Fernando Cardinal é o jogador que se tem destacado ao longo das duas últimas épocas ao serviço do Freixieiro.
Iniciado no Miramar, encetou cedo pela primeira divisão ao serviço do Fundação Jorge Antunes. Seguiram-se Famalicence, Boavista, Alpendorada até chegar ao clube de Matosinhos. O crescente desempenho e a garra com que disputa cada jornada valeram-lhe a chamada à selecção no ano de 2008. A convocatória levou-o ao Mundial, no Brasil, onde o jogador pode mostrar um pouco daquilo que sabe fazer. 2009 começou com a chamada para o apuramento do Europeu, a decorrer no próximo ano na Hungria, e a presença está confirmada.
Aos 23 anos, Cardinal conta já com o título de melhor marcador da época transacta e arrecada o 20º lugar no ranking europeu de melhores marcadores. Um feito que deixa um orgulho luso visível, especialmente por parte dos adeptos do Freixieiro.
Os sonhos, os objectivos, o passado, o presente e um pouco do futuro é o que o camisola 9 nos tem para revelar.
Anabela (A) – Conta-nos como é que decidiste enveredar pelo futsal?
Fernando Cardinal (C) – Onde moro há um ringue de futebol de 5, de futsal, e é daí que veio a paixão pelo futsal. Comecei a jogar lá com os meus amigos e segui futsal.
A – Estreaste-te pela Fundação em 2004/2005, mas já praticavas antes a modalidade?
C – A primeira época, na primeira divisão, foi, realmente, na Fundação Jorge Antunes. Antes joguei as camadas jovens todas no Miramar. Depois o Miramar desceu à segunda divisão, eu era ainda júnior, mas já jogava pelos seniores. Entretanto, houve a proposta da Fundação e agarrei-a. Fui para a Fundação e essa foi a minha primeira época. Não tão boa como eu esperava, mas serviu para arrecadar um pouco mais de experiência. Lá consegui aprender muita coisa.
A – Depois passaste pelo Famalicense, pelo Alpendorada até que chegaste ao Freixieiro em 2007.
C – Sim, foi uma época no Alpendorada. Meia época no Boavista, só depois é que fui para o Alpendorada em Dezembro. No final da temporada vim para o Freixieiro e este é o segundo ano que aqui estou.
A – Qual o balanço que fazes de todos estes anos?
C – Um balanço muito bom. Vivo uma experiência muito boa e tenho aprendido muito. Tenho a felicidade de treinar com os melhores jogadores, já tive os melhores treinadores e isso é bom, porque gosto de aprender e aprendo cada vez mais.
A – E no Freixieiro que é ainda o clube pelo qual jogas?
C – Eu tinha o sonho de jogar no Freixieiro. Lembro-me, quando era miúdo, que vinha ver os jogos aqui ao Freixieiro e sempre sonhei vir a representar este clube. Pensava: “gostava de jogar aqui, quem me dera jogar aqui neste pavilhão”. O pavilhão estava sempre cheio, estava sempre tudo a gritar, a bater palmas pelos jogadores, e isso arrepiava-me. Então, surgiu a oportunidade e eu agarrei-a. Estou muito feliz aqui no Freixieiro, um clube que gosto muito e que está no meu coração. A – Consegues destacar uma época ao serviço do futsal?
C – Acho que a do ano passado. Foi muito boa. Perdemos com o Belenenses nas meias-finais. Foi a minha primeira época no Freixieiro e fiz uma época muito boa. Não obstante, fui o melhor marcador do campeonato. Penso que essa foi a melhor época, porque esta ainda não acabou. Nesta considero que estou ao nível da outra, mas ainda faltam três jogos e os play-offs e, daqui para a frente, espero que seja igual à do ano passado. E, para o Freixieiro, que seja melhor ainda.
A – E há um jogo que seja marcante nessa época ou numa outra?
C – O jogo contra o Belenenses. Nos play-offs, tínhamos perdido aqui em penalties, o primeiro jogo. Fomos lá para o segundo jogo e ganhámos por 4-2, dois dos golos marcados por mim. Só foi pena perdermos o terceiro jogo e acabarmos por ser eliminados nas meias-finais, mas penso que perdemos a eliminatória aqui no Freixieiro por ser em nossa casa e em penalties que é uma questão de sorte. A equipa não merecia; contudo, o Belenenses, com a equipa que tem, acho que mereceu. A – Falamos em grandes momentos, o pior terá sido, porventura, na última jornada frente ao Sporting, um jogo em que ficaste inconsciente. Não sei o que passou pela cabeça nesse momento…
C – Não passou. Eu perdi os sentidos. Desmaiei, foram duas seguidas e eu não estava mesmo em condições para jogar. Joguei porque não aguento estar de fora e ver ali os meus companheiros. Eu queria ajudá-los de qualquer forma e fiz um esforço. Disse a todos que estava bem, apesar de sentir que não estava a 100%. Quem me conhece bem, como muita gente me disse, via em mim que eu não estava a reposto por completo. No entanto, eu queria era jogar porque adoro jogar. Podia-me prejudicar, mas graças a Deus sai bem. Não ganhámos, mas um empate é melhor do que uma derrota e o Sporting é uma grande equipa. Foi pena nos minutos finais termo-nos deixado empatar, mas pronto foi um excelente espectáculo de futsal… tirando aqueles dois momentos. A – Não te passando nada pela cabeça era algo que nunca imaginavas que poderia acontecer contigo?
C – Sim. Acontece muitas vezes em jogos de futebol 11 e em futsal. Lembro-me uma vez contra o Sporting também o Benfica. O caso do Arnaldo com o João Benedito foi idêntico ao meu também com o João. Naquele momento comecei a pensar nessas coisas, mas graças a Deus correu tudo bem e estou aqui já a 100%.
A – Foi também um jogo marcado pela saída do Wilson, achas que o Freixieiro vai sofrer um pouco esta ausência nos próximos jogos?
C – Sim, todos os grandes jogadores fazem falta ao Freixieiro. O Wilson era um dos jogadores mais utilizados, era o nosso pivot de referência. Como toda a gente sabe e como toda a gente vê, o Wilson era fundamental, mas temos que realçar que tivemos quase meia época sem ele e tivemos igualmente bons resultados e fizemos bons jogos. A equipa tem que se preparar que o Wilson já foi passado do Freixieiro e agora temos de nos concentrar ao máximo. Vem aí a fase decisiva. Faltam três jogos para os play-offs e penso que a equipa vai dar uma boa resposta sem o Wilson. Ele faz muita falta e, por isso, se ele cá estivesse era melhor, mas como não está eu acredito também nos meus companheiros.
A garra de Cardinal não se vê em todos os jogadores, muito menos quando apenas se tem 23 anos. Uma força de vontade comandada pela paixão que o futsal impulsiona e, como tal, inexplicável. A razão não conta quando falamos na emoção do espectáculo e nos sentimentos que movem o jogador: “Eu sou um bocado diferente quando entro dentro do campo. Só penso em ganhar, só penso em ajudar o meu clube. Lá fora sou completamente diferente. Sou amigo do amigo, sou super divertido. Só que chego aqui e transformo-me, não sei porquê…”, assevera Cardinal. Porventura o facto de não gostar de perder pode ser uma elucidação mais viável, mas nem por isso a que traduz uma verdadeira justificação “não consigo explicar muito bem. Só quero ganhar e faço de tudo para ganhar e para ajudar o Freixieiro a ganhar”.
O pivot que hoje se torna uma referência para os mais pequenos também revela o seu ídolo de sempre: João Leite. “Ele jogava no Miramar. Eu jogava nas camadas jovens, ele jogava nos seniores do Miramar. Eu ia sempre ver os jogos e ficava maluco ao vê-lo jogar. Na altura, também jogavam lá o Ivan, o Miguel Mota e esses todos eram os meus ídolos e graças a Deus, hoje, jogo com eles, mas o meu ídolo foi o João Leite. É o meu ídolo de sempre do futsal português. Junto a ele o Ricardinho, que apareceu há pouco e é da minha idade, pois é um jogador fenomenal que também admiro muito”, revela o número 9.
Ser agora um ídolo, uma referência para os mais novos é algo que Cardinal tem consciência e vê como algo “muito bom”. Para o internacional, “é um orgulho muito grande e eu já noto isso. Onde eu moro os miúdos vêm todos ter comigo e dizem «ei!marcaste um golo…dá-me um autógrafo…dá-me a tua camisola, e tu és isto, tu és aquilo». E isso é um orgulho muito grande”. Um orgulho que acaba por se traduzir num privilégio por fazer aquilo que gosta, mas, acima de tudo, porque Cardinal está no momento alto da carreira e o mesmo o assume: “Eu sinto-me um pouco privilegiado por isso, nunca pensei chegar a este momento certo. Acho que estou no momento certo da minha carreira. Com 23 anos nunca pensei que ia chegar tão rápido aonde estou e ainda bem que aconteceu”. No entanto, o trabalho continua e é isso que quer continuar a fazer: “Espero manter ou melhorar ainda mais. Toda a gente quer melhorar e eu não fujo à regra”. A – Neste momento ainda guardas a marca de melhor marcador da época passada e, se calhar, esta época lá irás renová-la. Com tantos golos ainda te consegues lembrar do primeiro golo que marcaste?
C – Enquanto sénior foi na Fundação Jorge Antunes. Estávamos a jogar contra a UTAD e estávamos a perder por 2-0. Eu era um miúdo, tinha 17/18 anos, entro na partida e faço o 2-1, faço o 2-2 e dou os outros dois passes para o 2-3 e o 2-4. Ganhámos o jogo. Senti-me um pouco com moral: entrei naquela altura, marquei dois golos e dei outros dois. Foram esses dos primeiros dois golos.
A – O facto de seres detentor dessa marca de melhor marcador acarreta uma maior responsabilidade?
C – As pessoas é que pensam na responsabilidade, eu não. O golo acontece naturalmente. Fui o melhor marcador do ano passado aqui no Freixieiro, mas lembro-me que, no Alpendorada e no Boavista, a meia época que fiz em cada lado, fui o segundo melhor marcador atrás do Ricardinho. Fomos aos play-offs, mas perdemos logo na primeira eliminatória com a Fundação. O Ricardinho conseguiu passar-me, uma vez que, nessa altura, o melhor marcador era contabilizado até acabarem os play-offs. O Ricardinho como prosseguiu nos play-offs arrecadou a marca e eu fiquei em segundo. Portanto, acho que já é uma característica minha: marcar golos em qualquer equipa. Já no Famalicense marquei golos, na Fundação nem tanto porque fui para lá aprender. Estou mais maduro e mais experiente e melhor jogador, mas é sempre bom marcar golos e toda a gente gosta. É o objectivo do futsal: os golos. A – Estás também entre os melhores da Europa, aí já podemos falar numa responsabilidade acrescida?
C – Sim (risos). É muito bom fazer parte dos melhores e estar nos melhores da Europa e gostava de um dia ser o melhor artilheiro da Europa, mas é muito difícil há muitos bons jogadores e que sabem fazer o que eu sei de melhor que é marcar golos e ainda melhor se calhar. Mas se continuar assim está bom.
A – E o teu filho o que é que pensa de tudo isso. O que é que achas que ele sente quando te vê a jogar e quando marcas um golo?
C – Ele sente uma alegria muito grande. Sempre que eu estou com ele, ele diz “oh pai, quando marcares um golo vens à minha beira e dás-me um beijinho” e sempre que ele vem ver os jogos, quando marco é isso que eu faço. Vou sempre ter com ele e com os meus sobrinhos. Eles adoram o Freixieiro e adoram vir ver os jogos. Gostam muito disto e gostam cada vez mais de futsal. É bom para a modalidade, é sinal que cada vez mais miúdos gostam de futsal e eu fico muito contente. A – Esperas que te siga as pisadas pelo futsal?
C – Sim, ainda melhor que eu, se for possível. Ele ainda é pequenino, mas já o vou pôr nas escolinhas. Ele quer no futsal; porém, eu queria que ele fosse para o futebol 11. Deixa ver no que vai dar… Ele é que sabe; todavia, tem que ouvir os conselhos do pai, o que é melhor para ele. Eu preferia que ele fosse para o futebol 11.
A – Já que estamos a falar em família, até que ponto se pode tornar complicado conciliar o futsal com a vida familiar?
C – Não se torna complicado. Sinto o apoio a 100% por parte da minha família. Toda a gente gosta de mim e toda a gente gosta do Freixieiro e apoiam-me por completo. Os meus irmãos, os meus tios vão todos ver o jogo, vão para qualquer lado do país ver os jogos e eu sinto-me muito bem. É bom termos sempre a família, nos bons e nos maus momentos, para nos ajudar.
Cardinal já se descreveu dentro e fora das quatro linhas. Resta-nos perguntar, nessa sequência, o que é que ele gosta de fazer fora das quatro linhas. “O Cardinal fora das quatro linhas está, muitas vezes, com o filho a passear e a jogar à bola com ele, porque ele também só quer jogar à bola e os meus sobrinhos também. Também gosto de passear com os amigos e, claro, guardo sempre um tempo para a namorada”, confessa o jogador.
Dentro das linhas de jogo, a prestação ao serviço do Freixieiro valeu-lhe a primeira internacionalização. Cardinal fez parte da lista de convocados de Orlando Duarte, aquando da preparação da selecção para Mundial, e rumou ao Brasil para disputar o campeonato do mundo. Apesar dos resultados terem ficado um pouco aquém das expectativas, valeu a experiência individual, não desvalorizando o espírito de equipa dos seleccionados.
A – O ano de 2008 foi o ano da tua primeira internacionalização e conseguiste ir ao Mundial no Brasil. Para além da diversão (risos), o que é que se passou por lá e qual a experiência que ficou para ti?
C – Pois (risos). Foi uma experiência muito boa. Sinceramente, não contava de ir ao mundial. Não contava porque, não sei…, mas graças a Deus fui convocado e tentei dar o meu melhor pelo país e pela selecção. Foi uma experiência muito boa, um sonho concretizado e espero fazer ainda mais mundiais que é o meu objectivo, trabalho para isso. Mundiais e Europeus de forma a poder ajudar a nossa selecção. O Mundial, no Brasil, foi uma sensação de espectáculo única, que eu nunca tinha vivido. Não há palavras, penso que o sonho de qualquer jogador é representar a selecção num Mundial. É o momento mais alto da carreira.
A – Só o resultado é que acabou por não ser o mais ambicionado?
C – Pois… Um bocado também por nossa culpa, porque se tivéssemos ganho à Itália ou se tivéssemos empatado tínhamos seguido em frente. Penso que, segundo as estatísticas, nunca ganhámos à Itália. O máximo que fizemos foi empatar, o que não quer dizer que tenhamos sempre de perder ou empatar. A nossa obrigação era ganhar, mas não o conseguimos. Toda a gente viu a forma como fomos eliminados. Acho que fizemos o nosso trabalho.
A – Já no que diz respeito ao apuramento para o Europeu na Hungria as coisas correram bem melhor.
C – Sim. Começaram um bocadinho mal, mas depois demos as mãos e conseguimos uma vitória muito boa sobre a Polónia e lá estamos no Europeu.
A – E quais são as tuas expectativas que tens para o Europeu?
C – Bem, eu acho que temos uma grande equipa, com muito bons jogadores e um bom treinador. Considero que, neste Europeu, vamos chegar onde queremos. Vamos alcançar os nossos objectivos e não vai ser como no Mundial. Vamos estar muito melhores, mais experientes. O que se passou no Mundial serviu para ganharmos mais experiência e para vermos o que é o futsal. Temos de nos concentrar para todos os jogos e jogar todos os jogos para ganhar, seja qual for o adversário. Com o maior respeito por todos, mas temos é que ganhar, temos que olhar primeiro por nós. A – Na fase de apuramento, qual foi a selecção que mais te surpreendeu e se revelou mais forte?
C – Penso que foi o Azerbaijão, porque tem naturalizados quatro ou cinco brasileiros. Por acaso conheci um, o René, que jogava na Fundação, mas tinha outros jogadores brasileiros que não conhecia e fiquei a conhecer. São muito bons jogadores e têm o treinador brasileiro também e, portanto, foi a equipa que nos criou maiores dificuldades. Ainda assim tivemos o mérito e conseguimos. Estamos no Europeu, que era o nosso objectivo, em primeiro lugar do grupo.
A – O Thiago Paz, que joga pelo Azerbaijão, disse que se encontrarem, novamente, Portugal pela frente vão fazer de tudo para ganhar. A vossa moral é um pouco essa, não é assim?
C – Pois. O Azerbaijão e qualquer equipa. Claro, ele tem de defender as cores dele e a selecção que representa, mas nós jogamos sempre para ganhar.
A – Agora rumas ao Sporting na próxima época.
C – Ainda sou jogador do Freixieiro. A – Eu ia-te perguntar como iria ser mudar de cidade e de clube...
C – Eu jogo no Freixieiro, as cidades são Matosinhos e o Porto.
A – Estás a jogar no campeonato português; no entanto, não há um outro campeonato que te fascina mais do que o português?
C – Sim, como todos os jogadores gostava de jogar no campeonato espanhol que é o melhor campeonato do mundo. Para já, gostava de continuar, mais três ou quatro anos, em Portugal. Ainda tenho 23 anos e o meu objectivo é ficar cá até aos 26/27. Quero ganhar títulos em Portugal. Ganhei títulos ao nível individual, mas quero ser campeão, ganhar a taça de Portugal, a super-taça e espero, nestes próximos anos, ganhar algum título. Quero deixar aqui a minha marca e já a estou a deixar aos poucos…Depois gostava de rumar a Espanha, obter uma experiência nova, no melhor campeonato. A – Como é que vês o futsal nacional?
C – Desde que comecei a jogar futsal vejo que o futsal está a crescer cada vez mais. Está a crescer mais, pois são cada vez mais os adeptos que acompanham o futsal dentro e fora do pavilhão. Acho que o futsal está na moda. Toda a gente gosta de futsal agora e isso é bom. Lembro-me de ir jogar e tinha 20 ou 30 pessoas na bancada, agora os pavilhões estão cheios. Sinto um orgulho muito grande por isso. Dá-me grande moral ver os pavilhões cheios e jogar com os pavilhões cheios, com muito barulho. Portanto, penso que o futsal está a melhorar, logo, está de parabéns.
Cardinal espera para o futuro poder arrecadar título, não só no que concerne ao desempenho individual como ao colectivo. Fica, por parte do jogador do Freixieiro, o desejo de “ganhar títulos em Portugal ao nível de clubes e ao nível da selecção – europeu e mundial – esse era o meu sonho. Isso era o topo mesmo, onde eu gostava de chegar. Sei que é difícil, mas não é impossível e vamos trabalhar para isso e quem sabe um dia”, declara. Para os mais novos fica o conselho: “Primeiro os estudos e depois optem pelo futsal. O futsal é uma paixão, é um desporto espectacular. Eu vejo e noto que cada vez mais miúdos gostam da modalidade, mas quero que eles estudem primeiro e que depois joguem futsal”.
Ontem um miúdo, hoje um craque, Cardinal dá a vida pelo futsal e luta pela conquista de cada jornada que se traduz na maior vitória da sua vida. Anabela da Silva Maganinho
Iniciado no Miramar, encetou cedo pela primeira divisão ao serviço do Fundação Jorge Antunes. Seguiram-se Famalicence, Boavista, Alpendorada até chegar ao clube de Matosinhos. O crescente desempenho e a garra com que disputa cada jornada valeram-lhe a chamada à selecção no ano de 2008. A convocatória levou-o ao Mundial, no Brasil, onde o jogador pode mostrar um pouco daquilo que sabe fazer. 2009 começou com a chamada para o apuramento do Europeu, a decorrer no próximo ano na Hungria, e a presença está confirmada.
Aos 23 anos, Cardinal conta já com o título de melhor marcador da época transacta e arrecada o 20º lugar no ranking europeu de melhores marcadores. Um feito que deixa um orgulho luso visível, especialmente por parte dos adeptos do Freixieiro.
Os sonhos, os objectivos, o passado, o presente e um pouco do futuro é o que o camisola 9 nos tem para revelar.
Anabela (A) – Conta-nos como é que decidiste enveredar pelo futsal?
Fernando Cardinal (C) – Onde moro há um ringue de futebol de 5, de futsal, e é daí que veio a paixão pelo futsal. Comecei a jogar lá com os meus amigos e segui futsal.
A – Estreaste-te pela Fundação em 2004/2005, mas já praticavas antes a modalidade?
C – A primeira época, na primeira divisão, foi, realmente, na Fundação Jorge Antunes. Antes joguei as camadas jovens todas no Miramar. Depois o Miramar desceu à segunda divisão, eu era ainda júnior, mas já jogava pelos seniores. Entretanto, houve a proposta da Fundação e agarrei-a. Fui para a Fundação e essa foi a minha primeira época. Não tão boa como eu esperava, mas serviu para arrecadar um pouco mais de experiência. Lá consegui aprender muita coisa.
A – Depois passaste pelo Famalicense, pelo Alpendorada até que chegaste ao Freixieiro em 2007.
C – Sim, foi uma época no Alpendorada. Meia época no Boavista, só depois é que fui para o Alpendorada em Dezembro. No final da temporada vim para o Freixieiro e este é o segundo ano que aqui estou.
A – Qual o balanço que fazes de todos estes anos?
C – Um balanço muito bom. Vivo uma experiência muito boa e tenho aprendido muito. Tenho a felicidade de treinar com os melhores jogadores, já tive os melhores treinadores e isso é bom, porque gosto de aprender e aprendo cada vez mais.
A – E no Freixieiro que é ainda o clube pelo qual jogas?
C – Eu tinha o sonho de jogar no Freixieiro. Lembro-me, quando era miúdo, que vinha ver os jogos aqui ao Freixieiro e sempre sonhei vir a representar este clube. Pensava: “gostava de jogar aqui, quem me dera jogar aqui neste pavilhão”. O pavilhão estava sempre cheio, estava sempre tudo a gritar, a bater palmas pelos jogadores, e isso arrepiava-me. Então, surgiu a oportunidade e eu agarrei-a. Estou muito feliz aqui no Freixieiro, um clube que gosto muito e que está no meu coração. A – Consegues destacar uma época ao serviço do futsal?
C – Acho que a do ano passado. Foi muito boa. Perdemos com o Belenenses nas meias-finais. Foi a minha primeira época no Freixieiro e fiz uma época muito boa. Não obstante, fui o melhor marcador do campeonato. Penso que essa foi a melhor época, porque esta ainda não acabou. Nesta considero que estou ao nível da outra, mas ainda faltam três jogos e os play-offs e, daqui para a frente, espero que seja igual à do ano passado. E, para o Freixieiro, que seja melhor ainda.
A – E há um jogo que seja marcante nessa época ou numa outra?
C – O jogo contra o Belenenses. Nos play-offs, tínhamos perdido aqui em penalties, o primeiro jogo. Fomos lá para o segundo jogo e ganhámos por 4-2, dois dos golos marcados por mim. Só foi pena perdermos o terceiro jogo e acabarmos por ser eliminados nas meias-finais, mas penso que perdemos a eliminatória aqui no Freixieiro por ser em nossa casa e em penalties que é uma questão de sorte. A equipa não merecia; contudo, o Belenenses, com a equipa que tem, acho que mereceu. A – Falamos em grandes momentos, o pior terá sido, porventura, na última jornada frente ao Sporting, um jogo em que ficaste inconsciente. Não sei o que passou pela cabeça nesse momento…
C – Não passou. Eu perdi os sentidos. Desmaiei, foram duas seguidas e eu não estava mesmo em condições para jogar. Joguei porque não aguento estar de fora e ver ali os meus companheiros. Eu queria ajudá-los de qualquer forma e fiz um esforço. Disse a todos que estava bem, apesar de sentir que não estava a 100%. Quem me conhece bem, como muita gente me disse, via em mim que eu não estava a reposto por completo. No entanto, eu queria era jogar porque adoro jogar. Podia-me prejudicar, mas graças a Deus sai bem. Não ganhámos, mas um empate é melhor do que uma derrota e o Sporting é uma grande equipa. Foi pena nos minutos finais termo-nos deixado empatar, mas pronto foi um excelente espectáculo de futsal… tirando aqueles dois momentos. A – Não te passando nada pela cabeça era algo que nunca imaginavas que poderia acontecer contigo?
C – Sim. Acontece muitas vezes em jogos de futebol 11 e em futsal. Lembro-me uma vez contra o Sporting também o Benfica. O caso do Arnaldo com o João Benedito foi idêntico ao meu também com o João. Naquele momento comecei a pensar nessas coisas, mas graças a Deus correu tudo bem e estou aqui já a 100%.
A – Foi também um jogo marcado pela saída do Wilson, achas que o Freixieiro vai sofrer um pouco esta ausência nos próximos jogos?
C – Sim, todos os grandes jogadores fazem falta ao Freixieiro. O Wilson era um dos jogadores mais utilizados, era o nosso pivot de referência. Como toda a gente sabe e como toda a gente vê, o Wilson era fundamental, mas temos que realçar que tivemos quase meia época sem ele e tivemos igualmente bons resultados e fizemos bons jogos. A equipa tem que se preparar que o Wilson já foi passado do Freixieiro e agora temos de nos concentrar ao máximo. Vem aí a fase decisiva. Faltam três jogos para os play-offs e penso que a equipa vai dar uma boa resposta sem o Wilson. Ele faz muita falta e, por isso, se ele cá estivesse era melhor, mas como não está eu acredito também nos meus companheiros.
A garra de Cardinal não se vê em todos os jogadores, muito menos quando apenas se tem 23 anos. Uma força de vontade comandada pela paixão que o futsal impulsiona e, como tal, inexplicável. A razão não conta quando falamos na emoção do espectáculo e nos sentimentos que movem o jogador: “Eu sou um bocado diferente quando entro dentro do campo. Só penso em ganhar, só penso em ajudar o meu clube. Lá fora sou completamente diferente. Sou amigo do amigo, sou super divertido. Só que chego aqui e transformo-me, não sei porquê…”, assevera Cardinal. Porventura o facto de não gostar de perder pode ser uma elucidação mais viável, mas nem por isso a que traduz uma verdadeira justificação “não consigo explicar muito bem. Só quero ganhar e faço de tudo para ganhar e para ajudar o Freixieiro a ganhar”.
O pivot que hoje se torna uma referência para os mais pequenos também revela o seu ídolo de sempre: João Leite. “Ele jogava no Miramar. Eu jogava nas camadas jovens, ele jogava nos seniores do Miramar. Eu ia sempre ver os jogos e ficava maluco ao vê-lo jogar. Na altura, também jogavam lá o Ivan, o Miguel Mota e esses todos eram os meus ídolos e graças a Deus, hoje, jogo com eles, mas o meu ídolo foi o João Leite. É o meu ídolo de sempre do futsal português. Junto a ele o Ricardinho, que apareceu há pouco e é da minha idade, pois é um jogador fenomenal que também admiro muito”, revela o número 9.
Ser agora um ídolo, uma referência para os mais novos é algo que Cardinal tem consciência e vê como algo “muito bom”. Para o internacional, “é um orgulho muito grande e eu já noto isso. Onde eu moro os miúdos vêm todos ter comigo e dizem «ei!marcaste um golo…dá-me um autógrafo…dá-me a tua camisola, e tu és isto, tu és aquilo». E isso é um orgulho muito grande”. Um orgulho que acaba por se traduzir num privilégio por fazer aquilo que gosta, mas, acima de tudo, porque Cardinal está no momento alto da carreira e o mesmo o assume: “Eu sinto-me um pouco privilegiado por isso, nunca pensei chegar a este momento certo. Acho que estou no momento certo da minha carreira. Com 23 anos nunca pensei que ia chegar tão rápido aonde estou e ainda bem que aconteceu”. No entanto, o trabalho continua e é isso que quer continuar a fazer: “Espero manter ou melhorar ainda mais. Toda a gente quer melhorar e eu não fujo à regra”. A – Neste momento ainda guardas a marca de melhor marcador da época passada e, se calhar, esta época lá irás renová-la. Com tantos golos ainda te consegues lembrar do primeiro golo que marcaste?
C – Enquanto sénior foi na Fundação Jorge Antunes. Estávamos a jogar contra a UTAD e estávamos a perder por 2-0. Eu era um miúdo, tinha 17/18 anos, entro na partida e faço o 2-1, faço o 2-2 e dou os outros dois passes para o 2-3 e o 2-4. Ganhámos o jogo. Senti-me um pouco com moral: entrei naquela altura, marquei dois golos e dei outros dois. Foram esses dos primeiros dois golos.
A – O facto de seres detentor dessa marca de melhor marcador acarreta uma maior responsabilidade?
C – As pessoas é que pensam na responsabilidade, eu não. O golo acontece naturalmente. Fui o melhor marcador do ano passado aqui no Freixieiro, mas lembro-me que, no Alpendorada e no Boavista, a meia época que fiz em cada lado, fui o segundo melhor marcador atrás do Ricardinho. Fomos aos play-offs, mas perdemos logo na primeira eliminatória com a Fundação. O Ricardinho conseguiu passar-me, uma vez que, nessa altura, o melhor marcador era contabilizado até acabarem os play-offs. O Ricardinho como prosseguiu nos play-offs arrecadou a marca e eu fiquei em segundo. Portanto, acho que já é uma característica minha: marcar golos em qualquer equipa. Já no Famalicense marquei golos, na Fundação nem tanto porque fui para lá aprender. Estou mais maduro e mais experiente e melhor jogador, mas é sempre bom marcar golos e toda a gente gosta. É o objectivo do futsal: os golos. A – Estás também entre os melhores da Europa, aí já podemos falar numa responsabilidade acrescida?
C – Sim (risos). É muito bom fazer parte dos melhores e estar nos melhores da Europa e gostava de um dia ser o melhor artilheiro da Europa, mas é muito difícil há muitos bons jogadores e que sabem fazer o que eu sei de melhor que é marcar golos e ainda melhor se calhar. Mas se continuar assim está bom.
A – E o teu filho o que é que pensa de tudo isso. O que é que achas que ele sente quando te vê a jogar e quando marcas um golo?
C – Ele sente uma alegria muito grande. Sempre que eu estou com ele, ele diz “oh pai, quando marcares um golo vens à minha beira e dás-me um beijinho” e sempre que ele vem ver os jogos, quando marco é isso que eu faço. Vou sempre ter com ele e com os meus sobrinhos. Eles adoram o Freixieiro e adoram vir ver os jogos. Gostam muito disto e gostam cada vez mais de futsal. É bom para a modalidade, é sinal que cada vez mais miúdos gostam de futsal e eu fico muito contente. A – Esperas que te siga as pisadas pelo futsal?
C – Sim, ainda melhor que eu, se for possível. Ele ainda é pequenino, mas já o vou pôr nas escolinhas. Ele quer no futsal; porém, eu queria que ele fosse para o futebol 11. Deixa ver no que vai dar… Ele é que sabe; todavia, tem que ouvir os conselhos do pai, o que é melhor para ele. Eu preferia que ele fosse para o futebol 11.
A – Já que estamos a falar em família, até que ponto se pode tornar complicado conciliar o futsal com a vida familiar?
C – Não se torna complicado. Sinto o apoio a 100% por parte da minha família. Toda a gente gosta de mim e toda a gente gosta do Freixieiro e apoiam-me por completo. Os meus irmãos, os meus tios vão todos ver o jogo, vão para qualquer lado do país ver os jogos e eu sinto-me muito bem. É bom termos sempre a família, nos bons e nos maus momentos, para nos ajudar.
Cardinal já se descreveu dentro e fora das quatro linhas. Resta-nos perguntar, nessa sequência, o que é que ele gosta de fazer fora das quatro linhas. “O Cardinal fora das quatro linhas está, muitas vezes, com o filho a passear e a jogar à bola com ele, porque ele também só quer jogar à bola e os meus sobrinhos também. Também gosto de passear com os amigos e, claro, guardo sempre um tempo para a namorada”, confessa o jogador.
Dentro das linhas de jogo, a prestação ao serviço do Freixieiro valeu-lhe a primeira internacionalização. Cardinal fez parte da lista de convocados de Orlando Duarte, aquando da preparação da selecção para Mundial, e rumou ao Brasil para disputar o campeonato do mundo. Apesar dos resultados terem ficado um pouco aquém das expectativas, valeu a experiência individual, não desvalorizando o espírito de equipa dos seleccionados.
A – O ano de 2008 foi o ano da tua primeira internacionalização e conseguiste ir ao Mundial no Brasil. Para além da diversão (risos), o que é que se passou por lá e qual a experiência que ficou para ti?
C – Pois (risos). Foi uma experiência muito boa. Sinceramente, não contava de ir ao mundial. Não contava porque, não sei…, mas graças a Deus fui convocado e tentei dar o meu melhor pelo país e pela selecção. Foi uma experiência muito boa, um sonho concretizado e espero fazer ainda mais mundiais que é o meu objectivo, trabalho para isso. Mundiais e Europeus de forma a poder ajudar a nossa selecção. O Mundial, no Brasil, foi uma sensação de espectáculo única, que eu nunca tinha vivido. Não há palavras, penso que o sonho de qualquer jogador é representar a selecção num Mundial. É o momento mais alto da carreira.
A – Só o resultado é que acabou por não ser o mais ambicionado?
C – Pois… Um bocado também por nossa culpa, porque se tivéssemos ganho à Itália ou se tivéssemos empatado tínhamos seguido em frente. Penso que, segundo as estatísticas, nunca ganhámos à Itália. O máximo que fizemos foi empatar, o que não quer dizer que tenhamos sempre de perder ou empatar. A nossa obrigação era ganhar, mas não o conseguimos. Toda a gente viu a forma como fomos eliminados. Acho que fizemos o nosso trabalho.
A – Já no que diz respeito ao apuramento para o Europeu na Hungria as coisas correram bem melhor.
C – Sim. Começaram um bocadinho mal, mas depois demos as mãos e conseguimos uma vitória muito boa sobre a Polónia e lá estamos no Europeu.
A – E quais são as tuas expectativas que tens para o Europeu?
C – Bem, eu acho que temos uma grande equipa, com muito bons jogadores e um bom treinador. Considero que, neste Europeu, vamos chegar onde queremos. Vamos alcançar os nossos objectivos e não vai ser como no Mundial. Vamos estar muito melhores, mais experientes. O que se passou no Mundial serviu para ganharmos mais experiência e para vermos o que é o futsal. Temos de nos concentrar para todos os jogos e jogar todos os jogos para ganhar, seja qual for o adversário. Com o maior respeito por todos, mas temos é que ganhar, temos que olhar primeiro por nós. A – Na fase de apuramento, qual foi a selecção que mais te surpreendeu e se revelou mais forte?
C – Penso que foi o Azerbaijão, porque tem naturalizados quatro ou cinco brasileiros. Por acaso conheci um, o René, que jogava na Fundação, mas tinha outros jogadores brasileiros que não conhecia e fiquei a conhecer. São muito bons jogadores e têm o treinador brasileiro também e, portanto, foi a equipa que nos criou maiores dificuldades. Ainda assim tivemos o mérito e conseguimos. Estamos no Europeu, que era o nosso objectivo, em primeiro lugar do grupo.
A – O Thiago Paz, que joga pelo Azerbaijão, disse que se encontrarem, novamente, Portugal pela frente vão fazer de tudo para ganhar. A vossa moral é um pouco essa, não é assim?
C – Pois. O Azerbaijão e qualquer equipa. Claro, ele tem de defender as cores dele e a selecção que representa, mas nós jogamos sempre para ganhar.
A – Agora rumas ao Sporting na próxima época.
C – Ainda sou jogador do Freixieiro. A – Eu ia-te perguntar como iria ser mudar de cidade e de clube...
C – Eu jogo no Freixieiro, as cidades são Matosinhos e o Porto.
A – Estás a jogar no campeonato português; no entanto, não há um outro campeonato que te fascina mais do que o português?
C – Sim, como todos os jogadores gostava de jogar no campeonato espanhol que é o melhor campeonato do mundo. Para já, gostava de continuar, mais três ou quatro anos, em Portugal. Ainda tenho 23 anos e o meu objectivo é ficar cá até aos 26/27. Quero ganhar títulos em Portugal. Ganhei títulos ao nível individual, mas quero ser campeão, ganhar a taça de Portugal, a super-taça e espero, nestes próximos anos, ganhar algum título. Quero deixar aqui a minha marca e já a estou a deixar aos poucos…Depois gostava de rumar a Espanha, obter uma experiência nova, no melhor campeonato. A – Como é que vês o futsal nacional?
C – Desde que comecei a jogar futsal vejo que o futsal está a crescer cada vez mais. Está a crescer mais, pois são cada vez mais os adeptos que acompanham o futsal dentro e fora do pavilhão. Acho que o futsal está na moda. Toda a gente gosta de futsal agora e isso é bom. Lembro-me de ir jogar e tinha 20 ou 30 pessoas na bancada, agora os pavilhões estão cheios. Sinto um orgulho muito grande por isso. Dá-me grande moral ver os pavilhões cheios e jogar com os pavilhões cheios, com muito barulho. Portanto, penso que o futsal está a melhorar, logo, está de parabéns.
Cardinal espera para o futuro poder arrecadar título, não só no que concerne ao desempenho individual como ao colectivo. Fica, por parte do jogador do Freixieiro, o desejo de “ganhar títulos em Portugal ao nível de clubes e ao nível da selecção – europeu e mundial – esse era o meu sonho. Isso era o topo mesmo, onde eu gostava de chegar. Sei que é difícil, mas não é impossível e vamos trabalhar para isso e quem sabe um dia”, declara. Para os mais novos fica o conselho: “Primeiro os estudos e depois optem pelo futsal. O futsal é uma paixão, é um desporto espectacular. Eu vejo e noto que cada vez mais miúdos gostam da modalidade, mas quero que eles estudem primeiro e que depois joguem futsal”.
Ontem um miúdo, hoje um craque, Cardinal dá a vida pelo futsal e luta pela conquista de cada jornada que se traduz na maior vitória da sua vida. Anabela da Silva Maganinho
3 comments:
Desejo que tenhas uma lesão bem grave. Para além de seres um jogador fraquinho de cabeça, pias muito mas não dizes nada. Por isso, serás sempre inferior a outros grandes pivots.
Domingo vais sentir o poder do pavilhão da Luz :)
Acho que sentiu tanto o poder da luz que saiu de lá com a taça na mão.. mas são pormenores :)
CARDINAL ÉS UM DOS NOSSOS. OBRIGADO! GARRA DE CAMPEÃO.
Post a Comment