passamos para a Antena3, uma rádio nacional, e para a Comercial também. Sendo este o tema das personagens principais suscitou a que com que conseguíssemos ser ouvidos pelo país inteiro.
A - Qual o concerto mais memorável até hoje? Quantas pessoas em média?
M - Não tem a ver com o nº de pesoas. “A latada” em Coimbra na qual tocamos com os The Calling foi engraçada porque quase não cantei “Making me better”. As pessoas, cerca de 7 mil pessoas, acompanharam a música do principio ao fim, cantando-a inclusive. Esta foi realmente a primeira vez em que eu tive a sensação de que realmente muita gente conhece a nossa música.
Para quem não conhece os Lulla bye, eles não são uma banda de momento. O Miguel, em 1999, participou no programa da SIC “Chuva de estrelas” chegando até à final interpretando a música “The drugs don’t work” dos The Verve. Acerca desta participação o Miguel comenta:
“Graças ao chuva de estrelas e à personagem que fui lá interpretar e que as pessoas se lembram muitas portas abriram-se. Mas não pensem que basta ir a um programa televisivo que conseguem logo tudo, que parece ser a concepção de muita gente e não é bem assim, também é preciso trabalhar muito mesmo. E eu trabalho muito.”
Contrariamente ao que se possa pensar não foi meramente uma figura instantânea. “Acho que tive uma evolução normal com o “Chuva de Estrelas”. O que está a acontecer com os Lulla bye está a acontecer no tempo que tinha de acontecer. Eu com o “Chuva de Estrelas” participei nos espectáculos que tinha de fazer enquanto The Verve e senti-me bem com isso.”
Ao nível vocal, confessa que evoluiu principalmente após ingressar nos Lulla bye porque deixou de copiar outros e tentaram criar um estilo próprio. Aliás como o próprio revela “no álbum vão detectar que a minha voz varia muito de música para música, só no segundo álbum é que vou conseguir ser mais homogéneo.”
A - Entretanto participaste em actuações com os EZspecial? O que achaste da experiência?
M - Gosto muito da banda. Foi a primeira vez que toquei com uma banda de originais conhecida, porque já o tinha feito não o eram; e ainda tive a primeira experiência a tocar temas que eram da minha banda. Mas com os EZspecial eu era um músico convidado por isso não é a mesma coisa. Foi o primeiro “cheirinho” do que é estar a tocar para as pessoas os nossos temas, apesar de não dar autógrafos com eles porque era convidado, muito embora as pessoas os pretendessem mesmo eu dizendo que não era da banda - o que era engraçado. Contudo, foi uma opção porque por parte da banda nunca fui excluído dessas situações assim como quando a banda ia à televisão eu não ia pois em playback eu não fazia parte dela; ao vivo teria de ir porque aí era importante para a música. Foi um convite deito pelos EZspecial o qual eu aceitei.
A – Quais são as tuas preferências musicais?
M - Bush, Nirvana, Pearl Jam, Green Day, Foo Fighters. Ultimamente ouço Pocket watch que consiste em gravações efectuadas pelo vocalista dos Foo Fighters aquando da sua participação na banda Nirvana. Não sei se podem ser influência na música dos Lulla bye. Nós não fazemos as músicas premeditadamente, fazemo-las consoante o que queremos e estamos contentes com isso porque conseguimos estabelecer uma conformidade entre aquilo que queremos. Temos a preocupação em fazer as coisas de forma a que seja agradada e não siga uma linha demasiado alternativa, embora o último tema do álbum seja bastante alternativo.
A - Já me disseste que já acabou a gravação do cd. O que vem por aí?
M – A data de lançamento do álbum é dia 21 e está prevista a festa de lançamento. No mesmo dia o site da banda irá ser modificado embora a morada continue a mesma. Seguir-se-á a “Semana Académica” (onde se espera presença na Queima das Fitas do Porto mas sem confirmação).
A – Quais são os projectos para o futuro?
M – Gravar um outro álbum depois do Verão. Estamos a preparar um concerto com projecção de imagens que, na minha opinião, dará bastante energia ao mesmo. Em suma, nós planeamos tocar.
A - É complicado conciliar a vida afectiva com a vida profissional?
M – Não, porque eu sempre fui músico. Eu nunca fiz mais nada e a minha família está habituada a isso.
Desta forma terminou a nossa entrevista, na qual ficamos informados de um passado recente, do presente e dos planos prósperos que os Lulla bye irão apresentar futuramente.



Miguel Bello, vocalista dos LullaBye e manager


Anabela da Silva Maganinho

No comments: