Saturday, January 31, 2009

Jornada(s) até onde a música os levar

Luíz e a Lata vai voltar à divulgação do álbum “9” já no próximo mês de Março. Artistas de renome marcam o mais recente registo da banda liderada por Luíz Caracol e é essa mesma concepção que vai ser revelada numa espécie de «mini torné» a realizar um pouco por todo o país.
Luíz e a Lata surge no panorama da música nacional no ano de 2003, tendo como ponto de partida uma ideia. Havia uma necessidade por parte de Luíz em ter um “projecto de música original que pudesse exprimir e representar tudo aquilo que eu sou como músico e como pessoa”, assevera. Apesar de ter nascido em Portugal, Luíz conta com uma forte influência da lusofonia, uma vez que os pais viveram durante muitos anos em África. Esse facto despoletou uma díspare tendência de gostos, aliás “o povo português que lá vivia tinha acesso a um outro tipo de coisas que não se tinha em Portugal”. Efectivamente, a miscelânea de culturas com que vem convivendo fez insurgir uma interessante fusão: “o facto dessas culturas – da música de África, do Brasil, da música tradicional portuguesa e do fado – terem estado sempre muito presentes lá em casa, fazem-me aperceber, hoje, o quanto me influência também como músico”.
“Fundir estilisticamente” as várias influências decorrentes da música tornaram possível a revelação de um lado mais moderno, mais urbano de Luíz, até porque reside numa grande cidade e conta com referências da cultura urbana; não obstante, a mostrar “um lado mais terra, mais world music, que também está muito presente”.
Conhecemos as origens de Luíz e a Lata; porém, ainda muito está por descobrir acerca dos elementos, da composição, da forma de encarar a vida e isso vamos poder saber pela palavra da própria pessoa que formula a sonoridade vocal da banda.

Anabela (A) – Sabemos qual o ponto de partida para a concepção de todo um projecto, como se processou a constituição da banda?
Luíz (L) –
Fui à procura de pessoas que senti que podiam abraçar este projecto, com verdade, e que pudessem sentir o projecto como se fosse deles. A primeira pessoa que convidei foi o Ivo Costa, que vinha de uma situação cultural muito semelhante à minha, porque os pais são moçambicanos. Também ele nasceu em Portugal e contamos com as múltiplas culturas. Depois sentimos falta de um elemento tradicional português e convidamos o Carlos Lopes, o acordionista. O Carlos tem influências da música de Trás-os-Montes e, para além de tocar acórdeão, toca gaita-de-foles e outros instrumentos ligados à cultura tradicional portuguesa. Entretanto, do primeiro para o segundo álbum mudamos de baixista, passamos a ter o André Moreira, um músico de Santarém, e a Tânia Lopes, percussionista, que era das “Tucanas”. Portanto, Luíz e a Lata é composto por estes cinco elementos que alinham uma equipa mais coesa e mais perfeita do que nunca.

A – Estamos a falar, então, de uma banda que tem pessoas de vários pontos do país, cujo ponto de encontro é Lisboa?
L –
Sim, o ponto de encontro é Lisboa. Apesar de o Carlos ser de Trás-os-Montes, a Tânia, de Almada, o André, de Santarém, o Ivo, das Caldas da Raínha e eu ser de Elvas, hoje em dia, moramos todos em Lisboa, logo, o ponto de encontro é aqui.

A – No que concerne ao nome da banda, Luíz advém do nome do próprio fundador que és tu, mas porquê a Lata?
L –
A mesma procura que tivemos em relação à nossa música, tivemos em relação ao nome. Como a nossa música tinha um lado urbano e um lado terra, simultaneamente, e porque, hoje em dia, cada vez mais a música é um produto, consideramos que a lata representaria um pouco tudo isso. Por outras palavras, afiguraria o lado mais urbano e comercial do que a música se tornou, sem esquecer o lado mais tradicional dos bairros de lata e dos meninos que fazem, não raras vezes, da lata o instrumento. Visto que «lata» também é som, achamos que espelharia bastante bem o que nós somos.

A – E não há uma estranheza face a tal nome por parte das pessoas que vos ouvem e vêm pela primeira vez?
L –
Inicialmente, as pessoas tendem a querer saber a razão de tal escolha. Já houve amigos que disseram “vocês têm é uma grande lata”, dado o nome. No entanto, penso que é um pouco de tudo isso, até porque para ser músico em Portugal é preciso ter uma dose de coragem, de força e de lata.

A lata não lhes falta, num sentido ou em qualquer outro, e se pensarmos no barulho que a própria lata concebe vamos buscar referências musicais que incitam a paixão pela música deste grupo. Bandas portuguesas e a música da lusofonia abarcam um imenso número de artistas, Luíz não consegue esconder o gosto por Zeca Afonso, por Fausto e uma admiração “numa área mais pop e mais urbana" pelos Clã. Ainda quanto a bandas nacionais, “os Ornatos Violeta também tinham um lado atrevido e irreverente que gosto particularmente”. No que diz respeito à música lusófona Tito Paris, Sara Tavares e Boija Mendes são os apontados, face a um Brasil de Lenine, de Paulinho Moska e de Zeca Baleiro. A razão para estes músicos se tornarem referências, de acordo com Luíz, deve-se ao facto de serem “músicos que têm uma forte fusão na sua música, mas não deixam de ser músicos com um lado pop bastante presente. Penso que somos um pouco assim, vamos beber a estas culturas lusófonas, mas não deixamos de ser um grupo com influência pop e daí termos uma ligação de proximidade com eles”.

A – Estamos perante uma banda com distintas influências, mas, afinal, o que pretendem passar através da música?
L –
As letras do primeiro para o segundo álbum passaram a ter um peso ainda mais vincado. A palavra é muito importante na música, a não ser que seja música instrumental, e tentamos privilegiar ambas coisas: uma sonoridade de fusão que procura realmente fundir toda a música da lusofonia com um lado mais pop. Sentimos que essa é a nossa verdade. Acreditamos muito nesta sonoridade e tentamos que as nossas palavras se traduzam em letras fortes sobre o quotidiano: amor, desamor, problemas sociais, políticos e afins. A posteriori, a nossa sonoridade apenas vai fazendo crescer o nosso selo, o nosso cunho pessoal.

A – Falaste na palavra, todavia, é, realmente, a palavra em português aquela que espelha melhor aquilo que vocês sentem, o que pretendem passar?
L –
Para nós, não faz muito sentido termos nascido aqui e vivermos aqui, fazermos tudo em português e depois expressarmo-nos noutra língua. Pode não ser tão fácil, contudo, denota-se, hodiernamente, que as bandas têm cada vez mais essa coragem, acabando por potenciar a escrita musical em português.

A – Vocês referem que “o álbum fala de modo directo de temas comuns e mundanos, em que as músicas equilibram as letras”, mas o que é que surge primeiro: a sonoridade ou a letra?
L –
Há situações em que surge primeiro a letra, há situações em que surge primeiro a música. Não há uma regra, depende de caso para caso.

A – Ainda no que concerne à sonoridade, não podemos dizer que é um estilo muito ouvido em Portugal, aliás neste álbum "9", vocês definem uma linguagem do grupo, que se traduz na particularidade de opor sonoridades tradicionais a estruturas e sonoridades pop.
L –
Essa linguagem de grupo é, exactamente, esta convergência de todas as influências. De uma maneira geral, as pessoas têm ficado um pouco surpreendidas com a nossa música e connosco ao vivo, pois, apesar de sermos uma banda nova, já temos muitos anos de carreira como músicos. As pessoas têm-se surpreendido de alguma maneira pela linguagem madura e decidida do grupo. O que quer dizer que sabemos muito bem a música que queremos fazer, como é que nos queremos expressar e essa linguagem é um misto de toda esta fusão, de toda a maturidade que as pessoas nos têm reconhecido.


Luíz encetou na música profissional há cerca de quinze anos. A experiência de uma vida que acaba por ser transmitida à banda e a todos. Neste momento, encara o grupo como a actividade principal, ainda que actividades paralelas possam existir “porque não tem sido possível viver só dos concertos de Luiz e a Lata”, declara, “mas a verdade é que cada vez temos mais concertos e cada vez vendemos mais discos e cada vez aparecemos em mais sítios, portanto, eu acho que é uma questão de tempo até conseguirmos que Luiz e a Lata nos permita que lhe dediquemos todo o nosso tempo”.
A falta de promoção não é um factor a evidenciar, ainda que assuma que “há muito a ser feito. E mais ainda porque nós não fazemos parte de uma grande estrutura”. Os planos de marketing não lhe são alheios e reconhece que “o dinheiro gasto [pelas grandes estruturas] em marketing, em publicidade, em divulgação, em promoção é muito superior àquilo que custou a edição dos nossos dois discos”. Contrariamente ao que se possa pensar neste momento, esta não é uma preocupação que assombra a carreira de Luíz e a Lata, conquanto “o trabalho é um pouco mais demorado, mas é feito de uma forma mais consistente”.

A – Ainda relativamente às músicas, a música que abre o vosso myspace é “Começamos ao contrário”, porquê uma música intitulada dessa forma?
L –
Essa letra não é minha. É uma letra composta por um amigo chamado João Félix que, neste momento, é o cantor que se apresenta ao vivo como João Gil. Ele quando me deu a letra o título já estava atribuído, mas penso que fala um pouco de alguém que tem de começar, praticamente, tudo de novo.

A – Pensei que pudesse traduzir, de alguma forma, um certo recomeço vosso, da banda ou até da vida?
L –
Não exactamente. (risos)

A – Com dois álbuns editados, se tivessem de escolher uma música que melhor vos caracteriza, qual seria?
L –
É difícil responder a isso. O primeiro single “Andei” tocou muito nas rádios e é um tema que, ainda hoje, quando tocamos ao vivo sentimos que as pessoas o reconhecem. Foi um tema que ficou na memória; porém, não sei se é o tema que melhor espelha aquilo que somos. Porventura, é o tema que melhor espelha aquilo que éramos no primeiro disco, não exactamente neste. Neste disco, procuramos potenciar tudo o que fizemos no primeiro, mas em tudo este é mais e sentimos isso. As letras são mais, a sonoridade é mais, a fusão é mais, o lado world é mais, o lado pop é mais e o disco é todo mais autobiográfico. Este segundo disco tem vários temas que espelham bastante bem aquilo que somos. “Começamos ao contrário” pode ser um deles, “Palavras ocas”, “Se o quê”,… Assim sendo, acho que o todo o segundo disco espelha muito daquilo que somos neste momento e não um tema em particular.

A – Qual o balanço que podes fazer de todo o percurso? Poderíamos falar deste o lançamento do primeiro disco, mas não, acho que é do início que as coisas começam.
L –
Apesar de tudo, o balanço é positivo. Nestes 15anos, houve momentos em que, realmente, ponderei desistir, pensei não aguentar a pressão, não conseguir viver com tantas dificuldades… Ter optado por fazer apenas música fez com que me tivesse de deparar com mais dificuldades, mas gosto de pensar positivo, gosto de sentir que, se calhar, ainda não valeu de todo a pena e irá valer. Há uma altura em que se semeia, há uma altura em que se colhe. Efectivamente, tenho semeado mais do que aquilo que tenho colhido, no entanto, acredito, até por uma questão de justiça, pela natureza das coisas, que quando semeamos colhemos e quero acreditar que isso vai acontecer mais dia menos dia.

A – A banda contou com algum momento mais difícil que tivessem de ultrapassar?
L –
O momento mais difícil foi antes da gravação do segundo CD. Não é fácil manter quatro elementos unidos durante três anos, sendo que, nesses três anos, tocamos vinte vezes. Foi complicado, e é complicado muitas vezes, porque tirando a vertente mais lírico, mais poética da coisa, precisamos de viver, de pagar a renda, e precisamos de comer… e Luíz e Lata ainda não é uma banda que nos consiga alimentar ou pagar a renda. Nesse aspecto, tenho que enaltecer o trabalho da banda, o trabalho da equipa, a união. Costuma-se dizer que aquilo que não nos mata só nos torna mais fortes e, efectivamente, agora temos uma estrutura bastante forte, bastante coesa. Haja ou não haja concertos encontramo-nos todas as semanas, ensaiamos todas as semanas, estamos juntos todas as semanas e fazemos com que o projecto esteja sempre de pé, esteja sempre fresco, esteja sempre bem.


A – O que vocês estão a sentir, muitas outras bandas sentem e, por isso, vou fazer uma pergunta já usual: como é que vêem o panorama música nacional neste momento?
L –
Sinto que é preciso ter alguma coragem e não é só a nível musical. Portugal vive muito de núcleos de poderes e quando fazes parte desses poderes, seja qual for a área, és mais facilmente levado em ombros. Tudo o que são novos conceitos, em Portugal, ou caem, imediatamente, no goto – como aconteceu com os Deolinda, por exemplo, em que, de repente, se torna fenómeno – ou, se por acaso, não aparece alguém por trás que aposte, os projectos vão-se dissipando. Há muita coisa com qualidade que não tem conseguido vingar por falta de apostas de quem manda, de quem gere, de quem decide quem grava e quem não grava, quem promove e quem não promove. Devia haver um pouco mais de coragem para dizer «esta música não é de qualidade», mas isso reporta-nos a outro problema. O público português, por uma questão de estrutura educacional, não é um povo muito culto musicalmente e acaba por levar com aquilo que lhes dão. Neste caso, as estruturas também têm uma forte importância na forma como se pode educar ou reeducar o público. Há uma coisa que, definitivamente, está a melhorar que é a qualidade dos grupos. Havia demasiados maus executantes, com músicas interessantes; todavia, mal tocadas. Bandas de carreira, com 20/30 anos de carreira, e que sempre soaram mal. Hoje, isso está a melhorar bastante, as bandas tocam melhor. O mercado tornou-se um pouco mais exigente em relação a isso, mas acontece que a indústria é um negócio de canções sejam elas muito bem tocadas ou muito mal tocadas, as canções são o que mais importa. Não podemos é descurar que temos grandes valores a aparecer que precisam de tempo de antena. Precisamos de pensar como os espanhóis que dão primazia ao nacional e só depois aos que vêm de fora. Falo em Espanha, como falaria no Brasil ou em outras culturas que aplaudem a música deles antes das outras. Acho um pouco impensável que tenha que haver uma lei a obrigar as rádios a passar 40% de música nacional. Estou a falar das rádios que não passam, pois há rádios locais e nacionais que passam cada vez mais música portuguesa e isso tem o seu peso.

A – Falamos em momentos menos bons, mas agora perante uma visão positivista de acreditar que as coisas estão a melhorar, qual o momento que recordas como o melhor momento?
L –
Tivemos dois momentos. Momentos diferentes; no entanto, momentos muito gratificantes. O Craig David tem uma política de torné que considero muito interessante: toca noutros países e quando chega ao outro país é que procura um grupo para fazer a primeira parte do concerto. Assim foi em Portugal. Ele e a estrutura ouviram 10 discos que saíram em 2005 e fomos nós que fizemos a primeira parte do concerto dela para 10 mil pessoas. Foi um grande teste para uma banda em início de carreira e correu muito bem. Depois tivemos um outro concerto que, emocionalmente, nos disse muito. Fomos convidados por uma produtora cabo-verdiana para abraçar um projecto chamado “Viagens na Lusofonia” no qual tivemos o privilégio de partilhar o palco com o Tito Paris e com o Rao Kyao. Somos muito amigos e eles são grandes referências como músicos e como pessoas.

A – O Rao Kyao inclusivamente gravou um tema convosco e a Sara Tavares outro. Estamos a falar de dois grandes nomes, como recordam essa experiência?
L –
Foram momentos muito bons. A forma como este segundo disco aconteceu foi muito bonita. Propusemo-nos a trabalhar com amigos, os nove parceiros autorais são amigos próximos, os nove convidados musicais, dos quais fazem parte o Rao Kyao, a Sara Tavares, o Tó Cruz e os outros seis são nossos amigos. Estou a falar de pessoas que nos são próximas e quando assim o é a convergência e a partilha só poderia correr bem. Inclusivamente, o tema “Crioula” cantado com a Sara Tavares, dá-nos uma posição no Top 5 da música mais tocada nas rádios de Cabo Verde.

A – Mencionaste alguns nomes com os quais já actuaram, ainda assim há com toda a certeza algum músico ou alguma banda com quem gostariam de subir ao palco?
L –
Há muitos. Gostava de um dia vir a tocar com o Lenine, com o Zeca Baleiro, com o Paulinho Moska, assim como gostaria de um dia vir a partilhar o palco com os Clã, com o Jorge Palma ou com o Fausto. Há muitos e bons músicos em Portugal.

A interacção de Luíz e a Lata não se fica por músicos a participantes das composições, envolve amizades e envolve uma conectividade com fãs ou tão-simplesmente conhecedores da música. “A internet tem cada vez mais um peso fundamental na divulgação”, assegura Luíz. O músico tem consciência do espaço e das possibilidades que a internet oferece e ao mesmo tempo que consegue reduzir nichos, segundo o mesmo, faz com que qualquer pessoa consiga interagir “sentimos também por parte das pessoas que gostam da nossa música que havia alguma necessidade de vermos ter um espaço onde elas pudessem ter a sua opinião, pudessem dizer que temas é que gostam mais, o que é que gostam mais na banda, o que é que sentem, quando é que vamos tocar à terra delas. Acho muito interessante e temos tido uma afluência também interessante”.


No que concerne a projectos futuros, não há muito a adiantar por parte da banda. Luíz chega a dizer que não gosta de fazer grandes projecções “pelo menos a longa data”. “Gosto de ir programando a curto prazo e para já aquilo que temos para fazer, com muita vontade, é ir para a estrada com este segundo álbum, em princípio em Março vamos arrancar com uma mini torné, pelo país, de seis concertos. Vamos estar pelo Algarve, pelo Alentejo, pelo Centro e pelo Norte do país também”, anuncia.
O mesmo intuito continua a vigorar por entre a banda: levar a música a um maior número de pessoas. Subsequentemente a isso, vão tentar perceber “grão-a-grão” esta história da música que tem muito a ver com o feedback”. Por ora, “aquilo que queremos fazer a curto prazo é continuar a solidificar o grupo e ir mais para a estrada de modo a fazer com que as pessoas conheçam Luíz e a Lata”.
Aquando de questionado acerca dos sonhos que comandam a vida da banda e a sua própria vida, Luíz confessa que não tem sonhado muito: “tenho procurado fazer o meu trabalho o melhor possível, envolto em verdade e transparência, seguindo os valores do que sou como pessoa e como músico e o que vier será bem recebido”.
Os convites começam a trespassar barreiras e Grécia, Lituânia, Cabo Verde, Moçambique e Rio de Janeiro são alguns dos destinos para a próxima chegada de Luíz e a Lata: pousar directo no mundo da música e “receber aquilo que a nós tiver que vir”.

Anabela da Silva Maganinho

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