Wednesday, August 1, 2007

A exposição da VIDA de uma cultura

As portas para o conhecimento da cidade de Matosinhos abriram-se aqui. Até ao passado dia 29 do corrente, esteve patente a exposição "Matosinhos do Leixões". Um evento com a qual podemos disfrutar de momentos particulares e viajar nas recordações que movem o presente.




Segundo se consta, nenhuma outra terra poderia estar mais apta para o desporto e mais vocacionada para iniciativa.

Alguns nomes marcaram, definitivamente, a história desta cidade, hoje das maiores do distrito do Porto, com um clube que possui das mais significativas massas associativas da história do futebol.



Desde o primeiro dia que tudo foi feito em prol do bem estar e do divertimento das gentes que moravam nesta terra de pescadores. O desporto detinha uma parte bastante significativa do divertimento deste local, e ainda hoje se evidencia das mais variadas formas.




Se subirmos ao Estádio do Mar, poderemos observar bem de perto, o louvor e a paixão vibrante que os extasia a cada jornada nas competições do Leixões, principalmente de futebol.





Um símbolo de uma envolvência inexpicável, por intermédio do vermelho e branco. O desporto de hoje e o de outrora marcados no estampado do berrante vermelho, em contraste com o natural.







E, como em tudo na vida, há uma história, um significado por detrás da imagem que nos é apresentada.










O futebol é, sem dúvida, a modalidade mais procurada até por ser o desporto rei. Contudo, no Leixões não se evidencia em tão grande proporção o apoio mais significativo a uma modalidade do que a outra. Obviamente, que os aplausos, os cânticos e a competição ao rubro se realiza com maior incidência no desporto-rei, justamente pela atribuição que lhe é dada.

Ainda assim os espaços desportivos acercam desde sempre as respectivas modalidades que são acompanhadas por jovens em prol da equipa da sua terra ou da sua preferência.











Recuando um pouco no tempo, as botas do Siza. Quem já não terá ouvido falar deste acontecimento?!





Siza catapulta-nos, novamente, para o futebol.

As escolas de futebol ainda hoje têm uma importância incrível no Leixões. Cada vez mais crianças querem representar o clube do Mar e trazer vitórias à equipa.






Estes foram dos primeiros que, em solo de pescadores, se foram evidenciando na história.






E esse facto, os pescadores habitarem nesta terra liga-os de fronte a competições pela sua terra. Numa época em que os mais jovens tinham de lutar além fronteiras pelo nosso território nacional, os que davam o litro pela bola, aqui estavam para mostrar o que valiam... mesmo frente ao Sport Lisboa e Benfica.





E por entre derrotas e vitórias, as taças começavam a aparecer. As glórias foram-se consagrando e de "lance" a lance iam-se atribuindo conquistas ao clube e à cidade.









Um orgulho para todos... erguer a taça ao serviço de um clube e em prol de um povo.




O sorriso de todos presente num só momento, capturado num só instante.




E, se as emoções nem sempre se espelham, a alegria reside no interior de cada um de nós.

As imagens têm muito para contar. Do mito à realidade, não há suspeições nas fotografias. Temos, então, a prova da credibilidade.




Matosinhos no povo, a cada geração, da cidade de todos, das artes e do desporto. Do Leixões: o porto e o clube.



Motivos que deixam orgulhosos todos os que nesta cidade vivem ou apenas por lá passam. Perante gentes do Norte movidas pela convicção mas, acima de tudo, pela paixão directa por onde tocam, depositando, num traço linear ou ondulante, a vida de ontem, hoje e amanhã.




A condução de uma vida de altos e baixos, mas que representa não só o individual que está no palco das emoções. Demostra, em extrema relevância, o amor à camisola em qualquer contexto.






Um esplendor em detrimento de objectivos pluridimensionais e socioculturais. Onde o que realmente importa não é o sucesso ou o poder, todavia, a dedicação, ou até mesmo a devoção, que os conduz. Aí nasce a expressão "amor à camisola" como metáfora ou euforismo.





A corrida nos campos nacionais pelo cenário internacional.

Destaca-se nos internacionais Manuel Moreira (futebol) que conseguiu o feito de se tornar campeão europeu de juniores, no ano de 1961.




E ainda hoje assim se passa. Os jogadores lutam, de uma maneira ou de outra, para alcançar o objectivo a cada época que se atravessa. Se não, lembremos a prestação do Leixões na última Taça UEFA.





Só que, hodiernamente, não estamos perante campos pelados ou terra batida, nos nossos dias podemos falar em verdadeiras construções pós-modernas: os Estádios. Contudo, o Estádio do Mar ainda terá de percorrer alguns traçados para conseguir essa dimensão.




Obviamente, que quer um quer outro palco, tem de estar devidamente registados e com todas as burocracias estandardizadas.






No entanto, para a história ficam outras notícias. Sim, notícias que marcaram a actualidade nos jornais desportivos das variadas épocas deste centenário.










Em 1971, o Leixões desce à segunda divisão. Contudo, o clube de Matosinhos mostra a sua garra e reclama a permanência na primeira. Assim o consegue, ainda que apenas por um mês.
Por entre manifestações despoletadas e reuniões agendadas, a Federação Portuguesa de Futebol permite a realização de jogos de passagem. “O Leixões mantém-se na Primeira Divisão, os tempos eram, manifestamente, do povo”.
Com a Revolução dos Cravos, no ano de 1975, instaura-se em Matosinhos uma das maiores manifestações, pelas ruas da cidade e pelo porto.
No mesmo ano, implementam-se novas modalidades efectivas no Leixões: o Xadrez e o Bilhar.
O Leixões consegue a adesão de 3.874 sócios.
O ano subsequente foi a consagração de todo o trabalho, celebrando-se uma época de vitórias no Voleibol. O campeonato nacional e a taça estavam ganhas.
Em 1977, o desalento acaba por se instaurar nos adeptos do clube do mar. O Leixões desce à Segunda Divisão. Porém, no Voleibol, desta vez o feminino, soma-se mais um mais um título no campeonato e a taça.







Lembro que não só das actividades contemporâneas se escreve a história do clube de Leixões.



Hoquei em Campo...
O hóquei em campo, modalidade iniciada em 1931, foi, durante anos, das mais prestigiadas no Leixões. Foi desta modalidade, inclusive, que surgir o primeiro internacional. Uma camisola envergada com orgulho e convicção por atletas como os irmãos Guedes de Carvalho, Luís Oliveira, Júlio Gesta, Pinto Coelho, Amoroso Lopes, Fernando Azevedo, Manuel Oliveira, Barroso, Jaime Crista, Neca Monteiro, e João Fernandes.
Infelizmente, a modalidade acabou por desaparecer assim como outras que pertenciam ao clube do Mar.
Por entre os internacionais destaca-se António Barroso, jogador de Hóquei em Campo, “hoquista de grande craveira”, que se tornou, mais tarde, presidente do clube e, ainda, dirigente da Federação Portuguesa de Futebol.

Voleibol - feminino e masculino
O internacional Soter Ramos, representante da modalidade de Voleibol, “fez assombrar com o seu bolar de balanceio”. Destacado por ser um “atleta dotado”, que praticou diversas modalidades, como o bilhar, sempre com grande qualidade.


O ciclismo...


Hóquei em Patins...

Ténis...



Bilhar...

Natação.
Como podemos ver nesta foto (cima), actualmente, as mais variadas modalidades continuam a alcançar grandes conquistas. Temos a natação, o voleibol e o futebol, a título de exemplo até porque podemos verificar nas fotografias presentes.


Apesar dos preços dos bilhetes, por vezes, não corresponderem àquele que as pessoas podem pagar com os seus rendimentos, no Leixões o amor pelo clube prevalece.
Nada mais importa do que subir à bancada dos sócios ou à superior para apoiar o clube, ou então dirigirem-se aos recintos onde as competições vão decorrer. A massa associativa prevalece significante pelo apoio incessante e idolatração de uma cultura desportiva.


Não obstante, em Matosinhos podemos percorrer o porto de Leixões e deliciarmo-nos com um bom banho de sol, nas piscinas de Leça da Palmeira, junto à praia da Meia Laranja.

Ao invés, se preferir o ar puro, pode ficar com a natureza pela Quinta da Conceição, onde se podem passar momentos aprazíveis, num lugar de todos.
Sempre com as vitórias em mente, por que estamos perante uma terra de gente amigável, que não se esquece de defender as suas origens.



Seja num largo, num campo, ou num Estádio...


Os campeões mostram-se

no Matosinhos de Leixões, porém, acima de tudo, da sua gente, do seu povo, dos grandes descobrimentos visto que se diz ter sido o lugar do Infante D.Henrique.


Em conquistas não apenas de cem anos, todavia, de uma vida. A vida de cada um, seja de alto ou baixo estrato social. Por entre fundadores

ou símbolos


na terra dos pescadores
a cada passo que se dê por entre ruas estreitas ou largas, através de linhas ou traçados, em busca da identidade de um povo.


A cultura que pode estar a cada casa, dentro de um interior ou exterior aberto para o Mundo.
Anabela da Silva Maganinho

1 comment:

Foto suporte said...

Boa tarde.

Na sequência de uma pesquisa que realizei, encontrei este excelente artigo. Nele encontrei uma foto sobre o hóquei em campo do Leixões. O meu pai, natural de Matosinhos, jogou hóquei nessa equipa, assim como na do FC Porto. À data era guarda-redes, o seu nome é (era) Raúl Mário Pinheiro Gaspar. Será que essa fotografia tem o nome dos atletas que lá figuram? Tenho quase a certeza que o meu pai é o 3.º, a contar da direita, em cima. Se fosse possível alguma informação, ficaria grato e reconhecido.

Cordiais cumprimentos.
Mário Gaspar.